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Estado de Minas EM DIA COM A PSICAN�LISE

Davi Kopenawa nos alertou sobre rela��o mort�fera que culmina no genoc�dio

Lan�ado em 2015, o livro "A queda do c�u" � mais do que atual neste momento em que o Brasil assiste � elimina��o dos yanomamis


26/02/2023 04:00

ilustração

O livro “A queda do c�u – Palavras de um xam� yanomami” foi escrito pelo etn�logo e amigo de d�cadas Bruce Albert, a partir do relato do pensador, ativista pol�tico e xam� yanomami Davi Kopenawa.

Reconhecido internacionalmente, o l�der ind�gena revela a riqueza e as lutas dos povos da floresta. Um relato excepcional, autobiogr�fico e, ao mesmo tempo, um manifesto xam�nico, libelo contra a destrui��o da Floresta Amaz�nica, conforme anuncia a apresenta��o.

Foi publicado inicialmente em franc�s, em 2010, e cinco anos depois traduzido para o portugu�s. Estudiosos apontam que � t�o relevante quanto “Tristes tr�picos” de Claude L�vi-Strauss, famoso antrop�logo que visitou o Brasil e seus povos origin�rios.

O livro apresenta reflex�es do xam� Kopenawa sobre o relacionamento predador do homem branco com a floresta e seu povo, o que se tornou amea�a constante a partir de 1960. Hoje, assistimos aos resultados desta rela��o mort�fera, que culminou no genoc�dio.

� um livro sobre o Brasil dirigido aos brasileiros, que se consideram n�o �ndios, conforme o pref�cio de Eduardo Viveiros de Castro.

Kopenawa discorre sobre a cultura ancestral e a hist�ria recente de seu povo. Sobre a din�mica invis�vel do mundo, sobre sua voca��o xam�nica e o saber cosmol�gico adquirido por meio de potentes alucin�genos. E tamb�m o avan�o dos brancos na floresta, causando epidemias, viol�ncia e destrui��o.

� a odisseia de um l�der ind�gena pelo mundo para denunciar a destrui��o de seu povo. Um pedido de socorro.

O livro apresenta outra vis�o do planeta, a floresta como superorganismo vivo, composto de seres vivos – universo complexo e revelador que nos faz repensar os caminhos, o progresso e o desenvolvimento defendido pelo “povo da mercadoria”.

Uma cr�tica pesada, mas que cai bem nos tempos de amea�a ecol�gica. Quando a floresta acabar, acabaremos com ela e o c�u cair�.

Estamos confinados � vis�o de mundo cujos sintomas s�o o resultado j� conhecido. A faveliza��o da popula��o, a viol�ncia, a discrep�ncia entre ricos e pobres, a falta de perspectiva de vida, a destrui��o da natureza, das nossas minas, dos recursos naturais e muito mais.

Se tiv�ssemos escutado mais os apelos de outros povos, com alternativas inteligentes e vontade pol�tica de realmente encarar esses sintomas, o mundo n�o estaria em alerta. Se tiv�ssemos escutado outros saberes sem estabelecer nossa “superioridade”, poder�amos ter tra�ado caminhos interessantes que contemplassem mais e exclu�ssem menos.

A escuta � uma coisa interessante, que traz efeitos. Ouvir � diferente de escutar. Escutar � um acontecimento. � pr�prio do acontecimento marcar a mudan�a de paradigma, e ent�o nada mais ser� como antes.

Quando se � dono da verdade, quando se acha que j� sabe tudo, quando se tem o poder de fazer s� o que interessa a pequenos grupos, s� pode haver adoecimento e morte. Eis a� um genoc�dio acontecendo debaixo do nosso nariz...

O nazismo – como bem nos lembrou Eleonora Cruz Santos, economista e colunista deste jornal – n�o foi assim tamb�m?

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