Mesmo assim, a sobreviv�ncia da candidatura de Simone Tebet no MDB, um partido dominado por velhos caciques pol�ticos regionais, e a indica��o de Gabrilli para vice, pelo PSDB, uma senadora de grande prest�gio em S�o Paulo, s�o obras de grande engenharia pol�tica. Nessa constru��o, destacaram-se a pr�pria candidata, que n�o esmoreceu diante dos desafios, o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi, que bancou sua candidatura at� o fim; o presidente do PSDB, Bruno Ara�jo, que retirou do caminho o ex-governador de S�o Paulo Jo�o Doria, abdicando da candidatura pr�pria; e o presidente do Cidadania, o veterano Roberto Freire, que apostou na alian�a MDB-PSDB-Cidadania, inclusive removendo a candidatura do senador Alexandre Vieira (SE), ent�o no Cidadania, quando a alian�a com o MDB parecia impens�vel.
A escolha do nome de Mara Gabrilli para vice foi uma decis�o estrat�gica. O PSDB de S�o Paulo n�o estava nem a� para Simone Tebet, mais empenhado na reelei��o do governador Rodrigo Garcia, que enfrenta dois advers�rios poderosos: o ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad (PT) e o ex-ministro de Infraestrutura Tarc�sio de Freitas (Republicanos). A decis�o foi tomada na c�pula da alian�a, num encontro das duas senadoras com Baleia, Ara�jo e Freire. Segundo Tebet, a conversa entre as duas colegas de Senado foi decisiva:
“Eu tinha d�vida, Mara, se uma chapa 100% feminina seria aceita. Que bom que as [pesquisas] qualitativas mostraram que homens e mulheres est�o prontos para votar nessa chapa. E quando fiz o convite para voc�, esperando que voc� fosse dizer ‘vou pensar um pouquinho, eu tenho algumas limita��es’, Mara disse, na sua generosidade, ‘Simone, que honra. Como vai ser bom falar para o Brasil da nossa causa e da nossa luta'”, relata Tebet.
S�o Paulo
Psic�loga e publicit�ria de forma��o, Mara Gabrilli � parapl�gica. Como mulher, � um exemplo de supera��o, com atua��o pol�tica muito focada na inclus�o social, em especial dos deficientes f�sicos. Destacou-se muito como parlamentar combativa e competente, inicialmente na C�mara, onde enfrentou advers�rios poderosos, como o ent�o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), cuja sa�da do comando da Casa defendeu em plen�rio.
A escolha de Gabrilli agrega � candidatura de Simone Tebet for�a em S�o Paulo, o maior col�gio eleitoral do Brasil, o que dificulta a sua cristianiza��o pelo PSDB paulista e pelo prefeito de S�o Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Gabrilli j� foi testada em disputa majorit�ria, em 2018, nadando contra a mar�. O governador Rodrigo Garcia, do PSDB, e o prefeito da capital eram vices. A consolida��o da candidatura de Simone, por�m, enfrenta o desafio de uma elei��o muito polarizada, na qual a narrativa do “voto �til” ganha muita for�a. O fato novo da escolha � a possibilidade de a chapa sair do ponto de in�rcia em que se encontra nas pesquisas e ganhar f�lego com as mulheres e o eleitorado paulista. A conferir.
Casa de lou�as
Em of�cio classificado como "urgent�ssimo", o ministro da Defesa, Paulo S�rgio Nogueira de Oliveira, pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acesso ao c�digo-fonte das urnas eletr�nicas at� 12 de agosto, em car�ter de “urg�ncia, urgent�ssima". O of�cio � mais uma forma de press�o sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), passa a impress�o de que a Corte nega acesso aos t�cnicos das For�as Armadas ao sistema de seguran�a das urnas eletr�nicas, o que n�o � verdade.
O c�digo-fonte das urnas eletr�nicas est� � disposi��o do Minist�rio da Defesa h� um ano. Nesse per�odo, a Controladoria Geral da Uni�o (CGU), o Minist�rio P�blico Federal (MPF), o Senado e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) j� tiveram acesso ao mesmo. O PTB, de Roberto Jefferson, o est� inspecionando nesta semana. Ainda neste m�s est� prevista a inspe��o da Pol�cia Federal. A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) tamb�m est�o credenciadas para faz�-lo. PL e PV tamb�m.