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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Situa��o do pr�-candidato Jo�o Doria � insustent�vel, ap�s a trai��o

O governador Rodrigo Garcia tamb�m comunicou aos aliados que est� fora da campanha


19/05/2022 04:00 - atualizado 19/05/2022 07:52

João Doria com os braços erguidos
Doria venceu as pr�vias, mas nunca teve apoio da c�pula do PSDB (foto: CARLOS VIEIRA/EM/D.A.PRESS)

 

Difundiu-se no Ocidente que a palavra Weiji significa crise e oportunidade em chin�s, simultaneamente. Essa tradu��o � atribu�da ao linguista norte-americano Benjamin Zimmer, num editorial de um jornal em l�ngua inglesa para mission�rios na China, de 1938. Ganhou popularidade ap�s um discurso antol�gico de John F. Kennedy em Indian�polis, no dia 12 de abril de 1959.

Desde ent�o, integra o vocabul�rio otimista de pol�ticos, consultores, economistas e executivos. A crise do PSDB seria, assim, uma oportunidade de refunda��o.

 

O sin�logo Victor H. Mair, da Universidade da Pensilv�nia, por�m, lembra que essa interpreta��o n�o � absoluta: enquanto Wei significa "perigo, perigosos; causar perigo, amea�ar; risco; prec�rio, precipitado; alto; medo, pavor, receio".

E ji pode ter outros significados, como “ocasi�o apropriada, ponto crucial, momento incipiente, segredo, ardil". Esse � o ponto em que se encontra a crise do PSDB, cuja c�pula resolveu descartar a candidatura do ex-governador Jo�o Doria, mas ainda n�o sabe como faz�-lo por acordo.

 

O presidente do PSDB, deputado Bruno Ara�jo (PE), n�o construiu uma sa�da negociada para Doria e percorreu um roteiro que esgar�ou demais as rela��es dentro do partido, em raz�o de manobras, dissimula��es e trai��es.

A pr�via realizada para escolher o candidato do PSDB, na qual Jo�o Doria foi vencedor, revelou-se muito mais um ardil para afast�-lo do Pal�cio dos Bandeirantes do que um processo de escolha democr�tica, como fora concebido na origem.

Doria venceu as elei��es com apoio dos que hoje o est�o defenestrando da candidatura, depois alijar da disputa o ex-governador ga�cho Eduardo Leite, que pleiteava a vaga de candidato a presidente da Rep�blica.

 

Pela primeira vez em sua hist�ria, o PSDB se apresenta como alternativa de poder, abdica de propor os rumos do pa�s.

Os bastidores da reuni�o da c�pula do PSDB de ter�a-feira, para a qual Jo�o Doria n�o foi chamado, nem de longe se parecem com os encontros liderados por Franco Montoro, Jos� Rocha, M�rio Covas, Fernando Henrique Cardoso, Jos� Serra, Euclides Scalco, Jaime Santana e outros fundadores da legenda.

Muitas vezes, eram almo�os ou jantares frugais, nos quais a experi�ncia pol�tica de alguns e as ideias iluministas de outros teciam uma praxis pol�tica inovadora para os padr�es brasileiros, em busca de um projeto social-democrata que se plasmasse � realidade nacional.

 

Esse PSDB n�o existe mais, est� se acabando melancolicamente. Naqueles encontros, os interesses do pa�s, a lealdade e o compromisso entre seus l�deres eram mais importantes do que as eventuais diverg�ncias sobre como levar adiante as ideias comuns.

Hoje, o que est� acontecendo n�o � a falta de consenso, � a falta de projeto mesmo. A transa pol�tica passou a ser o modus operandis do PDSB no Congresso, sua bancada mergulhou de cabe�a no or�amento secreto do Centr�o e est� mais preocupada em aumentar sua fatia no fundo eleitoral do que em construir uma alternativa de poder, que se contraponha ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e ao presidente Bolsonaro, que hoje polarizam as elei��es.

Falta combinar

No domingo passado, Rodrigo Garcia sugeriu a Doria que desistisse da candidatura e lhe comunicou que faria campanha em S�o Paulo sem a sua companhia. Foi um xeque-mate na candidatura.


Uma conversa como essa seria inimagin�vel entre Mario Covas e Geraldo Alckmin ou Jos� Serra e Alberto Goldman, por exemplo.

Garcia � uma inven��o de Doria, que cometeu o grave erro de terceirizar a pol�tica como governador e cuidar apenas da gest�o administrativa e financeira do governo de S�o Paulo, uma das causas de sua rejei��o e da falta de apoio pol�tico.

 

Quando Doria descobriu que estava sendo sabotado pelo vice e amea�ou concorrer � reelei��o, permanecendo no Pal�cio dos Bandeirantes, j� era tarde demais.

Levou um ultimato dos aliados de Garcia, que amea�aram at� destitui-lo do cargo, com um impeachment. Nunca houve um precedente desta ordem na pol�tica de S�o Paulo.

Agora, n�o existe a menor possibilidade de Doria manter sua candidatura, sem apoio do governador paulista, que ocupa o v�rtice do sistema de poder interno do PSDB pela for�a do cargo.

 

Bruno Ara�jo � um operador pol�tico de Garcia. Ontem, na reuni�o com o presidente do Cidadania, Roberto Freire, e o presidente do PMDB, Baleia Rossi, o presidente do PSDB desligou os aparelhos e decretou a morte cerebral do Doria candidato.

Antes, bloqueou os recursos da pr�-campanha e decidiu cobrar os 12 milh�es do fundo partid�rio que j� foram gastos pelo ex-governador paulista para se movimentar e estruturar sua pr�-campanha.

 

O governador Rodrigo Garcia tamb�m comunicou aos aliados que est� fora da campanha de Doria, cujo apoio agora se restringe aos empres�rios amigos e poucos deputados leais.

O consenso secreto a que chegaram os protagonistas da candidatura �nica, que ser� submetido �s dire��es partid�rias e foi anunciado ontem, � um segredo de Polichinelo: a pesquisa quantitativa e qualitativa feita sob em comenda para demover Doria apontou a senadora do MDB, Simone Tebet (MS), como a candidata mais competitiva de centro, por ter menos rejei��o e ser menos conhecida.

S� falta combinar com os eleitores.


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