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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Debate de Lula sobre os juros e o Banco Central muda o foco da pol�tica

Muita gente torce para que o governo Lula fracasse e a proposta de "terceira via" renas�a das cinzas


09/02/2023 04:00 - atualizado 08/02/2023 21:54

Roberto Campos Neto, presidente do BC
Roberto Campos Neto, presidente do BC, virou alvo de Lula (foto: SERGIO LIMA/AFP )

Um m�s ap�s a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro, cujos respons�veis est�o sendo investigados, a pol�mica sobre os juros altos e a atua��o do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, mudou o foco do debate pol�tico da quest�o democr�tica para a economia, principalmente a retomada do crescimento e a quest�o social. O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que contava com a irrestrita solidariedade do mundo pol�tico, dos agentes econ�micos e da m�dia, em decorr�ncia da tentativa de golpe, passou a sofrer fortes cr�ticas em raz�o das suas declara��es contra Campos Neto e a taxa Selic de 13,75%.

Criticado pela forma e oportunidade das cr�ticas, Lula manteve sua posi��o em reuni�o com presidentes de partidos e l�deres da bancada, ontem, no Pal�cio do Planalto. Entretanto, a oposi��o no Congresso passou � ofensiva. A independ�ncia do BC n�o est� em quest�o, segundo o ministro das Rela��es Institucionais, Alexandre Padilha, mas a pol�tica de juros realmente passou a ser a grande preocupa��o de Lula. A situa��o da economia � um flanco aberto para a oposi��o bolsonarista e moderada.

No Senado, ontem, Rog�rio Marinho (PL-RN), ex-ministro do Desenvolvimento Regional de Bolsonaro, tentava reagrupar as for�as que o apoiaram na elei��o para a presid�ncia da Casa, quando teve 32 votos, enquanto o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) endurecia o discurso contra os extremistas que participaram dos atos de vandalismo. Nos bastidores, as articula��es para a distribui��o dos cargos nas comiss�es permanentes da Casa estavam quase conclu�das, mas o tema dos juros ganhou relev�ncia. A deputada Soraia Santos (PL-RJ) anunciou que pretende pedir a convoca��o de Campos Neto ao Senado. Advogada tributarista, n�o avan�ou nenhuma posi��o em rela��o � taxa de juros. Obviamente, a convoca��o muda o foco dos debates do 8 de janeiro para a economia.

Na C�mara, o deputado A�cio Neves (PSDB-MG), que voltou a dar as cartas na legenda, ria � toa ao comentar a pol�mica sobre os juros e as declara��es de Lula. Na avalia��o do tucano, se o governo n�o fizer um ajuste fiscal e agir com austeridade neste ano e no pr�ximo, n�o ter� a menor chance de dar certo. Ex-presidente da C�mara e ex-governador de Minas, A�cio defendeu uma candidatura pr�pria do PSDB nas elei��es passadas e n�o esconde o desejo de que a legenda volte a ser uma alternativa ao PT. A grande aposta � na candidatura do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, novo presidente da legenda.

Muita gente torce para que o governo Lula fracasse e a proposta de “terceira via” renas�a das cinzas. Para isso, acreditam que o populismo de Lula e o hegemonismo petista acabar�o afastando do governo as ministras do Planejamento, Simone Tebet, e do Meio Ambiente, Marina Silva. Imaginam at� que haveria uma possibilidade de deriva do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ministro do Desenvolvimento Econ�mico e Com�rcio Exterior, para a oposi��o, o que n�o combina com sua personalidade. A insatisfa��o com as declara��es de Lula acalenta esses cen�rios. A reuni�o de Lula com os partidos pol�ticos, por�m, sinalizou a estabiliza��o da base parlamentar.

Na sociedade civil, muitos intelectuais e economistas convergiriam para um posicionamento de ampla condena��o �s declara��es de Lula. Os que defendem o governo nesse quesito s�o uma minoria. Existe um dogma de que a atual taxa de juros � o instrumento adequado para conter a infla��o. Como Lula n�o tem um plano econ�mico e est� tateando o caminho a seguir, h� incertezas quanto ao futuro. Os ministros do Pal�cio do Planalto, que formam seu estado-maior, n�o t�m massa cr�tica para conter os arroubos e comportamento err�tico de Lula.

F�rmula Keynesiana

O governo est� sem um foco claro para a retomada do crescimento. Lula insiste na retomada das obras p�blicas paralisadas para aquecer a economia, uma velha f�rmula keynesiana, mas insuficiente devido � baixa capacidade de financiamento do governo. A equipe econ�mica aposta mais na reforma tribut�ria, cuja negocia��o avan�ou no Congresso, durante o governo Bolsonaro. Resultado: passado o momento de unanimidade devido � tentativa de golpe de 8 de janeiro, sem um programa mobilizador dos agentes econ�micos para a economia, Lula se mant�m no palanque e fala o que o povo quer ouvir, na defini��o do l�der do governo no Senado, Jacques Wagner (PT-BA).

Um levantamento feito pela Modal & AP Exata, na ter�a-feira, mostrou que suas cr�ticas aos juros altos e ao BC teve repercuss�o positiva nas redes sociais, territ�rio onde a extrema-direita bolsonarista continua muito ativa. A aprova��o de Lula subiu de 38% para 40%, enquanto a negativa caiu de 62% para 60%. A avalia��o do governo chegou a 35,4% de bom e �timo, 26,2% de regular e 38,4% de ruim e p�ssimo. Ou seja, o ambiente � muito vol�til.

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