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Estado de Minas Entre linhas

Artigo de ex-ministro de Lula sinaliza aposta em disputa eleitoral

Mantega sinaliza preocupa��o sim�trica � de Bolsonaro: consolidar a atual polariza��o, demarcando o terreno ocupado pelo petista com discurso de esquerda


06/01/2022 04:00 - atualizado 06/01/2022 07:07

Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda
Ex-ministro da Fazenda mostra em artigo o que pensa o grupo de economistas que assessora o petista (foto: Valter Campanato/ABr - 5/12/12)
O artigo do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega sobre a pol�tica econ�mica do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, na verdade um resumo do que pensa o grupo de economistas que o assessora, desconectou o projeto petista do colapso econ�mico do governo Dilma Rousseff em 2015, o que despertou grande pol�mica entre analistas e economistas. Ao mesmo tempo, demarcou claramente a candidatura de Lula como um projeto de esquerda, que batizou de social-desenvolvimentista, e n�o de centro-esquerda.

A narrativa de Mantega emula com o discurso nacional-desenvolvimentista do candidato do PDT, Ciro Gomes; ao mesmo tempo, aparta o projeto petista dos setores que defendem uma pol�tica social-liberal e de plena integra��o � economia mundial, o que pode facilitar a vida dos demais candidatos que lutam por um lugar ao sol na chamada terceira via: S�rgio Moro (Podemos), Jo�o Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB), Rodrigo Pacheco (PSD) e Alessandro Vieira (Cidadania).  Essa agenda conta com certo consenso entre os agentes econ�micos, por�m n�o sensibiliza o eleitorado, porque n�o enfrenta o problema das pol�ticas p�blicas universalistas, do desemprego, da precariza��o do trabalho e das injusti�as sociais.

A alian�a entre setores social-democratas, liberais e conservadores comprometidos com o Estado de direito democr�tico foi o eixo do governo de Fernando Henrique Cardoso, mas hoje n�o se materializa, porque nenhuma lideran�a foi capaz de traduzi-la em termos program�ticos e eleitorais. Em tese, Moro, Doria, Tebet, Pacheco e Vieira s�o nomes que poderiam represent�-la, unindo os setores centristas e moderados de esquerda e direita, mas nenhum desses candidatos at� agora se revelou capaz de faz�-lo. Qual a raz�o? H� v�rias, dependendo do candidato.

No caso de Moro, sua narrativa lava-jatista afasta naturalmente os pol�ticos profissionais, principalmente os enrolados ou chamuscados pela crise �tica. Doria enfrenta o carma de ser um pol�tico com cabe�a, tronco e membros de paulista, e uma forte dissid�ncia partid�ria, principalmente em Minas e no Rio Grande do Sul. Tebet sinaliza a ocupa��o de espa�o pelas mulheres, mas a c�pula do seu partido � especialista em cristianizar seus candidatos. Pacheco n�o tem a menor chance de viabilizar a candidatura sem unir Minas em torno do seu nome; Vieira pertence a um pequeno partido, cuja sobreviv�ncia depende da forma��o de uma federa��o com outra legenda mais forte.

Entretanto, como diria o Bar�o de Itarar�, se dependesse dos t�cnicos, o besouro n�o poderia voar. As elei��es presidenciais, desde a surpreendente ascens�o de Lula ao segundo turno em 1989, mostram que um candidato sem chances aparentes pode surpreender e chegar ao Pal�cio do Planalto. Em 2018, foi o que aconteceu, com a elei��o do presidente Jair Bolsonaro. Mas � preciso passar no teste de S�o Tom�, ou seja, nessas elei��es, � preciso ver para crer.

Polariza��o


O artigo de Mantega sinalizou uma preocupa��o muito sim�trica � do presidente Jair Bolsonaro, ou seja, consolidar a atual polariza��o eleitoral, demarcando o terreno j� ocupado com uma narrativa ideologicamente definida. Uma esp�cie de carimbo no passaporte para o segundo turno, facilitada pela fragmenta��o eleitoral dos setores pol�ticos que defendem um projeto alternativo a ambos, com uma narrativa nem-nem. A candidatura de Ciro Gomes, num eventual segundo turno, baldearia votos para o ex-presidente Lula, mesmo que o pedetista resolva se mandar para Paris. Processo semelhante pode ocorrer com a base eleitoral de Moro, profundamente antipetista, que poderia tamb�m transferir grande parte dos seus votos para Bolsonaro no segundo turno, mesmo com Moro tomando outro rumo.

Restam Doria, Tebet, Pacheco e Vieira, que t�m mais afinidades program�ticas do que diferen�as. Quem dos quatro poderia ter mais adensamento eleitoral, considerando, agora sim, os seus pontos fortes? Em princ�pio, seria Doria, governador do maior estado do pa�s. Mas isso n�o � documento, haja vista o desempenho p�fio de Orestes Qu�rcia (MDB), em 1994, e de Geraldo Alckmin (PSDB) nas elei��es passadas. Tudo vai depender de quem tiver mais capacidade de tecer alian�as e demover outros candidatos, e do seu posicionamento estrat�gico em rela��o aos problemas do pa�s, al�m de uma narrativa eleitoral que surpreenda os advers�rios, seduzindo os eleitores. Por mais que Lula e Bolsonaro estejam em vantagem, ningu�m ganha elei��o de v�spera.

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