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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Ciro carrega pedra como S�sifo

Ciro novamente foi emparedado por Lula. As pesquisas mostram que dificilmente manter� o seu patamar de dois d�gitos de vota��o das campanhas anteriores


18/08/2022 04:00

O político Ciro Gomes (PDT)
Ciro Gomes � candidato � Presid�ncia pela quarta vez (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press - 12/2/22)


Candidato � Presid�ncia da Rep�blica pela quarta vez, Ciro Gomes nos lembra o mito de S�sifo de Albert Camus. Ex-prefeito de Fortaleza e ex-governador do Cear�, ex-ministro da Fazenda do governo Itamar Franco e da Integra��o Nacional do governo Lula, ex-deputado estadual e federal, � um dos pol�ticos mais experientes do pa�s, com reconhecida capacidade administrativa. Concorreu � Presid�ncia em 1998 e 2002 pelo antigo PPS; em 2018 e na disputa deste ano, pelo PDT.

“Os deuses condenaram S�sifo a rolar incessantemente uma rocha at� o alto de uma montanha, de onde tornava a cair por seu pr�prio peso. Pensaram, com certa raz�o, que n�o h� castigo mais terr�vel que o trabalho in�til e sem esperan�a”, escreveu o fil�sofo existencialista franco-argelino Albert Camus (1913-1960), ao explicar a condi��o humana no livro “O mito de S�sifo”, publicado em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial.

Para Camus, a vida dos homens � como o mito de S�sifo: seguir uma rotina di�ria, sem sentido pr�prio, na qual levantamos de manh�, trabalhamos, comemos etc., mas tudo isso n�o faz sentido se n�o temos escolhas sobre nosso modo de vida. O fil�sofo utiliza S�sifo como alegoria para tratar do prop�sito de vida “normal", da inadequa��o, da futilidade, da guerra e do trabalho.

Na mitologia grega, foi o mais astuto dos mortais. Enfurecido com isso, Zeus mandou T�nato, a Deusa da morte, lev�-lo ao mundo subterr�neo. S�sifo a presenteou com um colar e elogiou sua beleza. Assim, aprisionou T�nato. Deus dos mortos, Hades libertou T�nato e mandou-a novamente atr�s de S�sifo. Antes de seguir com a morte at� Hades, S�sifo pediu � sua esposa, M�rope, que n�o enterrasse seu corpo. Quando encontrou Hades, disse n�o podia aceitar tamanha desonra e precisava voltar pra casa, para ordenar que lhe enterrassem o corpo. Enganou a morte pela segunda vez. Zeus e Hades consideraram S�sifo um revoltado e o sentenciaram � puni��o eterna: levar uma pedra ao alto da montanha e v�-la rolar, para novamente carreg�-la at� o alto.

Camus escolheu S�sifo por sua aud�cia diante da morte. Sua revolta consciente era negar os deuses e aceitar seu destino. Sua liberdade era encarar o absurdo sem nostalgia, salto ou apelo. Sua grandeza foi viver conhecendo todos os riscos. “Esse mito s� � tr�gico porque seu her�i � consciente. O que seria sua pena se a esperan�a de triunfar o sustentasse a cada passo?”, indaga Camus.

Emparedado

“O oper�rio de hoje trabalha todos os dias de sua vida nas mesmas tarefas, e esse destino n�o � menos absurdo. Mas s� � tr�gico nos raros momentos em que ele se torna consciente. S�sifo, prolet�rio dos deuses, impotente e revoltado, conhece toda a extens�o de sua miser�vel condi��o: pensa nela durante a descida. A clarivid�ncia que deveria ser o seu tormento consuma, ao mesmo tempo, sua vit�ria. N�o h� destino que n�o possa ser superado com o desprezo”, ensina Camus.

Em 1998, Ciro rompeu com o ent�o presidente Fernando Henrique Cardoso por causa da emenda da reelei��o e deixou o PSDB. Explicitou diverg�ncias sobre a venda do patrim�nio p�blico, as d�vidas interna e externa e valoriza��o artificial do real. Seu programa de governo previa a redu��o dr�stica dos juros e a ado��o de um c�mbio flutuante. FHC foi eleito no primeiro turno, com 53% dos votos, e Ciro ficou em terceiro, com cerca de 10% dos votos.

Com apoio de Leonel Brizola, em 2002 conseguiu formar uma frente com o PPS, PTB e PDT. Seu principal advers�rio era o tucano Jos� Serra. Suas posi��es sobre a renegocia��o da d�vida externa assustaram o setor financeiro, mas foi uma declara��o infeliz sobre a atriz Patr�cia Pillar, sua companheira na �poca, que p�s sua campanha a perder. No primeiro turno Lula venceu com 46% dos votos, Serra ficou em segundo com 23%, Garotinho em terceiro com 18% e Ciro Gomes em quarto com 12%.

Na campanha de 2018, Ciro disse que “quem estava sangrando o Brasil eram os brasileiros endinheirados”. Defendeu a renegocia��o da d�vida interna, seu alongamento da d�vida e a redu��o das taxas de juros. Prometeu limpar o nome de devedores no Servi�o de Prote��o ao Cr�dito (SPC). Com 13 344 371 votos(12,47%), foi o terceiro colocado na elei��o presidencial. Ciro novamente � candidato; de novo, foi emparedado por Lula. Realiza um esfor�o de S�sifo. As pesquisas mostram que dificilmente manter� o patamar de dois d�gitos de vota��o no primeiro turno.



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