
As novas gera��es brasileiras n�o conhecem, felizmente, express�es como overnight, indexa��o e corre��o monet�ria. Tamb�m n�o sabem o que � receber o sal�rio em um m�s e no outro, 30 dias depois, 40% maior, mas com poder de compra 10% menor.
Pois saiba a garotada que menos de 30 anos nos separam de um pa�s fora de controle, onde a diferen�a entre “o que e quanto” comprar dependia do dia em que se recebia o sal�rio. �s vezes, uma �nica semana era suficiente para lhe tungar boa parte do poder de compra.
O Brasil em 1990 era uma carreta desgovernada. N�o havia gest�o, n�o havia planejamento, n�o havia controle, n�o havia nada. Mais do que isso, n�o havia perspectiva de futuro. Contava-se em dias, e n�o mais em anos, o prazo para a insolv�ncia total.
PLANO REAL
Em fevereiro de 1994, contudo, nosso destino come�ou a mudar. Entrou em vigor o Plano Real, que instituiu nossa moeda de hoje e trouxe, al�m de estabilidade de pre�os, seguran�a aos agentes econ�micos, com o consequente crescimento da economia.
Mas como todo bom plano, havia come�o, meio e fim. De imediato, um per�odo de transi��o foi implementado, com uma moeda transit�ria chamada URV. Simultaneamente, medidas de ordem fiscal foram sendo tomadas e leis que garantiriam o processo foram aprovadas.
Em pouco tempo o Brasil se livrou da amea�a da hiperinfla��o; a economia cresceu de forma sustentada; a renda se elevou; o desemprego diminui; o poder de compra aumentou expressivamente; nossa moeda ganhou valor e o Pa�s apontou para um futuro melhor.
OPOSI��O
Como � pr�prio em regimes democr�ticos, parte da classe pol�tica e governamental, muitas vezes movida apenas pelo sentimento mesquinho de “oposi��o pela oposi��o”, criticou, boicotou e sabotou o quanto pode a implanta��o e aprova��o do Plano Real.
N�o se muda um Pa�s de um dia para o outro, e o rompimento dr�stico com um modelo de gest�o irrespons�vel, sem fiscaliza��o e a servi�o de poucos, em detrimento de toda a sociedade, gerou uma rea��o de for�as contr�rias, de igual for�a e intensidade.
O pr�prio presidente Bolsonaro, � �poca j� deputado federal, e pol�ticos como o ex-presidente Lula foram contra as medidas que institu�ram melhores pr�ticas governamentais; r�gidos controles de gastos; regras claras de mercado e abertura comercial, dentre outras.
GOVERNAN�A CORPORATIVA
� �poca, certos termos comuns ao nosso dia a dia n�o eram pronunciados nem muito menos, em alguns casos, conhecidos. O grande m�rito do presidente Itamar Franco foi n�o se fechar �s ideias - e ideais! - de uma brilhante equipe sob condu��o de Fernando Henrique Cardoso.
Temas como responsabilidade fiscal, trip� macroecon�mico, teto de gastos, crescimento sustentado etc. foram incorporados, � duras penas, em meio a um ambiente de completo corporativismo, gastan�a e corrup��o desenfreada, � gest�o p�blica federal.
Infelizmente, ao longo dos anos seguintes, sucessivos governos e legisladores passaram a romper com os s�lidos pilares institu�dos pelo Plano Real, e hoje o Brasil encontra-se, outra vez, com contas estouradas, gastos descontrolados e infla��o crescente.
O GALO DE ONTEM
Sucessivas administra��es passadas, umas por incapacidade e boa vontade, outras por irresponsabilidade e sede de poder, outras ainda por m�-f� e pr�ticas conden�veis de uso da institui��o em benef�cio pr�prio, transformaram o Atl�tico no “Brasil pr�-Plano Real”.
O Galo havia se tornado inadministr�vel e irrecuper�vel. Empreguismo, favorecimento pessoal, sal�rios exorbitantes, transa��es temer�rias, mentiras e politicagem - inclusive a pol�tica p�blica - se misturaram, sobretudo nos anos recentes, e destru�ram o clube.
�ramos tamb�m uma carreta sem freios, pesada e desgovernada, rumo ao precip�cio cada vez mais pr�ximo. Uma compara��o direta com nosso maior rival local fazia cada vez mais sentido. Ops! Sem querer j� me inclu� na hist�ria, usei “�ramos” e citei o caBuloso.
OS QUATRO R’S + 1
Como n�o h� alegria que n�o acabe nem mal que para sempre dure, justamente no per�odo de maior prova��o do clube e de nossas pr�prias vidas, um grupo de obstinados torcedores, com suas capacidades e contribui��es, chegou para render os pecados de outrora.
N�o � exagero dizer que, em pleno 2020, enquanto a peste assolava o mundo, quatro senhores, e n�o mais oito meninos no Parque Municipal em 1908, mais um corajoso ex-dirigente do clube, reuniram-se e refundaram o glorioso Clube Atl�tico Mineiro.
Me refiro, por �bvio, a Rafael Menin, Renato Salvador, Ricardo Guimar�es e Rubens Menin, conselheiros e patrocinadores do novo Galo, e a S�rgio Coelho, o atual presidente e encarregado de ser nosso FHC (melhorado, j� que n�o tentar� comprar reelei��o, hehe).
O PLANO REAL DO GALO
Rascunhado por empres�rios de extremo sucesso, com profundo conhecimento das melhores pr�ticas de governan�a corporativa, est� em curso no Atl�tico um dos melhores, maiores e mais promissores “turn over” empresariais - e esportivo - do momento no Brasil.
Em execu��o h� menos de um ano, uma equipe das mais qualificadas, auxiliada por empresas renomadas internacionalmente, vem trabalhando na constru��o de uma futura pot�ncia mundial do futebol. Sim, mundial! O Atl�tico se tornar� um clube espetacular.
Est�dio pr�prio; d�vidas equacionadas; gest�es administrativa, financeira e desportiva entregues a profissionais de primeira linha; unidade pol�tica interna; novo estatuto � prova de aventureiros… Se h� falhas no “Plano Real do Galo”, elas est�o muito bem escondidas.
GALO BUSINESS DAY
Em evento virtual - e presencial para poucos, sob r�gidas medidas sanit�rias - o Galo, de forma in�dita no futebol brasileiro, abriu suas gavetas, levantou o tapete, descortinou seus passivos e apresentou, de forma did�tica e detalhada, seus planos para o futuro.
Toda grande corpora��o e toda grande marca, com grandes valores de mercado, devem, antes mesmo de ser eficientes, sustent�veis e lucrativas, ser transparentes aos olhos dos clientes (neste caso, torcedores), profissionais do setor e potenciais investidores.
N�o se viu, sob quaisquer aspectos, “chutes” ou mesmo estimativas fantasiosas. Ao contr�rio. A meu ver, tudo ali est� devidamente dimensionado de forma bem conservadora. O Atl�tico, de acordo com o que foi apresentado, est�, de fato, � beira de uma nova e pr�spera era.
PATRIM�NIO E NOVO ESTATUTO
Ficou muito clara a situa��o real do Galo. Um clube dramaticamente endividado, sim, mas com patrim�nio, credibilidade e cr�dito suficientes para n�o s� lhe assegurar a continuidade, mas tempo e recursos financeiros para a implementa��o do projeto em curso.
Para isso, contudo, � providencial uma reforma estatut�ria que assegure, ao longo das d�cadas futuras, a continuidade do trabalho - e o retorno dos investimentos - que est�o sendo implementados hoje. Lembram-se do Plano Real e do Brasil que descrevi acima?
Pois �. O Atl�tico n�o pode perder, como o Brasil perdeu, o novo norte. Para isso, a aliena��o de parte do ativo imobili�rio do clube ser� positiva, e n�o s� para quitar d�vidas que sugam milh�es em juros anualmente, mas para evitar poss�veis arroubos perdul�rios no futuro.
IMPRENSA
Na �poca do Real, o Partido dos Trabalhadores fez intensa oposi��o ao governo. O Atl�tico, pelo que dizem, est� apaziguado. Ser�? Uma administra��o que, em menos de meio ano, vem sofrendo cr�ticas e questionamentos impr�prios, est� mesmo internamente em paz?
� not�ria, por parte da imprensa mineira - a nacional, ent�o, nem se fala -, certa m� vontade e, por que n�o?, persegui��o ao, digamos, “modus operandi” atual de gest�o do clube. Seria ci�me, medo da concorr�ncia ou oposi��o pol�tica rasteira, travestida de informa��o?
Na imprensa esportiva, conluio de bastidores entre dirigentes, ex-dirigentes e jornalistas n�o � novo. � uma pr�tica antiga e habitual. Resta saber quem ganha com isso, j� que um Galo grande, ou melhor, gigante, s� trar� benef�cios aos pr�prios profissionais do setor.
FUTURO E J� ENCERRO
Deixar a paix�o de lado, quando falo do Atl�tico, � imposs�vel. Mas aqui, neste longo artigo, muito mais que torcida e paix�o, segue a realidade nua e crua. Salvo, o que seria imposs�vel, o Galo Business Day ter sido duas horas de mentiras, farsas cont�beis e puro ilusionismo.
O Atl�tico n�o � gigante por natureza. � gigante por causa dos 9 milh�es de apaixonados que acordam, dormem e sonham em preto e branco durante 24 horas. E n�o h� a menor d�vida de que ser� ainda maior. Duvida? Pois recomendo assistir ao Galo Business Day no Youtube.
Encerro, n�o como colunista, mas como torcedor, e pe�o aos atleticanos que n�o caiam na pilha de maus profissionais, ainda que (maus) atleticanos, que atiram lenha numa caixa de f�sforos acesa para verem o parquinho pegar fogo, como querem seus “caixas ocultos”.
E deixo aqui, tamb�m como torcedor, meu sincero abra�o de gratid�o, e apoio incondicional, ao grupo de torcedores denominado 4R’S e o presidente S�rgio Coelho, que por amor ao Galo deixaram suas vidas pessoais e empenham dinheiro e tempo valioso em prol do At�tico.