
Tudo come�ou com fofocas, com rumores de que a admira��o do presidente por seu super ministro havia acabado. Ainda antes da pandemia, Bolsonaro cobrava resultados que n�o vinham, mas acabava sendo acalmado pela ala equilibrada dos ministros. Sim, hehe. Existe uma meia d�zia de “normais” na Bolsol�ndia.
Com o advento do coronav�rus, a situa��o piorou. Guedes, perdido, apresentou um plano p�fio de ajuda aos mais pobres, e de algum tipo de resgate �s pequenas e m�dias empresas. Coube ao Congresso, portanto, apresentar e fazer aprovar a ajuda de 600 reais, conhecida como corona voucher. J� os empres�rios ficaram a ver navios.
A hist�rica - no sentido de infame - reuni�o ministerial de 22 de abril mostrou um Paulo Guedes isolado, sendo bombardeado pelos “desenvolvimentistas”, que pregam gastos irrespons�veis e acima do teto. O clima pesou tanto, que Bolsonaro teve que declarar publicamente que seu ministro continuava prestigiado.
De l� para c�, n�o foram poucos os boatos de atrito entre ambos, sempre desmentidos por… ambos! Por�m, em entrevistas, Guedes tem se mostrado cada vez mais, digamos, sincero, e deixado bem claras suas posi��es contr�rias �s do seu chefe e de boa parte dos ministros. A novidade � que Bolsonaro parou de colocar panos quentes.
Esta semana, ao que parece, a �gua ferveu de vez. O ministro n�o compareceu a um evento oficial e o presidente desautorizou a apresenta��o do plano econ�mico do ex-Posto Ipiranga. Pior. Deu-lhe um prazo de tr�s dias para que corrija o que considerou ruim, sob pena de n�o querer mais saber do que se trata. A mim me parece um ultimato.
Quem acompanhou o processo de fritura de Luiz Henrique Mandetta, garante que Paulo Guedes n�o dura muito tempo. Ou sair� por conta do pr�prio temperamento explosivo e impaci�ncia ou ser� “sa�do”, por alguma raz�o que Bolsonaro inventar�, tal como fez com o pr�prio ex-ministro da Sa�de, e tamb�m, em certa medida, com Sergio Moro.
Ap�s abandonar o combate � corrup��o, abra�ar o Centr�o e se enrolar com a Justi�a (no caso dos “micheques”), Bolsonaro caminha agora para abandonar sua �ltima promessa de campanha, e pode tornar-se, como tenho alertado neste espa�o, a nova Dilma Rousseff: um presidente reeleito, por�m impichado.