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Com ou sem COVID-19, precisamos manter dist�ncia que nos permita liberdade

Com coronav�rus temos que manter dist�ncia f�sica e, sem COVID-19, somente poderemos nos proteger se escutarmos nosso desejo e formos a ele fi�is


10/01/2021 04:00


� tempo de f�rias e nem mesmo a COVID-19 impediu as pessoas de irem para a praia, viajar e receber em casa amigos e parentes. O exemplar presidente Bolsonaro � o primeiro a incentivar as aglomera��es e mandar o seu recado: COVID � uma gripezinha, tomem cloroquina. 

Mesmo sabendo que � uma antiviral, a COVID-19 � como uma roleta-russa, ningu�m sabe quando o tiro ser� para valer, mas pode ser aquele a cada vez que se aperta o gatilho. Em uns, � mesmo gripezinha, afeta o paladar, provoca febre, dores de cabe�a e no corpo, mal-estar e indisposi��o. Em outros, d� conjuntivite, rinite e at� mesmo nenhum sintoma. E h� os que v�o ser entubados, ficam no CTI e falecem. Ent�o, como n�o se explica t�o ampla gama de rea��es, melhor mesmo � seguir as normas de seguran�a e distanciamento.

Fico comparando esta situa��o com outras. O tal do distanciamento, aprendido na COVID-19, � coisa que deve estar sempre em foco. Manter a dist�ncia ideal � bom, mas n�o apenas a f�sica, conforme o protocolo da doen�a. Precisamos tamb�m aprender a manter outro tipo dist�ncia que nos permita a liberdade, a boa conviv�ncia e, quando n�o � assim, o sinal � claro: inc�modo.

J� dizia o fil�sofo Schopenhauer, citado por Freud, que dev�amos aprender com as varas de porcos –espinhos da Floresta Negra europeia. Instintivamente – aqui se nota a perfei��o da natureza – estes animais, no inverno, mant�m a dist�ncia ideal. Enfrentam temperaturas muito baixas e n�o se aproximam muito para n�o se ferirem, ao mesmo tempo em que n�o se distanciam tanto para n�o congelarem.

N�s humanos n�o somos guiados por instintos. N�o nascemos sabendo o que fazer. Sem o “manual de funcionamento”, que � o instinto, ficamos errantes. Passamos da natureza para a cultura quando adquirimos a linguagem, mas nos afastamos da natureza. Assim, n�o nascemos sabendo o que fazer e precisamos aprender a �tica do comportamento para saber viver e conviver.

Isto inclui aprender a dist�ncia ideal n�o apenas em tempos de COVID-19, mas sempre, porque na intimidade costumamos incomodar sem perceber, invadimos o espa�o, a vida de quem convive conosco. Somos sem no��o desta dist�ncia ideal, caso n�o tenhamos cuidado.

E quando n�s, no intuito de agradar, sa�mos de nosso eixo e decidimos fazer tudo para agradar, tentamos atender expectativas que nem sabemos se existem. Ao final, nos exaurimos, sa�mos do nosso eixo.

Eixo do nosso desejo que nos mant�m de p�. O limite � sens�vel, t�nue. Por�m, a rea��o de inc�modo aponta com precis�o que extrapolamos o limite, cedendo e nos deixando. 

Com ou sem coronav�rus, precisamos nos distanciar do que pensamos que o outro espera, e se n�o o fazemos claramente somos tomados por uma imediata insatisfa��o indefinida que nem sempre sabemos reconhecer de imediato.

Com coronav�rus precisamos aprender a manter dist�ncia f�sica e dizer n�o a muitas propostas, ficando assim protegidos como manda o protocolo. E sem COVID-19 n�o temos protocolo e somente poderemos nos proteger se escutarmos nosso desejo e formos a ele fi�is. Sem concess�es do que queremos para atender ao outro. Demandas externas sempre nos deixam muito embara�ados, pois aprendemos erradamente a fazer “tudo por amor”.

Grande equ�voco que muito nos faz sofrer nesta vida coletiva. 

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