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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Bolsonaro exonera ministro da Educa��o na tentativa de salvar a reelei��o

Pastor presbiteriano e professor, Milton Ribeiro est� envolvido em esc�ndalo no Minist�rio da Educa��o com suposto pagamento de propinas


29/03/2022 04:00 - atualizado 29/03/2022 07:51

Ex-ministro da Educação Milton Ribeiro
A exonera��o do ministro Ribeiro foi uma mudan�a de postura do presidente, que costuma resistir � demiss�o de auxiliares quando sofrem den�ncias da imprensa (foto: Isac N�brega/PR - 16/7/20)

O presidente Jair Bolsonaro exonerou ontem o ministro da Educa��o, Milton Ribeiro, o quarto titular da pasta em seu governo. Pastor presbiteriano e professor, no comando do minist�rio desde julho do ano passado, n�o suportou o desgaste provocado pelas den�ncias de que havia um gabinete paralelo no MEC, no qual dois pastores evang�licos supostamente distribu�am verbas oficiais em troca de propinas.

Ribeiro nega as acusa��es, que foram corroboradas por den�ncias de prefeitos abordados pelos pastores Gilmar Santos, presidente da Conven��o Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil Cristo Para Todos (Conimadb), e Arilton Moura, ligado � Assembleia de Deus. A queda do ministro ocorre uma semana ap�s a revela��o de uma grava��o, pelo jornal Folha de S. Paulo, na qual o ministro disse repassar verbas do minist�rio para munic�pios indicados por dois pastores, a pedido do presidente Jair Bolsonaro.

Ribeiro tentou desdizer a afirma��o para proteger Bolsonaro, mas o esc�ndalo ganhou outra dimens�o ap�s prefeitos revelarem os pedidos de propinas, inclusive em barras de ouro. A rea��o negativa na opini�o p�blica levou integrantes da pr�pria base do governo a pedirem a cabe�a de Ribeiro, inclusive parlamentares ligados aos setores evang�licos.

As pesquisas de opini�o tamb�m revelaram as den�ncias j� estavam come�ando a contaminar a imagem do presidente Jair Bolsonaro, al�m de terem sa�do de controle do Pal�cio do Planalto, porque o procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, pediu a abertura de investiga��es sobre o caso � Pol�cia Federal. Sem ocupar nenhum cargo no governo, os pastores participaram de reuni�es com autoridades e encontros com Bolsonaro, al�m de fazer a intermedia��o com prefeitos para libera��o de recursos, o que por si s� seria uma n�o conformidade.

Nova postura


A exonera��o do ministro Ribeiro foi uma mudan�a de postura de Bolsonaro, que costuma resistir � demiss�o de auxiliares quando sofrem den�ncias da imprensa. Geralmente, elas s� ocorrem quando o desgaste pol�tico come�a realmente a incomodar os aliados do governo no Congresso, ainda mais em se tratando de um ministro alinhado ideologicamente com o presidente da Rep�blica.

O Minist�rio da Educa��o � considerado estrat�gico por Bolsonaro, que estabeleceu como uma de suas prioridades combater a influ�ncia de intelectuais e educadores na pol�tica educacional do governo. Essa orienta��o era preconizada pelo falecido escritor Olavo de Carvalho, que combatia o chamado “marxismo cultural”, como chamava a hist�rica influ�ncia das ideias progressistas na cultura e na educa��o.

Santista, Ribeiro � graduado em teologia pelo Semin�rio Presbiteriano do Sul, doutor em educa��o pela Universidade de S�o Paulo (USP) e mestre em direito constitucional pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, da qual foi vice-reitor. Pastor da Igreja Presbiteriana, chegou a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) por crime de homofobia. Ribeiro atribuiu a homossexualidade a “fam�lias desajustadas”.

A dura rea��o �s den�ncias por parte da oposi��o e dos setores ligados � educa��o p�blica, gratuita e laica n�o foi a causa da demiss�o. As evid�ncias de que existia um esquema de corrup��o no Minist�rio da Educa��o, anterior at� � chegada de Ribeiro, criaram um clima favor�vel � instala��o de uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito no Congresso para investigar o caso. O alarme de perigo � vista no Pal�cio do Planalto, do qual os dois pastores eram frequentadores habituais, selou o destino do ministro.

Um dos mantras do presidente Jair Bolsonaro e dos seus aliados � de que n�o h� corrup��o no governo. Nesse esc�ndalo, marcado pelo simbolismo in�dito do pedido de barra de ouro, o principal benefici�rio eleitoral seria o ex-juiz S�rgio Moro, pr�-candidato a presidente da Rep�blica empunhando a bandeira da Lava-Jato.

Eduardo e Doria


O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, anunciou ontem que est� deixando o cargo. Em entrevista coletiva no Pal�cio Piratini, anunciou tamb�m que pretende permanecer no PSDB. A decis�o de Leite p�s uma saia justa no governador de S�o Paulo, Jo�o Doria, que est� sendo pressionado a desistir da candidatura � Presid�ncia, porque n�o deslancha nas pesquisas de opini�o.

No domingo, em entrevista, Doria disse que as articula��es para remov�-lo da disputa em favor de Eduardo Leite s�o um golpe nas pr�vias do PSDB, nas quais foi escolhido. Ontem, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que apoia Doria, disse que o resultado das pr�vias deve ser respeitado. � �poca, o governador paulista obteve 53,99% dos votos nas pr�vias, enquanto Leite registrou 44,66%. O ex-senador Arthur Virg�lio ficou com 1,35% dos votantes.

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