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Estado de Minas ENTRE LINHAS

O Brasil entre dois polos n�o � para amadores, diria maestro Tom Jobim

� um cen�rio dif�cil, mas abre possibilidades para o Brasil se inserir de forma mais competitiva nas cadeias globais de valor


12/03/2023 04:00

Putin
Vladimir Putin j� est� moralmente derrotado, em termos militares, por�m, a situa��o n�o est� definida (foto: ILYA PITALEV/SPUTNIK/AFP)


“O Brasil n�o � para principiantes” � uma das muitas tiradas do maestro Ant�nio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, o Tom Jobim, que dispensa maior apresenta��o. Caiu no gosto popular e os principiantes passaram a ser chamados de amadores. N�o � mesmo, ainda mais depois que o eixo do com�rcio mundial se deslocou do Atl�ntico para o Pac�fico, palco da disputa entre os Estados Unidos e a China, que agora emulam a lideran�a da inova��o e da tecnologia de ponta. Essa polariza��o n�o est� se dando apenas no terreno dos produtos eletr�nicos, m�quinas e equipamentos, agora tamb�m ocorre no diplom�tico e no plano militar. Os chineses buscam a paridade estrat�gica na geopol�tica global.
� nesse contexto que ocorre a guerra da Ucr�nia, que se tornou o epicentro dos conflitos entre o Ocidente e o Oriente, a partir da brutal invas�o da ex-rep�blica sovi�tica pela R�ssia. O presidente russo Vladimir Putin j� est� moralmente derrotado, em termos militares, por�m, a situa��o n�o est� definida, boa parte da bacia carbon�fera do Donets foi ocupada pelo ex�rcito russo. A resist�ncia ucraniana se tornou uma “guerra por procura��o” da Otan com a R�ssia, patrocinado pelos Estados Unidos e a Inglaterra, que recuperaram a hegemonia na Europa Ocidental. Alemanha e Fran�a, principalmente a primeira, por causa da implos�o do seu acordo energ�tico com a R�ssia, j� nem t�m o poder de decidir os rumos da Uni�o Europeia. Pa�ses como a Su�cia, a Noruega e a Pol�nia ganharam mais protagonismo.
As san��es econ�micas contra a R�ssia n�o surtiram o efeito esperado, seja porque o pa�s tem uma economia que j� passou por outras situa��es como essa, seja porque a alian�a com a China e o grande jogo pol�tico da �sia est�o ensejando a amplia��o de um novo sistema internacional de trocas ancorado no yen, isto �, sem o d�lar. O acordo entre o Ir� xiita e a sunita Ar�bia Saudita, patrocinado pela China, muda o curso dos acontecimentos no Oriente M�dio, com impacto no I�men, no Iraque, na S�ria e no L�bano.
A bipolaridade entre os Estados Unidos e a China parece consolidada, mas o mundo pode ser muito melhor se a guerra acabar e emergir um mundo multipolar, em que Ocidente e Oriente tenham rela��es pac�ficas e est�veis. O Brasil tem um papel de lideran�a na Am�rica Latina, principalmente na Am�rica do Sul, mas isso nos leva a concess�es pol�ticas quanto aos regimes autorit�rios do continente, como a Venezuela, Nicar�gua e Cuba, e uma identifica��o com o populismo peronista da Argentina e o nacionalismo �tnico da Bol�via.
Tamb�m temos problemas demais (crise fiscal e social, amea�a de recess�o, desindustrializa��o, desmatamento e viol�ncia contra os �ndios, extrema direita fort�ssima), mas isso n�o nos impede de ocupar um posicionamento estrat�gico que nos d� algum protagonismo no chamado Sul Global, ao lado da �ndia, da Indon�sia e da �frica do Sul. A ideia de ser um dos mediadores do conflito da R�ssia com a Ucr�nia para ocupar um novo papel n�o depende apenas da boa vontade de Putin e do apoio de Xi Jinping, que acaba de ser reeleito. Depende da rela��o de confian�a com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
No seu segundo mandato, Lula negociou um acordo nuclear com o Ir� e a Turquia que parecia ter sinal verde do ent�o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mas a vice-presidente Hillary Clinton o detonou. O ent�o presidente franc�s Nicolas Sarkozy, com quem Lula tamb�m contava, seguiu o alinhamento hist�rico da Fran�a com a Otan. � um cen�rio muito dif�cil, mas abre algumas possibilidades de o Brasil se inserir na cena internacional, adquirir mais complexidade nas cadeias globais de valor e recuperar um pouco da densidade industrial perdida.
Na medida em que os Estados Unidos procuram se desvincular das cadeias de produ��o da China, podemos buscar uma op��o semelhante �s de �ndia, Indon�sia, Vietn�, Pol�nia e M�xico, que atra�ram investidores chineses e norte-americanos para a fabrica��o de produtos em cujas cadeias globais pudessem se inserir. Nesse sentido, o vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento Econ�mico e Com�rcio Exterior, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, t�m um importante papel a cumprir.



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