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Estado de Minas REGINA TEIXEIRA DA COSTA

O desejo, imprescind�vel � vida, se estabelece � revelia da vontade

Seria este o caso de homossexuais que n�o podem admitir sua condi��o de homo e lidar com o verdadeiro desejo. E geralmente s�o, eles pr�prios, homof�bicos


15/05/2022 04:00

Ilustração

Uma das coisas mais admir�veis que o ser humano pode alcan�ar � a capacidade de realizar seus desejos.

De chegar onde quer, por ter objetivos claros e que se banque, se julgue � altura de ser digno desta satisfa��o.

Falo isso porque nas nossas experi�ncias cl�nicas encontramos muitas pessoas, sen�o a maioria, com dificuldades no caminho. As dificuldades s�o de diversas naturezas, por um sentimento de culpa difuso que n�o conseguem eliminar, por terem sido desde muito cedo colocadas pelas m�os dos outros em lugares de apoio, de completar o outro, de servir a pais narcisistas, mais preocupados consigo pr�prios do que com a prole e muitas outras situa��es.

Situa��es estas que nem conseguir�amos descrever, mesmo que quis�ssemos, porque s�o inumer�veis e inenarr�veis as multiplicidades de cada fam�lia, de cada educador, de cada crian�a que vem ao mundo.

Nunca ser�o totalmente reveladas as verdades que restam da intimidade de cada n�cleo familiar e as consequ�ncias para cada um de n�s que nascemos nas m�os do outro.

A vida � sinuosa e nos leva para lugares nem sempre t�o bons se somos indeterminados, se nada sabemos sobre o que desejamos, se ficamos por conta do acaso, ou quando nada sabemos sobre o que � a nossa verdade mais �ntima e andamos �s cegas pela vida.

Dotados que somos de um inconsciente sobre o qual nada ou quase nada sabemos, detectar o desejo torna-se dif�cil, tateamos, andamos em c�rculos, repetimos situa��es que trazem sofrimento. Sem sair de uma fantasia fixa que traz � tona nossos maiores medos.

Ai daqueles que assim passam a vida, sem experimentar a alegria que nos acomete quando pequenos desejos s�o alcan�ados e maior ainda � a satisfa��o quando nos apropriamos do que queremos, da vida que desejamos, da maneira de passar os dias, fazendo o que queremos e que nos traz conforto.

� que desejos s�o o maior motivo da vida. Para alguns, um grande problema, pois frequentemente n�o queremos o que desejamos de fato. Por exemplo, ningu�m escolhe porque o desejo se estabelece � revelia da vontade. Como dizemos popularmente, ningu�m manda no cora��o.

Seria este o caso de alguns homossexuais que n�o podem admitir sua condi��o de homo. E, portanto, n�o podem lidar com o verdadeiro desejo, que � invertido, e ent�o a vida fica bastante complicada, pois depende da manuten��o de uma grande for�a de nega��o. E geralmente s�o, eles pr�prios, homof�bicos.

Por�m, o desejo � a mola da vida, sem ele a vida n�o tem sentido. E sem desejo deprimimos. O desejo nos faz andar para frente. Ele prov�m do vazio. N�s desejamos o que n�o temos. Ele nos torna criativos, brota em n�s como sementes. Traz�-lo � consci�ncia, mesmo parcialmente, tem efeitos significativos na vida.

Segundo Plat�o, em seu livro “O banquete”, v�rios fil�sofos se re�nem para falar sobre o amor, o que ao final os levou do amor ao desejo. Eros, o Deus do amor e desencadeador do desejo humano com suas flechadas, nasceu do encontro entre P�nia, a pobreza, e Poros, a riqueza.

Entende-se com isso que o desejo nasce da falta, pois desejamos o que n�o temos. Mas tamb�m vem da riqueza proporcionada no bom encontro do sujeito com seu pr�prio desejo, dando sentido ao seu mundo, levando-o � realiza��o capaz de trazer alegria e contentamento. 

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