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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Dois pontinhos que podem fazer falta na elei��o: Soraya e d'Avila

''Os dois s�o personalidades pol�ticas que emergiram durante o governo Dilma Rousseff, a partir das manifesta��es de 2013''


28/09/2022 04:00 - atualizado 28/09/2022 09:29

Felipe d'Avila é o candidato do Novo à Presidência da República
Felipe d'Avila � o candidato do Novo � Presid�ncia da Rep�blica (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.APRESS)

A senadora Soraya Thronicke (Uni�o Brasil) e o candidato do Novo, Felipe d’Avila, ficaram com 1% na pesquisa Ipec divulgada na segunda-feira (26/9); um percentual de votos que mais ou menos se repete em todas as pesquisas. A pesquisa mostrou que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva tem chances reais de vencer no primeiro turno, com 48% das inten��es de voto. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 31%. A diferen�a entre os dois � de 17 pontos percentuais. Ciro Gomes (PDT) tem 6% e Simone Tebet (MDB), 5%. Os demais candidatos foram citados, mas n�o alcan�am 1% das inten��es de voto.

A exist�ncia ou n�o de segundo turno depende da efic�cia da campanha do voto �til a favor de Lula e do desempenho de Bolsonaro nestes �ltimos dias de campanha, na qual o cl�max ser� o embate entre os dois no debate entre candidatos � Presid�ncia na TV Globo. A candidata da Uni�o Brasil, por�m, vem roubando a cena nos debates, principalmente em raz�o da “viraliza��o”, nas redes sociais, de seus enfrentamentos com o presidente Jair Bolsonaro. Felipe d’Avila faz uma campanha mais formal e menos agressiva, focada num posicionamento claramente ideol�gico: a defesa program�tica do liberalismo. Sua tend�ncia � confrontar as posi��es do governo Lula do ponto de vista da economia.

Tanto d’Avila quando Soraya s�o personalidades pol�ticas que emergiram durante o governo Dilma Rousseff, a partir das manifesta��es de 2013, que tinham um forte car�ter antissistema. A diferen�a principal entre ambos � que Soraya se elegeu na aba do chap�u de Bolsonaro, liderando a transi��o das manifesta��es difusas de 2013 para os protestos em apoio � Lava-Jato e pelo impeachment de Dilma Rousseff em seu estado, o Mato Grosso do Sul; o empres�rio, por�m, apostou na cria��o de um novo partido pol�tico, ortodoxamente liberal, que fizesse a cr�tica do patrimonialismo, do fisiologismo e do clientelismo, bem como ao nacional-desenvolvimentismo e � presen�a do Estado  na economia.

A Uni�o Brasil, resultado da fus�o do antigo DEM com o PSL, pelo qual Bolsonaro concorreu em 2018, � um dos maiores partidos do pa�s, muito pr�ximo ao Centr�o, sob comando do deputado Luciano Bivar (PE) e do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que lidera a disputa pelo governo da Bahia. A candidatura de Soraya foi lan�ada para deixar o partido � vontade nos estados, sem ter que se vincular a Lula ou Bolsonaro. Serviria tamb�m para conter o crescimento da candidata do MDB, Simone Tebet (MS), principalmente no seu estado. Empres�ria, dona de uma rede de hot�is, Soraya come�ou a se descolar do governo Bolsonaro durante a pandemia de COVID-19, ao atuar na CPI que investigou a crise sanit�ria a partir da falta de oxig�nio nos hospitais de Manaus.

Mercado e liberdade


D'Avila � outra hist�ria, substituiu Jo�o Amoedo, candidato nas elei��es passadas, na tarefa de dar visibilidade ao Novo, cuja bancada federal precisa ser reeleita. Com oito deputados, o Novo foi o �nico partido que se posicionou contra o Aux�lio Brasil na vota��o do pacote de bondades do governo, em pleno calend�rio da campanha eleitoral. A grande refer�ncia te�rica da legenda � o economista austro-brit�nico Friedrich Hayek, que polemizou com John Maynard Keynes duramente a Grande Depress�o. No p�s-Segunda Guerra Mundial, evoluiu da cr�tica puramente econ�mica ao keynesianismo para uma vis�o pol�tico-ideol�gica de que o planejamento econ�mico era a forma de controle sobre a vida das pessoas e uma amea�a � liberdade.

Hayek fez uma cr�tica permanente e implac�vel a socialistas e social-democratas, e n�o apenas do comunismo. Segundo ele, “uma reivindica��o por igualdade material s� pode ser satisfeita por um governo com poderes totalit�rios”. A consagra��o das suas ideias se deu quando Margareth Thatcher, rec�m-eleita l�der do Partido Conservador, transformou as propostas de Hayek num programa de governo, com o qual assumiu o poder e se tornou, como primeira-ministra, a Dama de Ferro. A s�rie brit�nica “The crown”, sobre a rainha Elizabeth II, rec�m-falecida, que est� por lan�ar sua quinta temporada, mostra bem esse per�odo da pol�tica do Reino Unido.

Para Hayek, o papel central do governo � manter o “Estado de direito”, com o m�nimo poss�vel da vida de pessoas. No Brasil, muita gente pensa dessa forma, ou seja, como D’Avila e, em menor escala, Soraya. Por que ent�o eles n�o saem de 1% nas pesquisas? No caso do candidato do Novo, pode-se dizer que n�o tem um partido forte o suficiente para dar sustenta��o a uma candidatura a presidente da Rep�blica. N�o � o caso de Soraya, que � candidata de um grande partido, que n�o leva a s�rio sua candidatura.

A resposta talvez esteja na campanha de 2018, quando Bolsonaro entregou a condu��o de seu projeto econ�mico ao economista Paulo Guedes, egresso da Escola de Chicago, que foi aluno de Milton Friedman e trabalhou na equipe econ�mica do ditador chileno Augusto Pinochet, que tamb�m foi assessorado por Hayek.

No poder, Guedes esvaziou completamente a possibilidade de uma alternativa liberal � margem do governo Bolsonaro, at� que veio a pandemia de COVID-19 e, nela, o “Posto Ipiranga” perdeu o bonde do equil�brio fiscal e da n�o interven��o na economia. Passou a fazer tudo ao contr�rio do que havia prometido.
 

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