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Estado de Minas ATL�TICO

100 dias de S�rgio Coelho: o balan�o do in�cio de mandato no Atl�tico

Escolhido para unificar Conselho Deliberativo, presidente fez altera��es significativas em cargos de confian�a e tem como desafio equacionar d�vida bilion�ria


14/04/2021 07:42 - atualizado 14/04/2021 07:47

Posse de Sérgio Coelho como presidente do Atlético, em 4 de janeiro de 2021(foto: Bruno Cantini/Atlético)
Posse de S�rgio Coelho como presidente do Atl�tico, em 4 de janeiro de 2021 (foto: Bruno Cantini/Atl�tico)
Eleito em 11 de dezembro de 2020 como o nome escolhido para pacificar a pol�tica do Atl�tico, o advogado S�rgio Coelho assumiu oficialmente a presid�ncia quase um m�s depois, em 4 de janeiro. Passados 100 dias desde a posse, o dirigente tem como principal marca neste in�cio de mandato as mudan�as significativas feitas em cargos diretivos e no comando t�cnico do time. Para os dois anos e quase nove meses que restam, o maior desafio � evidente: equacionar a d�vida bilion�ria do clube.

Perfil apaziguador

S�rgio Coelho foi indicado � elei��o pelo grupo que lan�ou como candidato o ex-presidente S�rgio Sette C�mara, no fim de 2017. Apesar da suposta “continuidade”, o perfil de governan�a do atual mandat�rio � muito diferente do antecessor.

Em meio �s turbul�ncias que afetavam o Conselho Deliberativo atleticano, Coelho despontou como um nome de consenso. N�o � toa, foi candidato �nico no pleito de dezembro passado.

O trabalho para apaziguar os �nimos nos bastidores do clube come�ou ainda durante a campanha, per�odo em que S�rgio Coelho se reuniu com dezenas de conselheiros. Os encontros n�o se limitaram � pol�tica interna: o ent�o candidato tamb�m ouviu representantes da torcida organizada Galoucura.

Desde o in�cio do mandato, S�rgio Coelho tenta colocar em pr�tica a promessa de aproximar o Conselho do processo decis�rio. A medida mais clara nesse sentido foi a institui��o do �rg�o colegiado, composto com os empres�rios - e conselheiros - Rafael Menin, Rubens Menin, Ricardo Guimar�es e Renato Salvador.

No modelo de gest�o atual, o presidente e o vice Jos� Murilo Proc�pio n�o s�o os �nicos que mandam. A dupla precisa da aprova��o do grupo de mecenas em todas as decis�es importantes.

Outra a��o de S�rgio Coelho foi integrar o tamb�m conselheiro Fred Couto �s atividades das categorias de base alvinegras. O empres�rio era um potencial advers�rio da atual gest�o, j� que havia se lan�ado como pr�-candidato � presid�ncia para a vota��o que elegeu Coelho. Tempos antes do pleito, desistiu da ideia.

Existe, ainda, a expectativa pela presen�a mais forte de ao menos um conselheiro na gest�o da equipe feminina do Atl�tico. A administra��o da equipe � da coordenadora Nina de Abreu.

Mudan�as

As a��es para se aproximar do Conselho Deliberativo podem ser simbolizadas num epis�dio: a contrata��o do t�cnico Cuca, no in�cio de mar�o. S�rgio Coelho perguntou a dezenas de conselheiros se deveria ou n�o se acertar com o treinador.

Os questionamentos surgiram por conta da rejei��o de parte da torcida e da imprensa por conta do envolvimento de Cuca num epis�dio conhecido como “Esc�ndalo de Berna”. No fim dos anos 1980, o treinador - que � �poca era jogador - foi condenado por viol�ncia sexual contra uma garota de 13 anos, na Su��a.

Coelho escutou os conselheiros (muitos deles advogados) e decidiu dar um voto de confian�a para Cuca, que quebrou o sil�ncio e se disse inocente no epis�dio. Dias depois, foi anunciado oficialmente como treinador atleticano.

A troca no comando t�cnico da equipe (sai Jorge Sampaoli, chega Cuca) foi apenas uma das mudan�as em cargos de confian�a executadas por S�rgio Coelho, sempre com a anu�ncia do �rg�o colegiado. A ideia era ter em determinadas posi��es nomes indicados pela atual gest�o, que n�o tivessem v�nculo com a anterior.

No departamento de futebol, o diretor Alexandre Mattos - amigo de S�rgio Sette C�mara - foi substitu�do por Rodrigo Caetano. Nas categorias de base, J�nior Ch�vare deu lugar a Erasmo Damiani.

Outro profissional muito ligado a Sette C�mara, o jornalista Dom�nico Bhering, que dirigia o departamento de comunica��o, deixou o clube ap�s 20 anos. A vaga passou a ser ocupada por Andr� Lamounier, que se licenciou do cargo de conselheiro.

Houve mudan�as tamb�m em outras �reas do clube, como no departamento jur�dico (muito em fun��o do pedido de sa�da do ex-vice-presidente L�saro C�ndido da Cunha). No marketing, novos profissionais foram contratados.

Apesar da ideia de apaziguar os �nimos do Conselho e liderar um processo de pacifica��o, o recado de S�rgio Coelho e do �rg�o colegiado � claro: a nova gest�o deve ter “caras” diferentes da anterior.

Em campo

Esportivamente, o Atl�tico tem metas ousadas. H� pouco mais de um ano, o clube passou a investir mais na contrata��o de jogadores, quase sempre adquiridos com empr�stimos advindos da fam�lia Menin. Para que o plano d� certo, � necess�rio que esses atletas se valorizem com boas atua��es e t�tulos para que possam ser vendidos (e os valores recebidos possam, ent�o, ser devolvidos aos credores).

No �ltimo ano da gest�o anterior, o Atl�tico contratou 19 jogadores. Nesta temporada, a ideia � manter a base do elenco e reduzir a quantidade de refor�os. At� aqui, foram quatro aquisi��es para a temporada 2021: o lateral-esquerdo Dod�, o volante Tch� Tch�, o meia Nacho Fern�ndez e o atacante Hulk. Existe a expectativa pela chegada de um zagueiro. 

“Desde que cheguei aqui, com a filosofia que foi implantada, n�s trabalhamos sempre com refor�os pontuais. Eu j� afirmei que, obrigatoriamente, pelo tamanho do Galo, vamos estar sempre em busca de qualificar o elenco e n�o quantificar”, frisou o diretor de futebol Rodrigo Caetano, nessa ter�a-feira.

O investimento aumentou significativamente a press�o sobre jogadores, comiss�o t�cnica e diretoria. Na semana em que completa 100 dias � frente do clube, S�rgio Coelho tem sido cobrado por parte da torcida pela demiss�o do t�cnico Cuca, ap�s a derrota por 1 a 0 no cl�ssico contra o Cruzeiro. Neste momento, a sa�da do treinador n�o � cogitada.

A diretoria entende que � preciso dar a Cuca mais tempo de trabalho. O pr�prio t�cnico afirmou que o time estar� “pronto” para a estreia na Copa Libertadores. O Atl�tico inicia a competi��o contra o Deportivo La Guaira-VEN, no pr�ximo dia 21. Com o come�o dos principais torneios do ano, a press�o deve aumentar.

Desafios

Nos pouco mais de tr�s meses na presid�ncia, S�rgio Coelho tem repetido o desejo de tornar o clube uma refer�ncia continental. “Com todo esse trabalho sendo implementado, n�s temos certeza que o Clube Atl�tico Mineiro, num futuro muito pr�ximo, ser� reconhecido como um dos maiores clubes em gest�o na Am�rica Latina”, disse, ao Superesportes, no �ltimo dia 25.

O projeto passa, sim, pelo sucesso esportivo, mas n�o se limita a isso. O discurso da c�pula alvinegra � que, para al�ar o Atl�tico ao topo e mant�-lo por l�, ser� necess�rio realizar uma dr�stica mudan�a no panorama financeiro do clube. Nos pr�ximos dias, a diretoria vai confirmar oficialmente que a d�vida total ultrapassou R$ 1 bilh�o. H� um planejamento para reduzir significativamente o valor nos pr�ximos cinco anos.

Uma das alternativas � vender os 49,9% que pertencem ao Atl�tico do Diamond Mall, shopping localizado no bairro de Lourdes, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. A ideia tem ganhado for�a no Conselho Deliberativo, mas n�o � bem vista pelo presidente S�rgio Coelho, que prefere pensar em outras alternativas. A principal delas: lucrar com a Arena MRV.

E esse � mais um desafio para a atual administra��o. Ao longo da campanha, S�rgio Coelho repetiu seguidas vezes a necessidade de cumprir os prazos e inaugurar o est�dio no segundo semestre de 2022. Mas, mais do que isso, utilizar a nova casa atleticana como um sustento esportivo e financeiro no restante do mandato e nas d�cadas que v�m por a�.

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