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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Jair Bolsonaro ganhou mais do que perdeu na entrevista ao Jornal Nacional

Entrevista estabeleceu padr�o de questionamento dos entrevistadores aos entrevistados que deve se repetir com Lula


24/08/2022 04:00 - atualizado 24/08/2022 07:55

Bolsonaro teve desempenho mais positivo do que negativo no JN
Bolsonaro teve desempenho mais positivo do que negativo no JN (foto: TV GLOBO/REPRODU��O)

O presidente Jair Bolsonaro se saiu melhor do que a encomenda na entrevista concedida a Willian Bonner e Renata Vasconcellos no “Jornal Nacional”, segunda � noite. Cobrado insistentemente pelos dois apresentadores sobre temas que s�o as causas de sua alta rejei��o, como sua atua��o durante a pandemia de COVID-19 e na quest�o ambiental, saiu pela tangente, mentiu �s vezes, por�m n�o perdeu a cabe�a e partiu para a agress�o verbal, como acontece na maioria das entrevistas “quebra-queixo” que concede, quando � confrontado por algum jornalista.

Nas redes sociais, durante a entrevista, bolsonaristas e petistas, principalmente, travaram uma guerra virtual que repercutia a entrevista. Principalmente no Twitter, Bolsonaro perdeu as batalhas quanto tratou das urnas eletr�nicas e das amea�as de golpe, da crise da falta de oxig�nio nos hospitais de Manaus (AM) e das vacinas. Tamb�m n�o ficou bem na fita quando negou corrup��o no governo. Mas se saiu melhor quando falou do ministro do Supremo Tribunal federal (STF) Alexandre de Moraes e da alian�a com o Centr�o. Na m�trica do monitoramento das redes sociais, teve em torno de 35% de men��es positivas e 65% de men��es negativas. N�o foi um mau resultado.

Por que a conclus�o de que se saiu melhor do que a encomenda? Porque Bolsonaro alcan�ou seu objetivo de n�o frustrar seus eleitores e n�o afrontar os que votaram nele nas elei��es passadas e est�o voltando para sua base eleitoral. Essa foi a estrat�gia do seu estado-maior para a entrevista. O outro lado da moeda � a cobran�a que est� sendo feita aos jornalistas da TV Globo, principalmente pelos petistas, que acaba favorecendo tamb�m o presidente da Rep�blica. A rea��o contr�ria dos bolsonaristas j� estava prevista; a dos petistas, n�o. Parece que tinham a expectativa de que Bolsonaro seria “nocauteado” por Willian Bonner e Renata Vasconcellos, que foram bastante agressivos e contundentes, mas n�o perguntaram tudo o que os petistas gostariam, quando nada porque os questionamentos foram longos demais e, em alguns momentos, geraram r�plicas e tr�plicas.

Temas como o caso das “rachadinhas”, esc�ndalo na Assembleia Legislativa do Rio envolvendo o senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ), e o envolvimento do cl� com as mil�cias do Rio de Janeiro ficaram fora da pauta. Como Bolsonaro levou uma “cola” anotada na palma das m�os, surgiu a vers�o de que eram anota��es que visavam intimidar os dois entrevistadores, com refer�ncias negativas � emissora, cuja concess�o vencer� em 5 de outubro e precisa ser renovada. Outros, por�m, e n�o apenas os bolsonaristas, avaliam que os dois jornalistas se comportaram como se fossem debatedores e de forma desrespeitosa.

Padr�o Globo


Mas o que incomoda mesmo os petistas � saber que o favorito nas pesquisas de inten��es de voto at� agora, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva, receber� o mesmo tratamento dado a Bolsonaro por Bonner e Renata. A TV Globo precisa manter uma posi��o de independ�ncia e neutralidade em rela��o aos candidatos, o que exige tratamento ison�mico. Isso ser� um problema para o petista. Sua entrevista ao “Jornal Nacional”, na quinta-feira, pode exumar uma pauta muito desconfort�vel, como os esc�ndalos do “mensal�o” e da Petrobras, al�m de outros assuntos negativos para Lula, �s vezes coment�rios infelizes, que sua campanha procura contornar a todo custo.

A avalia��o dos marqueteiros de Bolsonaro sobre sua atua��o na entrevista � t�o otimista que o presidente da Rep�blica j� est� cogitando comparecer ao debate entre candidatos � Presid�ncia organizado pelo cons�rcio de emissoras de TV, que antes havia recha�ado, assim como o ex-presidente Lula. � uma decis�o estrat�gica que faz todo o sentido, porque Bolsonaro parece ter consolidado seu lugar no segundo turno e n�o teria mais nada a perder num confronto aberto com Lula: seria a antecipa��o do debate do segundo turno. A estrat�gia de Bolsonaro � reduzir sua rejei��o e aumentar a de Lula, para ganhar a elei��o.

Em princ�pio, Bolsonaro reafirmou suas posi��es: manteve as suspeitas sobre as urnas eletr�nicas; atacou o Ibama e os ambientalistas que criticam o governo por causa da Amaz�nia; reiterou seu negacionismo quanto � pandemia; criticou o lockdown; e defendeu o tratamento precoce da COVID-19 com cloroquina. Tentou resgatar a bandeira da �tica ao negar a exist�ncia de corrup��o no seu governo e capitalizar a queda da infla��o, o pagamento do aux�lio emergencial e a gera��o de empregos. Esse � o rumo da sua campanha. De acordo com essa estrat�gia, Bolsonaro n�o subiu o tom contra o ministro Alexandre de Moraes, que ontem autorizou uma opera��o de busca e apreens�o contra empres�rios bolsonaristas suspeitos de envolvimento com dissemina��o de fake news e articula��es golpistas.

Obs: Como escrevi a coluna antes da entrevista de Ciro Gomes ao “Jornal Nacional”, ontem � noite, comentarei seu desempenho amanh�.
 

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