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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Mercado financeiro perde confian�a na pol�tica monet�ria do governo

Aus�ncia de diretor de pol�tica econ�mica no Banco Central (BC) � apontada como causa da incoer�ncia do Copom


18/03/2022 04:00 - atualizado 18/03/2022 07:13

Sede do Banco Central em Brasíila
Banco Central continua sem indica��o de dois diretores pelo Senado (foto: MARCELLO CASAL JR./AG�NCIA BRASIL)
 
Para o mercado financeiro, a principal �ncora da economia, a pol�tica de juros, virou uma biruta de aeroporto na �ltima reuni�o do Conselho de Pol�tica Monet�ria (Copom), que aumentou a taxa b�sica de juros de 10,75% ao ano para 11,75% ao ano, mas sinalizou que a Selic vai a 12,75% em maio. A expectativa gerada � de que o arrocho monet�rio n�o vai parar por a� e a economia pode mergulhar numa nova “grande depress�o”.

Essas preocupa��es decorrem do papel cada vez mais subalterno do ministro da Economia, Paulo Guedes, nas decis�es econ�micas do governo, o que se reflete inclusive na demora para aprova��o de dois diretores do Banco Central (BC) pelo Senado. O presidente da Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado, senador Otto Alencar (PSD-BA), engavetou as duas indica��es para os cargos de diretor de pol�tica econ�mica e diretor do sistema financeiro, com o argumento de que o governo est� sem l�der na Casa, desde a sa�da do senador Fernando Bezerra (MDB-PE) do cargo.

Diogo Abry Guillen, indicado para a diretoria de pol�tica econ�mica, de 39 anos, � formado em Economia pela PUC-RJ, onde concluiu mestrado. Tem doutorado pela Universidade de Princeton e atualmente � economista-chefe da Ita� Asset Management. Renato Dias de Brito Gomes, indicado para a diretoria de organiza��o do sistema financeiro, de 41 anos, tamb�m � formado em Economia pela Pontif�cia Universidade Cat�lica do Rio (PUC-RJ), onde fez o mestrado. Concluiu o doutorado na Northwestern University, nos EUA.

Um trecho da ata da reuni�o do Copom de ontem acendeu a luz vermelha no mercado, quando afirma que “pol�ticas fiscais que impliquem impulso adicional da demanda agregada ou piorem a trajet�ria fiscal futura podem impactar negativamente pre�os de ativos importantes e elevar os pr�mios de risco do pa�s”. A ado��o desse “cen�rio alternativo” para as proje��es de infla��o do Banco Central (BC) gerou inquieta��o entre os analistas.

O BC trabalha com a hip�tese de o pre�o do barril do petr�leo chegar a US$ 100 ao final de 2022. Com base nessa avalia��o, acredita que a infla��o neste ano chegar� a 6,3%. Entretanto, essa avalia��o est� em contradi��o com o boletim Focus do pr�prio BC, que estima a infla��o em 7,1% em 2022, com uma desacelera��o para 3,4% em 2022. Quando fala em “impulso de demanda agregada”, o BC est� se referindo �s medidas que est�o sendo tomadas pelo presidente Jair Bolsonaro para estimular o consumo e reduzir o impacto da alta dos combust�veis no custo de vida.

Petr�leo e juros

Depois da pandemia, que jogou a economia no ch�o e provocou a desorganiza��o dos pequenos neg�cios, al�m de desemprego em massa, o governo se depara com uma nova vari�vel que foge ao seu controle: a guerra da Ucr�nia. As expectativas de que seria um conflito que duraria no m�ximo 10 dias n�o se confirmaram; as dur�ssimas san��es contra a R�ssia tamb�m surpreenderam. Al�m disso, os juros nos Estados Unidos est�o subindo, o que amplia o peso do cen�rio externo na economia brasileira.

A aus�ncia de um diretor de pol�tica econ�mica no Banco Central (BC) est� sendo apontada como a principal causa da incoer�ncia e inconsist�ncia das an�lises do Copom. A implic�ncia maior � com o fato de as proje��es estarem baseadas no pre�o dos combust�veis, que s�o muito vol�teis, e n�o levarem em conta que Federal Reserve (Fed), pelo mesmo motivo, possa ter que alterar a proje��o de seis reajustes mensais da ordem de 0,25% nas taxas de juros dos Estados Unidos.

H� uma diferen�a fundamental entre os dois pa�ses: o Brasil est� estagnado, enquanto os Estados Unidos crescem. Um dos motivos alegados pelo pr�prio presidente do Fed, Jerome Powell, para elevar os juros, foi justamente o aquecimento da economia norte-americana. N�s aqui estamos elevando os juros numa situa��o de baix�ssimo crescimento. L� a taxa estava pr�xima de zero, e aqui j� subiu para 11,75%.

Essas press�es inflacion�rias atrapalham os planos de reelei��o do presidente Jair Bolsonaro, que imaginava entrar no processo eleitoral de vento em popa, com a economia em recupera��o, gerando novos empregos, e relativo aquecimento da economia, em decorr�ncia da inje��o de recursos federais no or�amento das fam�lias, como o Aux�lio Brasil, no valor de R$ 400. O impacto direto do programa nos bols�es de pobreza das grandes cidades e do interior totalizar� R$ 90 bilh�es em transfer�ncia de renda.

Bolsonaro pretende gastar muito na elei��o: R$ 30 bilh�es em saques antecipados do FGTS; R$ 56 bilh�es do d�cimo terceiro adiantado para pensionistas e aposentados do INSS; R$ 120 bilh�es de subs�dios para os combust�veis; R$ 230 bilh�es de ren�ncias fiscais. Os cortes de impostos e subs�dios fiscais poder�o chegar a R$ 230 bilh�es. Essas medidas, por�m, s�o consideradas inflacion�rias pelos agentes econ�micos.



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