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Estado de Minas

Lula, Bolsonaro e companhia conseguem piorar o que j� � ruim

A retomada econ�mica n�o vir� a partir de discursos inflamados e populismo nas redes sociais


postado em 06/09/2019 06:00 / atualizado em 06/09/2019 10:06

Nesta minha estreia como colunista do Estado de Minas pensei em produzir o melhor artigo que pudesse. Seria o m�nimo em retribui��o a tanta gentileza e confian�a. Comecei escrevendo sobre economia e governo Bolsonaro. Depois sobre democracia e populismo. Da� resolvi falar sobre Sergio Moro e a popularidade decrescente do presidente.

N�o satisfeito, e ainda em d�vida, pratiquei meu esporte predileto com o teclado: descer a borduna em Lula, hehe. Como n�o consegui me decidir, resolvi publicar “tudo junto e misturado”.

Para quem n�o me conhece, me chamo Ricardo Kertzman, tenho 52 anos e sou assim mesmo. Muito prazer e boa leitura!

ECONOMIA E GOVERNO BOLSONARO

Dados divulgados pelo governo federal frustraram a “torcida do contra” e mostraram que o Brasil n�o est� em recess�o t�cnica, ainda que o crescimento seja �nfimo e muito aqu�m do necess�rio.

A retomada econ�mica n�o vir� a partir de discursos inflamados e populismo nas redes sociais. O governo precisa construir pontes imediatas para destravar o n� que as gest�es petistas deram na economia do Pa�s. O diabo � que o presidente Bolsonaro n�o s� n�o constr�i pontes, como derruba os cacos que sobraram.

O timing pol�tico raramente acompanha o da sociedade. Os mais de doze milh�es de desempregados n�o podem esperar os tr�mites congressuais pelas reformas, sem uma resposta imediata � afli��o por que passam. Paulo Guedes e sua �tima equipe precisam cal�ar sapatos confort�veis, sacar as pastas de trabalho e partir para o campo de batalha, que s�o as empresas e o mercado consumidor.

Os efeitos das importantes medidas e conquistas deste governo, como a reforma da Previd�ncia e o acordo de livre com�rcio com a Uni�o Europeia, al�m do corte de gastos, concess�es e a MP da Liberdade Econ�mica, s� produzir�o resultados pr�ticos em alguns anos. � urgente, pois, medidas que aque�am a economia hoje, e n�o amanh�.

Incentivo � produ��o, via menor regula��o estatal; ao emprego, com flexibiliza��o radical das leis trabalhistas; ao consumo, atrav�s de cr�dito mais barato; e ao investimento de longo prazo, adotando regras favor�veis ao ingresso do capital externo e seguran�a jur�dica, s�o as chaves para o imediato crescimento econ�mico.

Do contr�rio, Bolsonaro corre o s�rio risco de plantar para outro colher.

SERGIO MORO FUTEBOL CLUBE


Fosse um time de futebol profissional, o Ministro da Justi�a contaria folgado com a maior torcida do Pa�s. Nada menos que 52% dos brasileiros estariam ao seu lado, ante 18% de flamenguistas e 15% de corinthianos.

Houvesse concurso para melhor ministro do governo Bolsonaro, novamente venceria com folga seus oponentes, com 29%. Paulo Guedes, o segundo colocado, teria apenas 9%.

Se as elei��es fossem hoje, ainda que nenhuma pesquisa tenha testado tal cen�rio, Sergio Moro bateria Jair Bolsonaro, em franca perda de popularidade (hoje em torno dos 30% de aprova��o), j� que 40% dos eleitores gostariam que o ministro disputasse a presid�ncia.

Em dram�tico processo de fritura, Sergio Moro superou a artilharia pesada e di�ria contra si, desde o in�cio da divulga��o das supostas mensagens do que hoje se convencionou chamar Vaza Jato.

No front interno, ap�s forte inflex�o no combate � corrup��o por parte do presidente da Rep�blica, Moro tornou-se alvo frequente de piadas de mau gosto, declara��es desrespeitosas e at� mesmo de algum cerceamento de suas atividades funcionais. Para piorar, o ministro � mal visto por caciques do Congresso e v�rios membros das cortes superiores, sempre por motivos �bvios, � claro.

Diante deste quadro nada favor�vel, Sergio Moro equilibra-se entre permanecer no governo, � espera de uma vaga no Supremo, conforme prometido, ou saltar fora do barco enquanto sua imagem n�o atrela-se, de forma indissoci�vel, � de um presidente que caminha firme rumo a patamares hist�ricos de rejei��o.

(fontes dos percentuais apontados: Data Folha, Instituto Paran�, Veja on Line)

A SEGUNDA CHANCE DE LULA

A Justi�a brasileira � doce como mel e leve como pluma quando o assunto � punir criminosos, sobretudo os de colarinho branco e amigos da Corte.

Condenado a mais de doze anos de pris�o, o ex-presidente Lula teve a pena diminu�da pelo STJ e far� jus, a partir de setembro, � chamada progress�o de regime.

Lula poder� voltar para S�o Bernardo do Campo, trabalhar durante o dia e pernoitar em casa, mantendo-se recolhido nos finais de semana e feriados. Aos 73 anos de idade, o l�der do Partido dos Trabalhadores deixar� a su�te-cela da Pol�cia Federal de Curitiba pouco mais de um ano ap�s sua reclus�o.

Nunca � tarde para aprender e mudar. Lula ter� a oportunidade de se reintegrar � sociedade e iniciar o processo de ressocializa��o, adotando um estilo de vida oposto ao do tempo em que praticava crimes em s�rie - o ex-presidente cometeu il�citos diversos e responde ainda a seis processos penais.

Assim como � dif�cil para um dependente qu�mico manter-se distante das drogas ou para um alco�latra manter-se longe da bebida, certamente ser� dif�cil para o petista, quando em liberdade, n�o corromper (e ser corrompido), n�o “lavar” dinheiro e n�o se organizar de forma criminosa, como acostumou-se durante os �ltimos anos.

Quem me acompanha no blog ou nas redes sociais sabe que sou um ferrenho combatente do lulopetismo, mas acredito que todos merecem uma segunda chance.

Nesse caso, t�o logo sua condena��o de 1a inst�ncia (s�tio de Atibaia) seja confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4a regi�o, a “alma mais honesta do Brasil” ter�, outra vez, a oportunidade de se arrepender pelo recente passado dedicado ao crime, ainda que numa confort�vel sala de Estado Maior em Curitiba ou S�o Paulo.

Eis a segunda chance que Lula tanto merece. Que fa�a bom uso desta vez.

POR FIM: DEMOCRACIA SOB AMEA�A

O populismo vem se revelando a maior amea�a � democracia desde a derrocada dos regimes ditatoriais existentes at� o fim do s�culo passado.

Ao contr�rio do que se imagina, tal amea�a n�o se restringe apenas �s democracias titubeantes e recentes como as sulamericanas e do leste europeu.

Estados Unidos e at� mesmo o Reino Unido passam por um delicado momento, onde s�culos de democracia madura e institui��es s�lidas v�m sendo colocados � prova por populistas autocratas.

O populismo n�o usa as velhas t�ticas e m�todos de outrora. N�o pega em armas, n�o mobiliza ex�rcitos e j� n�o depende dos generais. Hoje a ordem � ocupar os postos principais dos Poderes constitu�dos e usar a pr�pria democracia para solapar a… democracia.

Os modernos tiranos contam com a eterna insatisfa��o do povo em rela��o aos pol�ticos. Pesquisas mostram que, mesmo em sociedades desenvolvidas como Alemanha e Fran�a, em m�dia, 60% da popula��o ou n�o confiam ou consideram seus governantes corruptos.

Some-se a recente tens�o xen�foba, incentivada por tais populistas em busca de diversionismo contra seus pr�prios erros, e eis o cen�rio perfeito para os canalhas** emergirem como salvadores da p�tria, sempre “em nome do povo” e “pelo bem do povo”.

Ao longo da hist�ria, inimigos externos e internos - geralmente sem nome e rosto -, como o odiento “eles”, empregado � exaust�o pelo lulopetismo durante seu reinado cleptocrata, foram usados para mobilizar as massas em torno de um prop�sito comum, ou melhor de um l�der comum, n�o raro pouco afeito � verdadeira democracia.

Se voc�, leitor amigo, se lembrou de Donald Trump, Lula, Jair Bolsonaro, Nicol�s Maduro e mais recentemente Boris Johnson, Primeiro-ministro do Reino Unido, saiba que est� com o faro apurado e os olhos atentos. Parab�ns! Use sua sabedoria para combater esse mal que nos ronda e que parece ter vindo para ficar.

** O patriotismo � o �ltimo ref�gio de um canalha, Samuel Johnson (1709 - 1784)

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