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Estado de Minas ENTRE LINHAS

A ''sombra de futuro'' de Simone Tebet, n�o importa que ven�a

''Mesmo 'cristianizada' pelos velhos caciques da legenda, candidata ser� lideran�a natural da "terceira via''


27/09/2022 04:00 - atualizado 27/09/2022 10:20

Simone Tebet está em quarto lugar nas pesquisas eleitorais
Simone Tebet est� em quarto lugar nas pesquisas eleitorais (foto: EVARISTO S�/AFP)

A pesquisa Ipec divulgada ontem mostra que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva tem chances reais de vencer no primeiro turno, com 48% das inten��es de voto. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 31%, uma diferen�a de 17 pontos percentuais. Ciro Gomes (PDT) tem 6% e Simone Tebet (MDB), 5%. A senadora Soraya Thronicke (Uni�o Brasil) e o candidato do Novo, Felipe D'Avila, ficaram com 1%. Os demais candidatos foram citados, mas n�o alcan�am 1% das inten��es de voto. At� domingo, teremos chuvas de pesquisas, com diferentes metodologias e resultados contradit�rios, porque o ambiente � muito vol�til, com um contingente de 11% de eleitores dispostos a mudar de voto.

Para n�o chover no molhado, vamos tratar da disputa pelo terceiro lugar nas pesquisas, entre Ciro Gomes e Simone Tebet, que � muito importante, mesmo que a elei��o n�o tenha segundo turno. � a� que entra a “sombra do futuro”, um conceito desenvolvido pelos militares brit�nicos para explicar o comportamento dos soldados ingleses e alem�es nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, que durou quatro anos. Come�ou em 28 de julho de 1914 e terminou em 11 de novembro de 1918, com a vit�ria da Tr�plice Entente, formada por Fran�a, Inglaterra e Estados Unidos.

A Grande Guerra envolveu 17 pa�ses dos cinco continentes: Alemanha, Brasil, �ustria-Hungria, Estados Unidos, Fran�a, Imp�rio Brit�nico, Imp�rio Turco-Otomano, It�lia, Jap�o, Luxemburgo, Pa�ses Baixos, Portugal, Reino da Rom�nia, Reino da S�rvia, R�ssia, Austr�lia e China. Deixou 10 milh�es de soldados mortos e outros 21 milh�es de feridos, al�m dos 13 milh�es de civis que perderam a vida. O conflito ganhou propor��es catastr�ficas quando o Ex�rcito alem�o, o mais moderno � �poca, rumou em dire��o � Fran�a, passando pela B�lgica, que era neutra. Isso fez com que a Inglaterra, aliada da R�ssia, declarasse guerra � Alemanha.

O uso de novas armas, como o avi�o e os tanques, provocou uma carnificina. Milhares de homens morreram em bombardeios ou nuvens de g�s t�xico. Em 1917, a R�ssia se retirou do fronte de batalha e os revolucion�rios bolcheviques, com apoio de soldados e marinheiros, tomaram o poder. No mesmo ano, os Estados Unidos entraram na guerra ao lado da Inglaterra e da Fran�a e contra a Alemanha. A “Grande Guerra” chegou ao fim em 1918, com vit�ria dos aliados. A Alemanha foi obrigada a ceder territ�rios e ressarcir os pa�ses vencedores, sobretudo a Fran�a.

Guerra de posi��es


As principais t�ticas empregadas eram a guerra de trincheiras, ou guerra de posi��o, que tinha por objetivo a prote��o de territ�rios conquistados; e a guerra de movimento, ou de avan�o de posi��es, que era mais ofensiva e contava com armamentos pesados e infantaria motorizada. O conceito de “sombra de futuro” surge principalmente em raz�o do Natal de 1914, quando soldados alem�es e brit�nicos interromperam os combates para comemorar o Natal, trocaram presentes e jogaram futebol.

A tr�gua espont�nea ocorreu em v�rios pontos das frentes de batalha. O estado-maior brit�nico estudou o fen�meno e chegou � conclus�o de que os epis�dios ocorreram porque a “sombra de futuro” dos soldados, que sonhavam com o fim da guerra e a volta � vida civil, era maior do que a de seus governantes e comandantes militares. Mais importante do que ganhar a guerra, era sobreviver nas trincheiras, at� o armist�cio.

Podemos aplicar o conceito � disputa pela Presid�ncia da Rep�blica. A “sombra de futuro” de Lula, por exemplo, � menor do que a dos demais candidatos, embora sua expectativa de poder seja maior at� do que a de Bolsonaro, que disputa a reelei��o. �s v�speras de completar 78 anos, se perder a elei��o, Lula deixar� de ser uma alternativa de poder; se ganhar, pode at� n�o concorrer � reelei��o. Bolsonaro, que tem 67 anos, se perder poder, poder� liderar uma oposi��o radical e robusta, com sede de vingan�a.

Ciro Gomes, que far� 65 anos em novembro, embora mais novo, corre o risco de ser marginalizado da pol�tica, caso sua candidatura seja volatilizada pelo “voto �til” a favor de Lula, pois ser� a quarta vez que disputa a Presid�ncia, sem sucesso. J� Simone Tebet, com 52 anos, ter� a maior “sombra de futuro”, porque � mais jovem. A senadora emergir� das urnas como a nova cara do MDB no plano eleitoral, mesmo “cristianizada” pelos velhos caciques da legenda. Ser� uma lideran�a natural da oposi��o moderada, em condi��es de construir um projeto para 2026, caso Lula ven�a no primeiro turno; se houver segundo turno, pode ter um papel ainda mais importante.


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