
Durante a Primeira Rep�blica (1889-1930) foi se desenvolvendo um pensamento autorit�rio associado com os desiludidos com os rumos do novo regime. Oliveira Vianna foi aquele que melhor sintetizou este momento. Criticou a descentraliza��o pol�tica, a petrifica��o do poder local e advogou um caminho autorit�rio para o reformismo com base em um poder central forte.
Segundo ele, seria o meio para, no futuro, o pa�s chegar � democracia. Foi um adepto da ditadura do Estado Novo (1937-1945) que atrav�s da Constitui��o polaca imp�s � for�a a submiss�o dos estados ao governo da Uni�o. O regime ampliou a m�quina do Estado, teve no nacionalismo uma das suas bases ideol�gicas e buscou um posicionamento na cena internacional aproveitando das contradi��es entre as pot�ncias ocidentais. Trinta anos depois, novo autoritarismo assolou o Brasil.
Desta vez n�o foi atrav�s de um regime civil mas sim com a predomin�ncia militar (1964-1985). O Estado passou a exercer um amplo papel na economia, como nunca na nossa hist�ria, o nacionalismo fez parte constitutiva do discurso oficial e a pol�tica externa teve em v�rios momentos – especialmente no quinqu�nio Ernesto Geisel (1974-1979) – antagonismos com os Estados Unidos.
Vale destacar que a democracia foi sempre citada pelos cinco presidentes militares – basta recordar os discursos de posse. Segundo eles, caberia o retorno � ordem democr�tica em um processo conduzido de forma organizada – distens�o, segundo Geisel; abertura, de acordo com Jo�o Figueiredo.
Segundo ele, seria o meio para, no futuro, o pa�s chegar � democracia. Foi um adepto da ditadura do Estado Novo (1937-1945) que atrav�s da Constitui��o polaca imp�s � for�a a submiss�o dos estados ao governo da Uni�o. O regime ampliou a m�quina do Estado, teve no nacionalismo uma das suas bases ideol�gicas e buscou um posicionamento na cena internacional aproveitando das contradi��es entre as pot�ncias ocidentais. Trinta anos depois, novo autoritarismo assolou o Brasil.
Desta vez n�o foi atrav�s de um regime civil mas sim com a predomin�ncia militar (1964-1985). O Estado passou a exercer um amplo papel na economia, como nunca na nossa hist�ria, o nacionalismo fez parte constitutiva do discurso oficial e a pol�tica externa teve em v�rios momentos – especialmente no quinqu�nio Ernesto Geisel (1974-1979) – antagonismos com os Estados Unidos.
Vale destacar que a democracia foi sempre citada pelos cinco presidentes militares – basta recordar os discursos de posse. Segundo eles, caberia o retorno � ordem democr�tica em um processo conduzido de forma organizada – distens�o, segundo Geisel; abertura, de acordo com Jo�o Figueiredo.
O governo Jair Bolsonaro est� criando um novo tipo de autoritarismo. A conjuntura nacional � muito diferente daquela nos anos 1930 ou 1960. Tamb�m o mundo est� vivendo um momento hist�rico radicalmente distinto. N�o h� um conjunto de postulados constru�dos ao longo do debate pol�tico-ideol�gico, como no Estado Novo ou no regime militar.
A pobreza de ideias � patente. � muito mais uma a��o baseada em fragmentos da realidade mas que tem um objetivo final: a destrui��o do Estado democr�tico de Direito. Sendo assim, a democracia n�o dever� coroar um processo de transi��o. N�o. � um obst�culo ao exerc�cio da autoridade presidencial.
Tamb�m o nacionalismo foi abandonado. A hora � de uma rela��o de absoluta subservi�ncia aos Estados Unidos. E a presen�a do Estado tem de ser reduzida – qui��, eliminada – na esfera econ�mica. Assim, as justificadas ideol�gicas, que passavam pela defesa da soberania e da seguran�a nacional, desapareceram do discurso oficial. Foram substitu�das por um fundamentalismo religioso canhestro, de origem norte-americana, e que, tamb�m pela primeira vez na nossa hist�ria republicana, invadiu o mundo pol�tico.
Virou rotina Jair Bolsonaro comparecer �s reuni�es de seitas evang�licas. Recentemente, em uma delas, ficou de joelhos para o propriet�rio da igreja e chorou quando foi “aben�oado.” O simbolismo da cena foi enorme. A rep�blica laica, consagrada em todas as nossas constitui��es desde 1891, foi atingida. Deu-se aos comerciantes da f� um protagonismo muito superior ao seu real poder pol�tico.
A pobreza de ideias � patente. � muito mais uma a��o baseada em fragmentos da realidade mas que tem um objetivo final: a destrui��o do Estado democr�tico de Direito. Sendo assim, a democracia n�o dever� coroar um processo de transi��o. N�o. � um obst�culo ao exerc�cio da autoridade presidencial.
Tamb�m o nacionalismo foi abandonado. A hora � de uma rela��o de absoluta subservi�ncia aos Estados Unidos. E a presen�a do Estado tem de ser reduzida – qui��, eliminada – na esfera econ�mica. Assim, as justificadas ideol�gicas, que passavam pela defesa da soberania e da seguran�a nacional, desapareceram do discurso oficial. Foram substitu�das por um fundamentalismo religioso canhestro, de origem norte-americana, e que, tamb�m pela primeira vez na nossa hist�ria republicana, invadiu o mundo pol�tico.
Virou rotina Jair Bolsonaro comparecer �s reuni�es de seitas evang�licas. Recentemente, em uma delas, ficou de joelhos para o propriet�rio da igreja e chorou quando foi “aben�oado.” O simbolismo da cena foi enorme. A rep�blica laica, consagrada em todas as nossas constitui��es desde 1891, foi atingida. Deu-se aos comerciantes da f� um protagonismo muito superior ao seu real poder pol�tico.
Hoje, Jair Bolsonaro � a maior amea�a ao Estado democr�tico de Direito
Este autoritarismo do s�culo 21 pretende eliminar as garantias constitucionais conquistadas ao longo das �ltimas d�cadas. Precisa manter a ofensiva contra o Estado democr�tico de Direito. E tem na Constitui��o de 1988 o seu maior advers�rio.
Da� a necessidade de desmoralizar as institui��es e testar a resist�ncia dos outros poderes frente aos avan�os do Executivo. Deve tamb�m anestesiar a sociedade civil. Para isso conta com as mil�cias digitais e a produ��o em massa de fake news. � necess�rio construir uma realidade virtual fict�cia que permita dar credibilidade aos devaneios reacion�rios. Verdade e mentira ficam de tal forma associados que n�o se sabe mais o que est� acontecendo, mesmo sobre quest�es banais.
Da� a necessidade de desmoralizar as institui��es e testar a resist�ncia dos outros poderes frente aos avan�os do Executivo. Deve tamb�m anestesiar a sociedade civil. Para isso conta com as mil�cias digitais e a produ��o em massa de fake news. � necess�rio construir uma realidade virtual fict�cia que permita dar credibilidade aos devaneios reacion�rios. Verdade e mentira ficam de tal forma associados que n�o se sabe mais o que est� acontecendo, mesmo sobre quest�es banais.
N�o � acidental as constantes falas de Jair Bolsonaro transformando assassinos em her�is, como no caso dos torturadores ou dos ditadores. Tamb�m deve ser lembrado que Eduardo Bolsonaro – futuro embaixador nos Estados Unidos? – faz quest�o de demonstrar que anda armado com uma pistola na cintura.
Desta forma – sempre no interior da a��o reacion�ria – acredita que seus argumentos devam ter mais poder. J� Carlos Bolsonaro tem o papel de afrontar a Constitui��o. � o agente do caos. Amea�a, xinga, agride os defensores da ordem democr�tica. E Fl�vio foi escalado para, nos bastidores, sabotar os princ�pios republicanos. O quarteto s� o � na apar�ncia. � uno, quase que numa concep��o teol�gica. Tudo parte do pai. Nenhum dos tr�s tem vida pr�pria. S�o instrumentos de outra vontade, a paterna.
Desta forma – sempre no interior da a��o reacion�ria – acredita que seus argumentos devam ter mais poder. J� Carlos Bolsonaro tem o papel de afrontar a Constitui��o. � o agente do caos. Amea�a, xinga, agride os defensores da ordem democr�tica. E Fl�vio foi escalado para, nos bastidores, sabotar os princ�pios republicanos. O quarteto s� o � na apar�ncia. � uno, quase que numa concep��o teol�gica. Tudo parte do pai. Nenhum dos tr�s tem vida pr�pria. S�o instrumentos de outra vontade, a paterna.
Hoje, Jair Bolsonaro � a maior amea�a ao Estado democr�tico de Direito. Com seu tacanho neofascismo, de pobre elabora��o te�rica, imagina que pode subverter a ordem democr�tica. D�-se um poder que n�o tem. Deve ser enfrentado com as armas que quer eliminar: os valores consubstanciados na Constitui��o. Ainda � tempo.