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Estado de Minas ENTRE LINHAS

No debate dos presidenci�veis, todos os homens s�o mortais

Desempenhos de Lula e Bolsonaro decepcionaram, segundo levantamento feito nas redes sociais


30/08/2022 04:00 - atualizado 30/08/2022 07:58

Seis candidatos à Presidência se enfrentaram no debate de domingo
Seis candidatos � Presid�ncia se enfrentaram no debate de domingo (foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP)

As feministas da gera��o de Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (Uni�o Brasil) t�m como uma das refer�ncias a escritora francesa Simone de Beauvoir, que foi casada com o fil�sofo existencialista franc�s Jean-Paul Sartre. O livro “Todos os homens s�o mortais” (Nova Fronteira), de sua autoria, que empresta o t�tulo � coluna, conta a hist�ria de Regine, uma atriz ambiciosa e invejosa, e o Conde Raymond Fosca, rei de Carmona, personagem nascido no ano de 1279 (seculo 13), que havia tomado o rem�dio da imortalidade.

R�gine � uma anti-hero�na que reconhece seus defeitos e se arrepende dos mesmos, mesmo sabendo que n�o conseguir� mud�-los. Fosca surge no romance pelos olhos da atriz: “Esse homem! – disse ela. – Por que se levanta t�o cedo?”. Dele se aproxima. O antigo rei lhe conta seu segredo, o de ser imortal, e a partir da�, R�gine torna-se obcecada pela ideia. Para demov�-la, Fosca narra a hist�ria de sua vida, desde 1279, at� o seu encontro com R�gine, num passeio da Idade M�dia � Modernidade.

O livro foi lan�ado em 1946. Fosca apresenta vantagens e desvantagens de ser imortal. Com o passar dos anos – das guerras, das pestes, das mortes de amigos e inimigos e de entes queridos, como esposas e filho -, Fosca desanima da vida e passa a buscar respostas para suas perguntas nos outros, assim como � atrav�s deles que tenta viver. N�o se percebe mais capaz de ser um ser humano como os demais. Quando termina sua hist�ria, Fosca deixa R�gine sozinha. Cabe a ele seguir por mil�nios, amaldi�oado. O livro de Simone de Beauvoir nos revela que cada um tem “a dor e a del�cia de ser o que �”.

Fora da dicotomia


O debate presidencial de domingo serviu para mostrar que h� mais op��es al�m da polariza��o entre os candidatos que a promovem. O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) podem n�o ser “imortais” como Fosca, que podia fazia qualquer escolha, mesmo a mais sanguin�ria e/ou desastrosa, e sobreviveria aos seus pr�prios erros e aos preju�zos que causaram.

Segundo o analista de redes sociais S�rgio Den�coli, da Modalmais/APExata, “h� vida pol�tica fora da dicotomia bolsonarismo x lulismo”. Ao processar a an�lise de 400 mil tweets, Den�coli constatou que h� um cansa�o nas redes sociais com o embate entre as duas maiores for�as pol�ticas do pa�s, expl�cito n�o apenas nas falas dos candidatos, mas nos sentimentos provocados pelo debate: a tristeza foi a emo��o predominante, representando 18,7% dos posts; em seguida, a raiva (14,66%) e o medo (16,69%). A confian�a foi apenas o quarto sentimento mais presente: 13,34% dos tweets.

A rejei��o a Bolsonaro e a Lula passou ser o fator determinante da polariza��o eleitoral, paradoxalmente, mantendo-os na lideran�a por serem antag�nicos. Quem rejeita um vota no outro, acredita que o candidato escolhido � o �nico com chances de derrotar o advers�rio. “Entretanto, o debate trouxe uma lufada de ar fresco, mostrando que h� outras equipes no p�reo. O desempenho de Simone Tebet e Soraya Thronicke surpreendeu”, destaca Den�coli.

Os dados da AP Exata mostram que as duas candidatas mulheres foram as mais aprovadas pelos internautas. Simone teve 41,29% de aprova��o entre os que a mencionaram, enquanto Soraya alcan�ou 41,25%. Ciro ficou em terceiro com 39,96%, Felipe d’Avila veio na sequ�ncia (37,41%), seguido de Lula (36,16%) e Bolsonaro (36,07%). Simone ainda liderou nos sentimentos de confian�a, surpresa e alegria. Bolsonaro foi o l�der em tristeza e Lula em desgosto e medo.

“O debate foi mais negativo para os protagonistas da disputa, que chafurdaram em suas rejei��es e em suas fraquezas, claramente expostas”, conclui Den�coli. Em termos de men��es, Simone foi a que mais cresceu ao longo do debate. Iniciou com 3,6% e finalizou com 10,5%, um aumento de 191,6%. Ciro cresceu de 14,5% para 15,3%. Soraya ampliou sua visibilidade de 2,5% para 7,6%, e d'Avila de 1,7% para 3,4%. Lula e Bolsonaro encolheram. O petista iniciou abarcando 41,3% das men��es e finalizou com 33,1%. J� o presidente saiu de 36,3% para 30,2%.

Considerando como os termos "voto" e "votar" se associaram aos candidatos no Twitter, Bolsonaro teve a queda mais acentuada, passando de 35,7% para 27,04%. Lula tamb�m caiu, de 39,12% para 32,9%. Ciro cresceu de 19,46% para 26,59% e Simone passou de 4,3% para 10,27%. Nos pr�ximos dias, o comportamento das redes mostrar� se os efeitos do debate ir�o se consolidar como tend�ncia ou foram moment�neos.
 

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