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Estado de Minas

Invas�o da embaixada da Venezuela viola princ�pios b�sicos da diplomacia

A situa��o � ainda mais grave tendo em vista a reuni�o dos Brics, criando mais um enorme constrangimento diplom�tico


postado em 14/11/2019 04:00 / atualizado em 14/11/2019 07:46

A invasão já é um fato grave. Pior ainda foi o apoio de Eduardo Bolsonaro aos invasores(foto: Lula Marques/Divulgação)
A invas�o j� � um fato grave. Pior ainda foi o apoio de Eduardo Bolsonaro aos invasores (foto: Lula Marques/Divulga��o)

O Brasil est� numa zona cinzenta. Nesta semana, at� por causa do feriado de sexta-feira, Bras�lia est� funcionando j� em ritmo de meio expediente. Alguns j� falam nas f�rias natalinas. Mas o pa�s est� paralisado, sem rumo, sem perspectiva. O governo n�o consegue demonstrar que pode conduzir a retomada da economia. N�o inspira confian�a. A disputa pelo PSL pode servir como exemplo. Se a base parlamentar de Jair Bolsonaro j� era pequena, a cria��o de um novo partido – controlado pela fam�lia do presidente – traz ainda mais inseguran�a. Dever� ter enorme dificuldade para se legalizar a tempo de concorrer nas pr�ximas elei��es municipais. Por outro lado, at� a formaliza��o efetiva do partido, haver� in�meras pend�ncias legais sobre os fundos partid�rio e eleitoral, al�m dos questionamentos acerca dos mandatos dos parlamentares eleitos pelo voto proporcional. Acusa��es certamente ser�o trocadas de parte a parte. Mas nada no campo ideol�gico, program�tico ou referente �s a��es de governo. O foco – o que est� em disputa – � o dinheiro, dinheiro, registre-se. Contudo, no campo congressual, o governo dever� terminar o ano mais fraco do que quando come�ou, o que � um mau sinal.

J� o presidente faz de tudo para enfraquecer a institucionalidade. Estimula os filhos a constantemente atacarem os fundamentos do Estado democr�tico de direito. Isso, claro, produz ainda mais instabilidade. O pa�s perde dias e dias discutindo afirma��es disparatadas. � um p�ssimo sinal aos investidores estrangeiros. O fracasso do megaleil�o do pr�-sal � uma clara evid�ncia de que externamente h� uma preocupa��o com os rumos pol�ticos do Brasil. H� uma sensa��o de que Jair Bolsonaro n�o consegue ser o dirigente necess�rio ao pa�s neste momento de grave crise econ�mica. N�o h�, no mundo ocidental, por exemplo, um presidente que poste um v�deo como aquele do le�o e as hienas. Sinaliza que o pa�s est� � deriva. E a irresponsabilidade � permanente. Basta acompanhar, nesta semana, a invas�o da embaixada da Venezuela. Viola os princ�pios b�sicos da diplomacia. J� � um fato grave. Pior ainda foi o apoio de Eduardo Bolsonaro aos invasores, insinuando – tendo em vista que os filhos s�o meros agentes do pai – que o governo estava ciente e apoiou o ato criminoso – recordando que a inviolabilidade territorial de uma representa��o diplom�tica n�o pressup�e concord�ncia com o governo. A situa��o � ainda mais grave tendo em vista a reuni�o dos Brics, criando mais um enorme constrangimento diplom�tico.

Jair Bolsonaro � o fator maior da instabilidade pol�tica. N�o consegue ser o presidente da Rep�blica. Conduz os neg�cios p�blicos de forma pueril. Reage aos fatos sem a m�nima media��o. Vive tensionado. Nota-se que ele sente que est� em uma posi��o muito acima do que poderia estar. Tem dificuldade para tratar os temas de Estado. N�o l� os projetos. Tem um conhecimento prim�rio das quest�es nacionais. N�o suporta as exig�ncias do cargo. Para ele, a Presid�ncia � um fardo. O mais preocupante � que ainda tem pela frente pouco mais de tr�s anos de governo. E a pergunta n�o � se ele suportar� concluir o mandato, mas como as inevit�veis quest�es econ�micas e sociais que aguardam solu��es – e n�o � de hoje – v�o resistir � in�pcia presidencial.

Neste cen�rio marcado pela abulia, que j� � extremamente preocupante, fica ainda pior com a liberta��o (tempor�ria?) de Lula. O velho caudilho petista continua o mesmo. Tudo quer decidir. O PT � seu mero instrumento. N�o tem vida pr�pria. No discurso em S�o Bernardo, em momento algum fez qualquer autocr�tica. Sobre o petrol�o ou mensal�o, nenhuma palavra. E em rela��o � corrup��o nos 13 anos de governos petistas, comprovado em dezenas de condena��es? Sil�ncio absoluto. Mais que sil�ncio, � a tentativa de negar que existiu o maior desvio de recursos p�blicos da hist�ria. Aquilo que, em um voto na A��o Penal 470, o ministro Celso de Mello denominou, com propriedade, de projeto criminoso de poder. Lula deve percorrer o Brasil representando o papel de dom Sebasti�o, bem ao gosto da tradi��o brasileira. Vai colar? Pode dar certo. Joga com a permanente a��o antirrepublicana de Bolsonaro. Nunca na nossa hist�ria um personagem precisou tanto de um oposto para estar presente no primeiro plano da cena pol�tica. E no teatro atual ele representar� o papel reservado � estabilidade e Bolsonaro o da instabilidade.

O que menos importa para Lula e Bolsonaro � o Brasil. Isso � absolutamente secund�rio. Esta � a hora de os setores respons�veis da pol�tica, economia e da sociedade civil assumirem o protagonismo pol�tico. N�o � poss�vel deixar o pa�s entregue a duas lideran�as nefastas � nossa nacionalidade. A omiss�o pode custar muito caro. � urgente politizar a discuss�o dos grandes problemas nacionais, isolando os caudilhos de �pera bufa. O Brasil n�o pode ficar submetido a aventureiros sem qualquer responsabilidade com o nosso destino.

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