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Estado de Minas EM DIA COM A PSICAN�LISE

N�o sejamos os culpados, sejamos respons�veis!

Todos temos nossa pr�pria verdade e nossas raz�es s�o �nicas e particulares. Justo a� � nosso lugar no mundo, lugar do desejo


01/08/2021 04:00

Para tudo precisamos de limites. Nos colocarmos em nosso lugar e ao outro devemos o mesmo respeito. Por�m, nem sempre somos, desde muito cedo, respeitados o bastante para que aprendamos tal li��o.

Viemos ao mundo pelas m�os de uma m�e e, se n�o ela, nos cuidou algu�m que a substituiu. Quem assume nosso cuidado, nos educa independentemente de la�os sangu�neos. Seja quem for, � a condi��o de nossa sobreviv�ncia.

Essa pessoa tamb�m traz sua bagagem subjetiva e, como n�s, � herdeiro de desejo, virtudes e defeitos. O fato de nos inserir na cultura implica em tamb�m transmitir desejo. Ent�o, dizemos que o desejo � desejo do outro. Mais tarde, possivelmente, encontraremos nosso pr�prio desejo na melhor das hip�teses. Ou viveremos cativos do alheio.

Educar exige algo mais. Exige que sejamos valorizados, respeitados e isso � acatarmos o sim e o n�o. Termos a no��o do nosso lugar no mundo entre todos. At� onde podemos ir e onde devemos nos deter, e nunca ultrapassar. Esta linha � t�nue e nem sempre bem transmitida.

No entanto, seus efeitos s�o claros e trar�o consequ�ncias. Sofreremos mais com retifica��es no caminho quando mal-educados, agressivos ou desrespeitosos. Quando n�o aprendemos a acatar o n�o, negar ao outro o indevido, dar “basta” principalmente em quem amamos. Assim os respeitamos, os colocando no lugar devido quando tamb�m estamos bem posicionados.

Como filhos sofremos por acreditar que tudo � culpa nossa, que todo erro do mundo est� sobre nossos ombros. Se fomos crian�as levadas � que somos maus. Se tivemos dificuldades escolares, terrores noturnos e molhamos a cama at� mais tarde, � por que fomos maus filhos.

Com certeza tivemos pais com seus pr�prios problemas e dificuldades que nem sempre nos acolheram – com isso acreditamos ser o problema –, e n�o admitindo a eles pr�prios insufici�ncias nesta miss�o. Nossa presen�a parece inc�moda e indesej�vel quando os decepcionamos e irritamos. Que m�e nunca se desesperou? Nos sentimos indignos de seu amor. N�o que n�o tenha havido amor, mas � que mesmo amando somos imperfeitos e temos nossa hist�ria.

Por amor e imaturidade, jamais poder�amos admitir falhas em nossos cuidadores porque eles s�o nosso suporte. Se forem fracos, falhos, consequentemente ca�mos em desamparo. Erigimos um grande e magn�fico outro imagin�rio, perfeito e blindado de cr�ticas para nossa seguran�a. Somos devedores e insuficientes.

Assim, a verdade se oculta e a culpa recai sobre nossa exist�ncia. N�o sejamos os culpados, sejamos respons�veis. Todos temos nossa pr�pria verdade e nossas raz�es s�o �nicas e particulares. Justo a� � nosso lugar no mundo, lugar do desejo. Conson�ncia consigo.

Andaremos cegos, e cegos n�o s�o aqueles que n�o podem ver, mas os que andam na escurid�o. Esbarrando nas paredes, se detendo nas pedras do caminho, com passos curtos e tr�mulos. S�o os que n�o conhecem o ch�o sob seus p�s, que n�o sabem o seu lugar. At� que se acenda uma vela, iluminando o lugar que devemos, finalmente, ocupar.

Existe apenas um lugar para cada um, e mesmo que nos tentem impedir, ningu�m jamais derrotar� nosso desejo. O desejo de ocupar enfim nosso lugar. O �nico lugar onde poderemos ser minimamente felizes.

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