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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Lula baixa guarda para Moro, ao comparar Angela Merkel e Daniel Ortega

As alian�as na Am�rica Latina, principalmente com Maduro e Ortega s�o pontos fracos da sua candidatura


25/11/2021 04:00 - atualizado 25/11/2021 07:06

O ex-presidente Lula em viagem à Europa
Lula deu entrevista para o El Pa�s e defendeu governo de Daniel Ortega, na Nicar�gua, que prende opositores (foto: JULIEN DE ROSA/AFP)


O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva baixou a guarda para seus advers�rios ao comparar a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, ao presidente da Nicar�gua, Daniel Ortega, em entrevista ao prestigiado jornal espanhol El Pa�s. Todo o sucesso de seu p�riplo pela Europa, no qual se encontrou com as principais lideran�as do continente, para efeito da sua narrativa de campanha eleitoral, foi zerado pela declara��o infeliz.

Lula come�ou bem: “Todo pol�tico que come�a a se achar imprescind�vel ou insubstitu�vel, come�a a virar um pequeno ditador. Por isso, eu sou favor�vel � altern�ncia de poder”, afirmou. No meio do caminho, pisou na bola: “Posso ser contra, mas n�o posso ficar interferindo nas decis�es de um povo. N�s temos que defender a autodetermina��o dos povos. Por que a Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder e o Daniel Ortega n�o?”

Lula foi contestado pela entrevistadora, que lembrou ao petista que Merkel n�o mandava prender seus opositores, como Ortega. Lula ainda tentou consertar, mas o estrago j� estava feito. Merkel governou a Alemanha por 16 anos, num regime parlamentarista, no qual dependia de resultados eleitorais e das alian�as no Congresso para se manter no cargo. Ortega se reelegeu, pela quarta vez sucessiva, depois de mandar prender sete candidatos de oposi��o e inventar candidatos laranjas.

As alian�as de Lula na Am�rica Latina, principalmente com Nicol�s Maduro, na Venezuela, e Daniel Ortega, na Nicar�gua, al�m da defesa do regime comunista em Cuba, s�o pontos fracos da sua candidatura, porque sinalizam falta de compromisso com a democracia representativa. Provocado por jornalistas, o petista levantou suspeitas sobre suas inten��es: “N�o � s� em Cuba que protestos s�o proibidos. No mundo inteiro protestos s�o proibidos. Greves s�o proibidas. A pol�cia bate em muita gente, no mundo inteiro a pol�cia � muito violenta”, argumentou.

Existe muita ambiguidade nas posi��es do PT em rela��o � democracia representativa. O partido fez autocr�tica pela esquerda em rela��o ao governo da presidente Dilma Rousseff, que foi afastada pelo impeachment, o que os petistas classificam como um “golpe de estado”. Na resolu��o que analisou as raz�es do impeachment, o PT defende posi��es do tipo n�o controlamos a m�dia, fizemos concess�es demais aos aliados do Centr�o e � oposi��o, erramos nas indica��es para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Essa postura abre espa�o para todos os advers�rios, n�o somente o presidente Jair Bolsonaro. J� vinha sendo atacada pelo candidato do PDT, Ciro Gomes, que representa uma barreira � amplia��o das alian�as petistas em dire��o ao centro pol�tico. Mas � a narrativa contr�ria � Opera��o Lava-Jato e a falta de autocr�tica em rela��o ao esc�ndalo da Petrobras revelam uma nova amea�a: a pr�-candidatura do ex-ministro da Justi�a Sergio Moro.

A jornada do her�i

O ex-juiz da 13a Vara Federal de Curitiba, que comandou a Lava-Jato e condenou Lula, voltou dos Estados Unidos, onde trabalhava como consultor num grande escrit�rio de advocacia, e entrou na cena eleitoral com muita for�a. Moro avan�a na faixa dos indecisos para ocupar espa�os desejados por outros candidatos: o ex-ministro da Sa�de Luiz Henrique Mandetta (DEM), o presidente do Senado, (Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Os governadores Jo�o Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) se enrolaram nas pr�vias do PSDB e disputam uma partida de soma zero.

No hemisf�rio das paix�es pol�ticas, houve uma mudan�a de cen�rio. O choque principal da elei��o era entre dois pol�ticos carism�ticos com passagens pelo poder, que permitem compara��es objetivas sobre suas realiza��es passadas, e candidatos que se esfor�avam, para trazer a disputa para o terreno da racionalidade de propostas exequ�veis de futuro.

Moro p�s em cena o mito da jornada do her�i, cujo padr�o � aquele da odisseia grega de Ulysses. O her�i se aventura de um mundo familiar para terras estranhas e �s vezes amea�adoras: a passagem pelo deserto, a tempestade no oceano ou a travessia da floresta escura. Com isso, atrai aqueles que est�o se sentindo perdidos e desorientados, mas que podem mudar de vida e se beneficiar se aventurando a segui-lo, por n�o terem quase nada a perder.




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