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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Nova guerra fria esquenta com escalada da crise ucraniana gerada por Putin

Interven��o militar russa em Donets e Luhansk � a antessala de uma uma crise sem precedentes na Europa


22/02/2022 04:00 - atualizado 22/02/2022 07:34

Vladimir Putin, presidente da Rússia
Vladimir Putin reconheceu independ�ncia de regi�es separatistas (foto: NIKOLSKY/SPUTNIK/AFP)
O grande her�i do trabalho da antiga Uni�o Sovi�tica nasceu na �ltima noite de agosto de 1935, quando o mineiro Alexei Stakhanov extraiu 105 toneladas de carv�o em seis horas de trabalho. A cota era de sete toneladas. A proeza do jovem oper�rio da mina Irmino, na bacia carbon�fera �s margens do rio Donets, de origem ao chamado “stakhanovismo”, um movimento de emula��o entre trabalhadores com objetivo de aumentar a produtividade da economia.

Em pleno esfor�o de industrializa��o pesada da antiga R�ssia e de coletiviza��o for�ada do campo (que daria origem � “grande fome” na Ucr�nia), o movimento empolgou os mineiros da regi�o e se estendeu a outros ramos da economia. A m�quina de propaganda de Joseph St�lin al�ou � categoria de her�is comunistas oper�rios e agricultores que se destacaram por bater recordes de produ��o.

Por muito pouco o presidente russo, Vladimir Putin, n�o exumou Stakhanov e St�lin, ontem, ao anunciar o reconhecimento da independ�ncia das duas regi�es separatistas da Ucr�nia - Donetsk, que projetou Alexei Stakhanov, e Luhansk -, como independentes. Em pronunciamento que p�s mais lenha na fogueira da crise ucraniana, Putin disse que A Ucr�nia moderna � uma inven��o do l�der comunista Vladimir L�nin, ao criar a Uni�o Sovi�tica.

Com todas as letras, afirmou que as terras ancestrais do leste ucraniano s�o russas. “A Ucr�nia � parte integrante da nossa hist�ria”, afirmou. � que a g�nese da R�ssia � o principado de Kiev, a atual capital da Ucr�nia, desde que Vladimir, o Grande, que reinou de 980 a 1015, converteu o povo rus (uma controversa mistura de magiares, eslavos e vikings) ao cristianismo.

Putin tamb�m autorizou o envio de militares russos para "manter a paz" nas regi�es separatistas da Ucr�nia, em decreto assinado ontem. Donetsk e Luhansk s�o regi�es que falam o russo e est�o sob controle de rebeldes. Com apoio dos Estados Unidos e da Inglaterra, o governo ucraniano se preparava para retomar a soberania sobre essas �reas, ao mesmo tempo em que anunciava a inten��o de ingressar na Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte (Otan).

A rea��o da R�ssia foi deslocar aproximadamente 150 mil militares para a fronteira, com tanques, ganh�es, misseis, helic�pteros e ca�as. O clima de “guerra fria” que havia se instalado esquentou a ponto de provocar compara��es com a crise de 2008 com a Ge�rgia, que tamb�m havia manifestado a inten��o de ingressar na Otan, o que provocou uma guerra quente que durou cinco dias. Com a decis�o de ontem, Putin pagou para ver, depois de muitas negocia��es frustradas com os principais l�deres europeus, principalmente, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

F�rmula Kissinger

A retalia��o imediata de Biden foi a aprova��o de san��es econ�micas �s duas autoproclamadas rep�blicas separatistas. A interven��o militar russa nas duas regi�es, por�m, � a antessala de uma guerra entre a Federa��o Russa e a Ucr�nia, o que vai gerar uma crise sem precedentes na Europa. Putin vem reiterando que a Otan j� avan�ou demais no Leste europeu e que n�o vai permitir a entrada da Ucr�nia no pacto militar do Ocidente.

Uma raz�o � geopol�tica: a estrat�gia de defesa da R�ssia depende da profundidade de seu territ�rio. N�o existe nenhuma barreira f�sica de dif�cil transposi��o na plan�cie europeia que se estende de Paris a Moscou. Esse foi o caminho de Napole�o e de Adolf Hitler para invadir a R�ssia. Kiev est� a menos de 900km de Moscou. A outra, � econ�mica: a bacia do Dombass � uma das maiores prov�ncias carbon�feras do mundo, rica em carv�o e g�s natural. Na divis�o internacional do trabalho, a R�ssia tem uma voca��o natural de produtor de energia para a Europa Central.

Tudo isso � de conhecimento de todos os pa�ses envolvidos na crise, principalmente os Estados Unidos e a Inglaterra, que encurralaram Putin, e a Alemanha e a Fran�a, que lideram a turma do deixa disso. O problema � que a Ucr�nia � dividida desde os tempos de Pedro, o Grande, que expulsou os suecos da regi�o em 1709. Uma parte � ortodoxa, outra � cat�lica; uma fala russo, outra ucraniano; uma � aliada da R�ssia, outra do Ocidente. A f�rmula de Henry Kissinger, o grande estrategista da diplomacia dos Estados Unidos na “guerra-fria”, seria os dois lados se unirem para barganhar com a R�ssia e o Ocidente o que fosse melhor para o pa�s, mantendo-se fora da Otan. Mas n�o � o que acontece.

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