A vit�ria de Lula ou Bolsonaro significar� o �pice da nossa mediocridade

O Brasil � um triste campe�o em alguns dos piores �ndices e indicadores econ�micos e sociais. Matamos como ningu�m, roubamos como ningu�m, n�o ensinamos na escola como ningu�m e gastamos dinheiro como ningu�m.

Num vai e vem intermin�vel, alternamos ciclos de pequeno ou nenhum crescimento e recess�o. Produzimos infla��o e desemprego em s�rie. Somos um dos pa�ses mais desiguais do mundo. E tudo s� piora a cada d�cada.

N�o por acaso sermos completamente ignorados pelo planeta. S� se lembram de n�s por causa da Amaz�nia, do futebol e do carnaval. Ok, v� l�! Por causa de nossas commodities agropecu�rias e minerais tamb�m.

Faz tempo que o mundo desistiu do Brasil. N�o temos relev�ncia no com�rcio exterior e somos insignificantes na geopol�tica. Ningu�m se importa com o que achamos e queremos. Somos simplesmente nada.

A culpa � de Portugal, da escravid�o, da Rep�blica, de Vargas, da ditadura, da Constitui��o de 88, de Sarney, de Collor, de FHC, de Lula, de Dilma, de Temer, de Bolsonaro, da sa�va, enfim, de Deus e o mundo.

Como sociedade, produzimos as piores elites poss�veis: empres�rios corruptos, advogados c�mplices, imprensa a soldo, artistas oportunistas e uma casta de pol�ticos semelhantes a parasitas insaci�veis.

Falta de saneamento b�sico e condi��es m�nimas de sa�de, moradia e alimenta��o, al�m de um sistema p�blico de educa��o incapaz de ensinar a ler e escrever, transformam as crian�as em adultos improdutivos e violentos.

O Brasil criou para si um ciclo perverso, em que o ruim produz o p�ssimo e ambos se alimentam do pouco que h� de bom por aqui: riquezas naturais e capital humano (idade, for�a de trabalho, etc.) abundante.

Ap�s a redemocratiza��o, para piorar de vez, entramos de cabe�a, corpo e alma em um processo de degrada��o moral amplo, geral e irrestrito, que draga do mais simples lavrador ao mais poderoso ministro do Supremo.

Impichamos um ‘coronel’ corrupto, que simplesmente sequestrou o dinheiro de todos os cidad�os e empresas. Mas antes, suportamos um velhaco da pior qualidade, que criou o centr�o e emplacou na pol�tica boa parte da corja atual.

Suspiramos ao rejeitar um oper�rio incendi�rio e eleger um intelectual - indiscutivelmente o menos pior de todos. Mas a mosca azul o fez comprar uma reelei��o e dar in�cio ao novo ciclo de horrores que permanece at� hoje.

Elegemos, ent�o, um ex-oper�rio radical e pretenso estadista. O cara entrou, e de cara subornou o Congresso, inaugurando o per�odo mais corrupto da hist�ria nacional, que culminou com a pr�pria pris�o.

N�o satisfeito, o maior ladr�o do Brasil deixou como heran�a uma pobre coitada incapaz de pronunciar frases simples e fazer contas b�sicas. O saldo: a maior recess�o que j� tivemos e um novo impeachment.

Surgiu, ent�o, um gr�o-mestre do centr�o. Fez, em dois anos, o que n�o foi feito em vinte. Mas ‘quem sai aos seus n�o degenera’, e logo caiu em desgra�a e tamb�m terminou preso. Hoje, � conselheiro do presidente que a� est�.

Falando nele, Bolsonaro �, disparado, o pior que nos aconteceu em todos os tempos. Perto dele, Lula e Dilma n�o s�o nada em mat�ria de desastre. Sua �nica vantagem � ser ladr�o de galinhas, o que ajuda um pouco a diminuir o estrago.

Em pleno 2022, h� pouco menos de um ano das pr�ximas elei��es, eis que discutimos - e torcemos, quase nos matando - a op��o ou por um l�der de quadrilha ou por um rachador homicida para presidente da Rep�blica.

O STF pode dizer o quanto quiser que os processos do meliante de S�o Bernardo est�o anulados e devem recome�ar do zero. Mas jamais poder� dizer que o mesmo n�o � um corrupto, condenado em tr�s inst�ncias.

Lula pode dizer o quanto quiser que Sergio Moro � suspeito e bl� bl� bl�, mas jamais ter� como negar o s�tio, o triplex, a planilha amigo, as centenas de testemunhas, os bilh�es de reais recuperados pela Lava Jato.

Muito menos o bilontra ter� como negar o enriquecimento dos filhos; a pris�o de tr�s ou quatro tesoureiros (PT) de suas campanhas; as confiss�es de Palocci, Duda Mendon�a, Marcelo Odebrecht e Jo�o Santana.

J� Bolsonaro poder� acusar, com raz�o, o lulopetismo, mas n�o poder� se defender das rachadinhas - suas e de seus filhos -, das mans�es milion�rias, dos ‘micheques’ na conta de sua esposa; da sua liga��o com as mil�cias.

Poder� o verdugo maldizer as esquerdas o quanto quiser, mas carregar� para sempre o carimbo de 630 mil mortes por COVID-19; 13 milh�es de desempregados; 10% de infla��o; gasolina a R$ 8 e d�lar a R$ 6 - sem falar do Queiroz.

Mas, pior ainda, a hist�ria o ter� como aquele que, do primeiro ao �ltimo dia de mandato, conspirou contra a democracia, atentou contra as institui��es e tentou incansavelmente emplacar um golpe de Estado.

Lula e Bolsonaro, cada um a seu modo, s�o f�tidos e pestilentos. Significam o que h� de pior na nossa pol�tica, e caso eleitos - um ou outro - reduzir�o a zero qualquer chance de melhora ou esperan�a em um Pa�s melhor.

Acordar em 2023 e ter um destes dois como presidente eleito ser� o fundo do po�o da sociedade brasileira. Na verdade ser� como abrir a tampa do al�ap�o do po�o, e da� em diante, conheceremos o que h� de pior em n�s mesmos.