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Estado de Minas COLUNA

Cerco aos golpistas de 8 de janeiro est� se fechando cada vez mais

O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou tr�s horas de depoimento nesta quarta, na Pol�cia Federal, sobre caso das joias milion�rias que recebeu da Ar�bia Saudita


06/04/2023 11:00 - atualizado 06/04/2023 11:08

Mais 203 pessoas suspeitas de incentivar atos golpistas em 8 de janeiro foram denunciados ontem pela Procuradoria-geral da República
Mais 203 pessoas suspeitas de incentivar atos golpistas em 8 de janeiro foram denunciados ontem pela Procuradoria-geral da Rep�blica (foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil -- 8/1/23)

Mais 203 pessoas suspeitas de incentivar e incitar os atos golpistas que levaram � depreda��o das sedes dos Tr�s Poderes em 8 de janeiro foram denunciadas ontem pela Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR). Com isso, 1.390 militantes de extrema-direita ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro j� est�o muito enrolados com a Justi�a, devido aos atos de vandalismo nas invas�es do Pal�cio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal uma semana ap�s a posse do presidente Luiz In�cio Lula da Silva.

At� agora, 239 executores de atos de vandalismo foram identificados pelas c�meras de seguran�a ou pelas redes sociais, 1.150 foram presos no acampamento em frente ao quartel-general do Ex�rcito e foram denunciadas como incitadores dos atos de vandalismo. Um agente p�blico foi denunciado por omiss�o. O �nico precedente de um processo desta envergadura contra a extrema-direita da nossa hist�ria republicana ocorreu em 1938, quando a A��o Integralista Brasileira Integralista (fascista), de Pl�nio Salgado, tentou tomar o poder.

Get�lio Vargas estava h� oito anos na Presid�ncia, sem passar pelas urnas. O golpe da Revolu��o de 1930 deu-lhe quatro anos de mandato presidencial. A Constitui��o de 1934 permitiu sua recondu��o por mais quatro anos, eleito apenas pelos deputados federais. Vargas arquitetava um plano para permanecer no poder, com apoio dos integralistas, os “galinhas verdes”, por causa dos uniformes que usavam � moda do nazifascismo de Hitler e Mussolini, ditadores da Alemanha e da It�lia, respectivamente.

Pl�nio Salgado, o grande l�der integralista, tinha conhecimento das inten��es golpistas. Acreditava que o golpe seria a oportunidade para ter mais prest�gio pol�tico, imaginava que Vargas assumiria o integralismo como ideologia e partido oficial. Em novembro de 1937, quando o Estado Novo foi decretado, a pretexto de que se preparava uma nova tentativa de tomada do poder pelos comunistas (apesar de o l�der comunista Lu�s Carlos Prestes estar preso), Pl�nio Salgado retirou a sua candidatura � Presid�ncia e apoiou o golpe dentro do golpe.

Entretanto, Vargas colocou todos os partidos pol�ticos na ilegalidade, inclusive a A��o Integralista Brasileira. Em mar�o de 1938, pequenos atos integralistas tentaram invadir a r�dio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro, mas foram frustrados por for�as leais ao governo. Dois meses mais tarde, uma revolta comandada pelo tenente Severo Fournier atacou o Pal�cio da Guanabara. Eram 80 militantes integralistas, dentre eles um membro da fam�lia imperial brasileira. Muitos foram fuzilados, outros tantos feridos. Cerca de 1.500 integralistas acabaram presos e ficaram sob a responsabilidade de Filinto M�ller, chefe da Pol�cia Especial de Vargas. Com a pris�o e o ex�lio de Pl�nio Salgado, o fim da guerra e a redemocratiza��o, o integralismo desapareceu. A direita golpista e reacion�ria abrigou-se na antiga Uni�o Democr�tica Nacional (UDN).

O caso das joias


O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou tr�s horas de depoimento ontem, na Pol�cia Federal, sobre o caso das joias milion�rias que recebeu de presente da Ar�bia Saudita. Disse que s� ficou sabendo da exist�ncia dos presentes em dezembro de 2022, mais de um ano ap�s elas terem chegado ao pa�s. Bolsonaro falou tamb�m que n�o se lembra de quem o avisou da apreens�o das joias pela Receita Federal. O inqu�rito apura se o ex-presidente cometeu o crime de peculato ao tentar ficar com as joias, em especial um conjunto avaliado em R$ 16 milh�es, que fora retido pela Receita Federal em outubro de 2021. A pena varia de 2 a 12 anos de pris�o, al�m do pagamento de multa.

O conjunto retido pela Receita estava na mochila de um assessor do Minist�rio de Minas e Energia, que voltava com uma comitiva da pasta de uma viagem oficial � Ar�bia Saudita, em outubro de 2021. Marcos Soeiro tentou passar pela alf�ndega sem declarar as joias, o que � irregular. Na ocasi�o, o ent�o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que tamb�m estava na comitiva, disse que as joias eram para Michelle Bolsonaro. Entretanto, mais dois conjuntos de joias entraram no pa�s sem serem declarados, segundo revelou o jornal “O Estado de S�o Paulo”.

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, tamb�m compareceu � Pol�cia Federal na capital paulista ontem, para depor sobre a tentativa de libera��o das joias. Jos� de Assis Ferraz Neto, ex-subsecret�rio-geral da Receita Federal do Brasil, j� havia prestado depoimento na quarta. Contradi��es nos depoimentos podem enrolar Bolsonaro. Mentira precisa de c�mplices.

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