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Sempre haver� faltas e falhas na educa��o

Educar pessoas � uma das tarefas mais �rduas e complexas que se enfrenta na vida, apesar de indispens�vel. Ela envolve n�o apenas racionalidade, mas tamb�m afeto


postado em 16/02/2020 04:00

Francamente estou bem cansada deste bate-boca infrut�fero e in�til entre esquerdistas e direitistas e de declara��es impensadas e suas retrata��es vazias no dia seguinte. Parece que tudo pode ser dito e depois des-dito. Ent�o, pode-se descomprometer com o dito a cada vez que na hora da raiva n�o importa mais o que sai da boca, porque o que se quer mesmo � afetar o outro. (Imagino que se aproveite para descarregar agressividades contidas, �dios n�o expressos.)

E afeta. Como afeta. Admito que todos n�s somos pass�veis de ser tomados por paix�es e raivas que nos fazem falar mais do que dev�amos. Como disse um s�bio, temos dois ouvidos e uma boca e, contr�rios � l�gica, falamos muito mais do que escutamos. A escuta implica em refletir. E � a� que mora o perigo ou a reden��o.

Se suportamos a escuta na psican�lise, � por acreditarmos que a express�o de cada um s� diz respeito � sua pr�pria verdade, �nica e singular, capaz de, uma vez escutada, permitir ao sujeito sair do aprisionamento das identifica��es aos tra�os familiares e do imagin�rio que, ao serem repetidos e perpetuados, nos tornaram v�timas de reproduzir valores alheios que se tornaram nossos.

Assim, vamos no escuro, seguindo e errando, talvez mais do que acertando em nossas escolhas e s� depois sabendo dos erros, quando j� sofremos, produzimos ang�stias, ansiedades, deprimimos. Vivemos em parte alienados de nossos verdadeiros desejos e conte�dos, isto �, motivados por nossa aliena��o ao outro. E isto nos faz agir em desconformidade com os limites aos quais seria preciso nos ater para assegurar uma posi��o tranquilizadora e estabilizante.

Com certeza, sempre haver� faltas e falhas na educa��o – e nossos pais foram pessoas que erraram. Quem n�o erra? Imposs�vel tamb�m � que as transmiss�es que recebemos colem 100% e, por isso podemos sem d�vida admitir que da educa��o recebemos uma parte e outra n�o. Como educadores sabemos que mandamos as mensagens, mas n�o controlamos at� onde elas ser�o assimiladas da forma que desejamos.

Educar pessoas � uma das tarefas mais �rduas e complexas que enfrentamos na vida, apesar de indispens�vel. Ela envolve n�o apenas racionalidade, mas tamb�m afeto. � este que nos faz envolver o corpo do beb� desde cedo com nosso calor, olhar, voz, transmitindo a humaniza��o. E deste modo h� imprecis�o na mensagem e na recep��o.

Somos v�timas e algozes ao mesmo tempo. Nossas inten��es nem sempre definem o que ser� resultante de nossos esfor�os. Como dizemos, �s vezes, o tiro sai pela culatra, ou mesmo, atiramos no pr�prio p�. Quem nunca?

Fato � que nunca podemos desistir do que fizemos e de seus resultados. A culpa n�o nos ajuda.  Ang�stia e ansiedade n�o nos tornam menos respons�veis. N�o somos apenas v�timas, somos tamb�m autores e respons�veis.

E � bom saber que nunca poderemos nos inocentar de termos errado porque a resposta n�o foi o que esper�vamos. Nunca poderemos prever tudo, nem somos deuses para acertar sempre. O que importa � que nos escutemos para lidar com o que vier no futuro. Ent�o, que me desculpem os donos da verdade, hoje me curvo ao real para saber que ningu�m pode absolutizar certezas.

Somos produto de como interpretamos o que vivemos com toda complexidade  de portarmos em n�s um inconsciente, n�o todo sabido. Toda verdade � relativa e, neste quesito, n�o � poss�vel controle pleno. Que possamos lidar com ternura daquilo que fizemos e dos resultados, e tamb�m de tratar cuidadosamente do que vivemos pelo bem do que vir�.

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