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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Assunto cabeludo da pauta de Bolsonaro com Putin � a Defesa

Hoje, a coopera��o militar do Brasil com a R�ssia � limitada


15/02/2022 04:00 - atualizado 15/02/2022 07:35

Jair Bolsonaro, ao transmitir o cargo para o vice-presidente, Hamilton Mourão
Bolsonaro embarcou para a R�ssia ap�s transmitir o cargo para Mour�o (foto: ALAN SANTOS/PR)
O comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, n�o viajou ontem com o presidente Jair Bolsonaro para Moscou, que seguiu a convite do presidente Vladimir Putin. Era o �nico comandante das For�as Armadas que estava confirmado na comitiva, que inclui os generais do Pal�cio do Planalto: o ministro das Rela��es Exteriores, Carlos Alberto Fran�a, e o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, al�m do secret�rio de Assuntos estrat�gicos, almirante Fl�vio Rocha. Garnier testou positivo para COVID-19. O protocolo russo para a visita exige testes ao longo da viagem de toda a comitiva. Bolsonaro se reunir� com Putin amanh�.

Entre os principais assuntos a serem tratados na viagem, a compra de fertilizantes russos por parte do Brasil � o mais importante. Bolsonaro encontra o presidente russo num momento de grande tens�o internacional, na qual o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro brit�nico, Boris Jonhson, afirmam que existe uma amea�a de invas�o iminente da Ucr�nia por tropas russas e prometem duras retalia��es, se isso ocorrer.

Embora do ponto de vista geopol�tico os interesses e alian�as estrat�gicas da R�ssia e do Brasil sejam distintos, principalmente na Am�rica do Sul, por causa da coopera��o entre Putin e Nicolas Maduro, da Venezuela, h� muitas afinidades entre os dois pa�ses por causa dos Brics, que tamb�m re�ne China, �frica do Sul e �ndia, e do Conselho de Seguran�a da ONU, do qual o Brasil agora faz parte, como membro tempor�rio. Na quinta-feira, Bolsonaro embarcar� para Budapeste, capital da Hungria, onde se encontrar� com o primeiro-ministro do pa�s, Viktor Orb�n, este sim, um aliado ideol�gico de primeira hora de Bolsonaro.

A viagem foi marcada desde novembro, pelo ministro das Rela��es Exteriores, Carlos Fran�a, que opera uma estrat�gia para tirar Bolsonaro do isolamento internacional. De certa maneira, o encontro com Putin, emoldurado pela dramatiza��o da crise ucraniana pela m�dia internacional, ao mesmo tempo em que p�e o presidente brasileiro no centro das aten��es mundiais, pode ter consequ�ncias diplom�ticas negativas.

O trauma das Malvinas

O assunto cabeludo da pauta de Bolsonaro com Putin � a Defesa. A coopera��o militar do Brasil com a R�ssia � muito limitada historicamente, por causa da alian�a com os Estados Unidos. O sistema antia�reo Pantsir-S1, oferecido pelos russos, j� foi rejeitado pelo comandante da For�a A�rea, brigadeiro Carlos Almeida Baptista, por incompatibilidade conceitual. O programa de compra de 12 helic�pteros de ataque Mi-35M, iniciado em 2012, foi para a geladeira. Entretanto, o Brasil tem outros interesses que poderiam levar � coopera��o militar com a R�ssia: o programa do submarino nuclear (PROSUB). � a� que desist�ncia do comandante da Marinha, por raz�es de sa�de, pode ter sido providencial.

A Guerra das Malvinas � um trauma geopol�tico no Atl�ntico Sul, controlado pelo Reino Unido. Uma simples carta n�utica mostra a hegemonia brit�nica, controlando o acesso � Ant�rtica e ao Oceano �ndico. As ilhas de Ascens�o, Santa Helena, Trist�o da Cunha, Gouch, Sandwich do Sul, Ge�rgia do Sul, Orcadas do Sul e Malvinas s�o brit�nicas. A ilha de Martim Vaz foi descoberta em 1501 pelo navegador galego Jo�o da Nova. No ano seguinte, o navegador portugu�s Est�v�o da Gama visitou a ilha vizinha, Trindade.  Na independ�ncia do Brasil, passaram a ser brasileiras. Em 1890, o Reino Unido ocupou Trindade, mas os ingleses abandonaram as ilhas em 1896, depois de um acordo entre os dois pa�ses, que contou com media��o portuguesa.

A devolu��o de Trindade ao Brasil por meios diplom�ticos resolveu um grave problema, o mesmo n�o ocorreu com as Malvinas. O arquip�lago foi disputado por espanh�is, franceses e argentinos. O Reino Unido ocupou o arquip�lago em 1833. Em abril de 1982, for�as argentinas ocuparam o territ�rio. Em dois meses, os brit�nicos recuperaram a ilha. Com a Guerra das Malvinas, reafirmaram sua hegemonia no Atl�ntico Sul, com apoio dos Estados Unidos. A guerra p�s de cabe�a para baixo a Doutrina Monroe e a antiga Doutrina de Seguran�a Nacional do regime militar. Nasce da� o conceito de Amaz�nia Azul, da Marinha do Brasil.

Mas como defender a nossa plataforma continental e suas riquezas? Ora, aumentando o poder de dissuas�o por meio de um submarino nuclear, conclu�ram os nossos estrategistas militares. A constru��o desse submarino preocupa os Estados Unidos e a Inglaterra; somente � poss�vel porque o Brasil desenvolveu ser reator nuclear e a Fran�a ajudou na constru��o do casco, transferindo tecnologia. Mas h� gargalo tecnol�gico no sistema el�trico. Se quiser, Putin podem ajudar, mas esse tipo de acordo reposicionaria o Brasil em rela��o � Otan. Os comandantes militares n�o s�o bestas, ca�ram fora da comitiva.


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