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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Doria desiste mas PSDB continua dividido

O ex-governador paulista nunca teve grande apoio fora de S�o Paulo. Sua desist�ncia, por�m, n�o unifica o PSDB


24/05/2022 04:00 - atualizado 24/05/2022 07:22

O ex-governador de São Paulo João Dória
Jo�o D�ria: superexposi��o na m�dia alavancou rejei��o nas pesquisas de opini�o

O ex-governador de S�o Paulo Jo�o Doria jogou a toalha e desistiu da candidatura � Presid�ncia da Rep�blica, ap�s ser comunicado pela c�pula da legenda de que seria candidato de si mesmo. Doria perdeu o apoio do grupo liderado pelo governador Rodrigo Garcia, que lhe sucedeu, e pelo presidente do PSDB, deputado Bruno Ara�jo (PE), aliados aos presidentes do Cidadania, Roberto Freire, e do MDB, deputado Baleia Rossi. Se depender dos presidentes dos tr�s partidos, a candidata da chamada terceira via ser� a senadora Simone Tebet (MS), do MDB.
 
Doria foi v�tima dele mesmo. Rompeu com seu padrinho pol�tico, Geraldo Alckmin, que hoje � o vice na chapa do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. A alian�a de segundo turno que havia feito com o presidente Jair Bolsonaro, em 2018, rompeu-se no come�o da pandemia de COVID 19 por causa da pol�tica de distanciamento social adotada pelo governo paulista para restringir a propaga��o da doen�a. Quando o Instituto Butantan, pioneiramente, come�ou a produzir a vacina chinesa CoronaVac, Doria se tornou o principal advers�rio do presidente Jair Bolsonaro, cujo negacionismo combateu em entrevistas di�rias pela tev�.
 
A superexposi��o na m�dia, por�m, alavancou sua rejei��o nas pesquisas de opini�o, embora viesse fazendo um bom governo, dos pontos de vista administrativo e financeiro. Doria nunca teve uma tr�gua das lideran�as petistas de seu estado, muito fortes nas �reas da sa�de e da educa��o, e tamb�m sofreu oposi��o sistem�tica dos bolsonaristas de S�o Paulo, principalmente nas �reas do agroneg�cio e da seguran�a p�blica. Lan�ou-se candidato � Presid�ncia em situa��o muito desvantajosa do ponto de vista de imagem.
 
Seu maior erro talvez tenha sido levar o vice-governador Rodrigo Garcia do DEM para o PSDB, o que aprofundou seu isolamento interno, afastando lideran�as hist�ricas, como Geraldo Alckmin, que j� estava com um p� fora da legenda, e os ex-senadores Aloysio Nunes Ferreira e Jos� An�bal. A mudan�a tamb�m provocou o afastamento de sua candidatura do antigo DEM, que viria a se fundir com o PSL e formar o Uni�o Brasil. Al�m disso, Doria terceirizou as articula�oes pol�ticas com deputados federais, estaduais e prefeitos, deixando-as a cargo de Garcia.
 
Ungido seu sucesssor natural, Rodrigo Garcia passou a operar com os deputados Carlos Sampaio (SP), Rodrigo Maia (RJ), Bruno Ara�jo e Baleia Rossi para tornar irrevers�vel a sa�da de Doria do Pal�cio dos Bandeirantes. As pr�vias do PSDB, do ponto de vista pr�tico, serviram apenas para isso. Quando Doria amea�ou n�o disputar a Presid�ncia e permanecer no Pal�cio dos Bandeirantes, Garcia e Araujo assinaram um termo de compromisso garantindo que apoiavam sua a candidatura � Presid�ncia. Doria caiu na armadilha: renunciou ao mandato de governador e acabou defenestrado.

Candidatura pr�pria

O ex-governador paulista tamb�m nunca teve grande apoio fora de S�o Paulo. A desist�ncia de Doria, por�m, n�o unifica o PSDB. Os l�deres hist�ricos da legenda desejam lan�ar uma candidatura pr�pria. Os nomes cogitados s�o os do ex-governador ga�cho Eduardo Leite, que perdeu as pr�vias para Doria e retirou sua candidatura, mas est� desincompatibilizado para concorrer � Presid�ncia, e o senador Tasso Jereissati (CE), um dos fundadores do partido. O deputado A�cio Neves (MG) e o ex-governador de Goi�s Marconi Perilo defendem essa alternativa.
 
Entretanto, a reuni�o da Executiva, que se realizaria hoje, foi suspensa por Bruno Araujo. O grupo paulista n�o quer uma candidatura pr�pria, para assim poder abrir o palanque de Garcia em S�o Paulo, numa tentativa desesperada de viabilizar a reelei��o do atual governador. Pesquisa divulgada ontem pelo Real Big Data revela que o candidato petista Fernando Haddad lidera a disputa com 29%, seguido de Tarc�sio Freitas (PR) e M�rcio Franca (PSB), com 15%. Rodrigo Garcia (PSDB) tem 7%. Nos cen�rios sem Haddad ou Fran�a, Garcia permanece atr�s de Tarc�sio, o candidato do presidente Jair Bolsonaro.
 
A l�gica das articula��es da bancada paulista para remover a candidatura de Doria foi a da al�a de caix�o dif�cil de carregar. Com a desist�ncia, a situa��o se alterou completamente, porque Garcia n�o tem mais nenhuma desculpa para explicar sua desvantagem nas pesquisas eleitorais e precisa recuperar a expectativa de poder que perde a cada dia. Ou seja, provar que a rejei��o de Doria era seu principal obst�culo. Tem a seu favor o grupo econ�mico que apoiava seu antecessor e teve um papel decisivo no convencimento de que o tucano deveria desistir de disputar a Presid�ncia. Entretanto, o ex-ministro de Infraestrutura de Bolsonaro tamb�m transita entre os empres�rios paulistas.
 
Viabilizar o palanque de Simone Tebet em S�o Paulo � uma prioridade na terceira via, mas tanto Baleia Rossi quanto o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que administra a capital paulista, sabem que essa n�o � uma prioridade do atual governador. A candidata do MDB tem apoio pol�tico de Garcia para impedir uma candidatura pr�pria do PSDB, por�m n�o tem nenhuma garantia de apoio eleitoral no estado com o maior eleitorado do pa�s.

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