
A pol�tica brasileira, de modo geral, � um antro de canalhas corruptos e ego�stas em busca de grana e poder. Os poucos pobres coitados que ousam trombar com o muro do tal 'sistema’, ou aderem � putaria, ou desistem e v�o cuidar das pr�prias vidas. E o pior � que essa triste realidade n�o tem dia nem hora para acabar, pois numa combina��o t�o perfeita quanto feij�o com arroz, pov�o, elites, pol�ticos e governantes acabam dando as m�os e seguem suas vidas.
MIS�RIA
Me digam: como � poss�vel um dos dois ou tr�s maiores produtores de alimentos do mundo ter 20 milh�es de pessoas catando sobras nos lix�es para comer? Como � poss�vel um pa�s abundante em fontes de energia, renov�veis ou n�o, estar � beira de um colapso por falta de… energia? Como � poss�vel contarmos com uma pir�mide social t�o promissora (popula��o e idade) e t�o dramaticamente desigual (renda)? A resposta: escolhemos ser assim. Ponto.
A m�quina que concentra a renda nacional - leia-se: trabalho duro da sociedade civil - � que produz e mant�m o estado de mis�ria (intercalado com solu�os de pobreza) em que nos encontramos: ‘transformam o Pa�s inteiro num puteiro, pois assim se ganha mais dinheiro’. Quem � o sujeito indeterminado da ora��o? Bem, como ensina a c�lebre frase, ‘follow the money’. Siga o dinheiro! Basta ver quem � que sempre - eu disse, sempre! - ou ganha ou n�o perde com tudo isso.
LULA
Ap�s o desastre do regime militar - n�o que antes o pa�s fosse uma maravilha; muito pelo contr�rio -, com a abertura emergiu ao comando da na��o uma classe despreparada e incrivelmente interesseira. De um lado, bar�es e coron�is locais, sobretudo do eixo SP-MG e do nordeste do Brasil; de outro, um l�der sindical carism�tico, sim!, mas t�o despreparado e interesseiro quanto. Aparentemente em p�los distintos, esses dois grupos destru�ram o futuro (nosso presente) do Brasil.
Lula e o partido que criou passaram a exist�ncia sabotando e boicotando toda e qualquer poss�vel boa ideia que surgisse, bem como formulando falsas expectativas e falsos ideais. Uma vez no poder, o meliante de S�o Bernardo pulou para o barco que sempre jurou combater, e fortaleceu um sistema robusto de apropria��o da riqueza nacional, por um grupo de pol�ticos e empres�rios apaniguados, escolhidos a dedo - e pelo caixa e pela �ndole, � claro!
BOLSONARO
Como desgra�a pouca � bobagem, surge no horizonte (do inferno!) um ‘mito’ que seduz a gigantesca parcela da popula��o em profundo desespero. Finalmente algu�m compreendia as agruras da vida real: viol�ncia urbana, imposi��es ideol�gicas, amarras do Estado, corrup��o desenfreada… Vender-se como salvador foi f�cil; dif�cil foi - e � - se livrar da pr�pria g�nese, do DNA. Bolsonaro, o verdugo do Planalto, assim como Lula, manteve o ‘status quo’ da perdi��o.
O desastre provocado por este senhor n�o guarda precedentes na nossa hist�ria. E a concorr�ncia lhe � feroz. N�o muito distante encontra-se o tri�nio recessivo da estoquista de vento. Um tanto mais atr�s, os anos de hiperinfla��o de Sarney e Collor. Como eu disse, alternamos entre mis�ria e pobreza, que foi o ‘solu�o’ Fernando Henrique, ap�s o Plano Real (combatido com fervor pelo PT), e, v� l�, o primeiro mandato do ex-tudo (ex-corrupto, ex-lavador de dinheiro, ex-presidi�rio).
ASSISTENCIALISMO
Como ser contra o Estado prover o m�nimo do m�nimo necess�rio para a sobreviv�ncia de seu povo? Bem, quando FHC criou os programas assistenciais, Lula e o PT eram, e chamavam de ‘esmola para comprar macaxeira’. Por�m, uma vez no poder, juntaram tudo e rebatizaram de 'Bolsa Fam�lia’, abandonando as contrapartidas necess�rias (frequ�ncia escolar, acompanhamento m�dico, etc.). Pior. Transformaram a pol�tica social em uma asquerosa chantagem eleitoral.
Durante anos, o PT disputou elei��es dizendo que, quaisquer fossem os vencedores, sen�o ele, iriam acabar com o Bolsa Fam�lia. N�o sem raz�o, ali�s. Haja vista o que dizia o ent�o candidato liberal, Jair Bolsonaro: ‘Bolsa Fam�lia compra o voto dos idiotas’. Eis o sujeito que hoje aumentou em 100% o valor m�dio do programa, at�… o final do seu mandato! N�o sem antes, claro, como fez Lula, rebatiz�-lo: Aux�lio Brasil. Aprendeu direitinho o amig�o do Queiroz, n�?
20 MILH�ES DE FAMINTOS
A maioria absoluta de n�s n�o faz a menor ideia do que seja fome e extrema mis�ria. Eu sei! N�o porque passei por isso. Tive a sorte de nascer em uma fam�lia de classe m�dia e nunca me faltou nada. Mas por ter trabalhado durante 20 anos com clientes dos estados do Norte e do Nordeste do Brasil; capital e interior. E tamb�m com clientes pr�ximos ao Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Acreditem, meus caros: ao vivo, a coisa � muito, mas pior do que pela TV.
Diante do fracasso absoluto deste maldito desgoverno, que ajudou o coronav�rus a matar 600 mil pessoas, que com negacionismo, isolacionismo e golpismo atirou o Brasil no po�o da esc�ria internacional, levando junto o Real, o desemprego � recorde e a infla��o retornou a n�veis insuport�veis. Resultado: mais de 19 milh�es passam fome no Pa�s. Eis o mito redentor que nos salvaria do PT.
AUX�LIO BRASIL
N�o d�, sob qualquer justificativa, para
ser contra o aumento do Bolsa Fam�lia, seja l� o nome que venha a ter
. E 400 reais n�o resolve nada, ainda que ajude bastante, por mais contradit�rio que pare�a ser. A quest�o �: por quem, como e quando ser� paga a conta? E a� retorno ao in�cio deste texto: n�o era para sermos assim e para estarmos assim. Mas somos e estamos. E a conta, meus caros, ser� paga pelos mesmos de sempre: n�s, os ot�rios! Ali�s, nunca paramos de pag�-la.
Sem dinheiro e sem qualquer planejamento para o futuro, o Brasil, leia-se, governo e pol�ticos, simplesmente est� explodindo o caixa e atirando para as cucuias a chamada responsabilidade fiscal, colocando anos de (quase) estabilidade, advinda do Plano Real, sob in�dita amea�a. Jair Bolsonaro e Paulo Guedes est�o realizando o trabalho que o PT sempre pregou, mas - at� ele! - teve ju�zo e n�o praticou. E quando tentou, com Dilma, sabemos o que aconteceu.
QUEM GANHA
Bem, como j� disse, siga o dinheiro! Pol�ticos e governantes, em sua ampla maioria, mant�m seus ‘empregos’ e sua renda. Grandes e gigantes empres�rios, amigos ou n�o do poder, quando n�o ganham (como os exportadores e comerciantes de g�neros de primeira necessidade), ao menos n�o perdem muito. Banqueiros e mercado financeiro fazem e far�o a festa, como sempre! Juros altos, infla��o, c�mbio descontrolado, busca por ativos seguros… � o para�so na Terra.
Percebem, meus caros, o ciclo perverso em que nos mantemos? Os formuladores das leis e das pol�ticas de governo n�o perdem. Os financiadores - diretos e indiretos, oficiais e ocultos - dessa gente, tamb�m n�o. Ao contr�rio. Via de regra, ganham. E muito! O grosso do eleitorado move-se pelo est�mago, j� que n�o tem outra alternativa, e mant�m no poder aquele que lhe d� o p�o (duro e velho), sem se dar conta de que foi quem lhe surrupiou quatro p�es (fresquinhos).
POR FIM E ENFIM
O restante dos eleitores, alimentados e estudados, divide-se, perdido em quest�es ideol�gicas e/ou meramente particulares, e descrentes e desinteressados. Ou seja, como afirmei l� no in�cio, elites e pov�o misturam-se como feij�o com arroz. O resultado � a espiral j� minuciosamente descrita acima. E a solu��o, longe de estar pr�xima, parece, cada vez mais, elei��o ap�s elei��o, inexistente. Quem me conhece, sabe que � assim que penso ‘desde sempre’. Infelizmente.
Bolsonaro e Guedes, ap�s explodirem o pa�s, agora fazem o m�nimo para n�o nos levar a uma convuls�o social e, claro, como de costume, de uma forma eleitoreira e porca. Lula, confortavelmente em liberdade, bem quentinho e alimentado com o dinheiro dos pobres, que jura defender, assiste a tudo, de camarote, e aplaude. No fim do dia, chova ou fa�a sol, ambos (Lula e Bolsonaro) vencer�o, �s custas de um pa�s em frangalhos e de um povo cada vez mais pobre e desamparado.