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Estado de Minas OPINI�O SEM MEDO

Simone Tebet, Eduardo Leite e Sergio Moro: agora sim d� pra sonhar

Finalmente uma novidade no cen�rio pol�tico-eleitoral. O trio poder�, ao menos assim eu espero, enfrentar o bolsopetismo


05/04/2022 07:43 - atualizado 05/04/2022 08:06

Simone Tebet, Eduardo Leite e Sergio Moro
(foto: Waldemir Barreto/Ag�ncia Senado / Pedro Fran�a/Ag�ncia Senado / Pedro Fran�a/Ag�ncia Senado)


A senadora Simone Tebet (MDB) n�o � nenhuma, como direi?, raridade na pol�tica brasileira. Advogada, professora (mestre e doutora) e escritora, ou seja, academicamente bem preparada, trabalhou durante seis anos (1995-2001) na �rea t�cnica da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, onde, em seguida, atuou como deputada.

Durante o mandato, concorreu � Prefeitura de Tr�s Lagoas, sua cidade-natal, e n�o s� foi eleita em 2004 como reeleita quatro anos depois. Em 2010 tornou-se vice-governadora e, cumulativamente, secret�ria de Governo. Simone � filha do falecido senador Ramez Tebet, controverso politicamente e, digamos, judicialmente, pois �s voltas com a Justi�a. 

Durante este per�odo, acumulou um inqu�rito por desvio de dinheiro p�blico, que prescreveu em 2015, e uma a��o de improbidade administrativa em 2016. Andr� Puccinelli, governador de quem foi vice, foi alvo de duas opera��es policiais por suspeitas de superfaturamento, chegando a ser preso em 2018. Simone n�o esteve envolvida, diga-se.

Em 2016 foi uma aguerrida defensora jur�dica do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Por�m, um ano depois, votou a favor de A�cio Neves (PSDB), que havia sido afastado pelo STF, por causa do esc�ndalo com Joesley Batista. Ali�s, a JBS foi sua maior doadora na campanha para o Senado, com mais de R$ 1.7 milh�o.

Por isso afirmei que n�o � uma ‘raridade’, j� que parte de um cl� pol�tico e enroscada com o judici�rio. Senadora desde 2014, eleita com expressiva vota��o, ganhou notoriedade ao ‘trombar’ de frente com o senador e colega de partido Renan Calheiros na disputa pela Presid�ncia do Senado. Tebet, como mostra o relato acima, �, portanto, do ramo.

EDUARDO LEITE

Bacharel em Direito, e mestrado em Gest�o P�blica pela FGV (Funda��o Get�lio Vargas), e pela renomada Columbia University, de Nova York, o jovem, de 37 anos, este, sim, � uma raridade na pol�tica nacional. � disparado o pr�-candidato que eu gostaria de ver na disputa pelo Planalto. Ali�s, � para quem eu tor�o que seja eleito presidente da Rep�blica.

Leite (PSDB) apresenta carreira s�lida e, por que n�o?, brilhante. Foi assessor e secret�rio parlamentar em Pelotas, onde nasceu; vereador e presidente da C�mara Municipal; prefeito da cidade e, finalmente, governador do Rio Grande do Sul, quando tirou o estado da UTI e o colocou, ainda doente e grave, na enfermaria das federa��es quebradas do Pa�s.

O rapaz � bem relacionado nacional e internacionalmente; adepto das melhores pr�ticas de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), ou Governan�a Ambiental, Social e Corporativa, e n�o tem uma mancha �tica ou m�nimo esc�ndalo relacionado � desvio p�blico em seu curr�culo - isso, sim, uma novidade e tanto!    

Se comparado aos dois atuais favoritos, Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, e Lula da Silva, o meliante de S�o Bernardo, Eduardo Leite � simplesmente espetacular! Primeiro porque � letrado, educado e academicamente preparado. Segundo porque tem ampla experi�ncia administrativa e comprovada lisura e compet�ncia no trato com a coisa p�blica.

Se n�o bastasse, Eduardo n�o �: corrupto, lavador de dinheiro, peculat�rio (rachador de sal�rios), financiador e adorador de milicianos, empregador de funcion�rios fantasmas, autocrata, apoiador de ditadores e terroristas, mensaleiiro, golpista, f� de torturador, ex-presidi�rio, negacionista, homicida, racista, machista e homof�bico.

MORO E ALIAN�A

N�o preciso nem irei descrever, pormenorizadamente, o ex-juiz federal e ex-ministro Sergio Moro. Todos o conhecem muito bem, de cor e salteado, e sabem o que fez e representou para o Pa�s, at� o desmonte, patrocinado pelo bolsopetismo, da Opera��o Lava Jato e do combate � corrup��o na pol�tica do Brasil. Os fatos est�o todos a�.

Inocente e ne�fito no mundo sujo da pol�tica brasileira, o paranaense entrou de cabe�a num governo sujo - que se prometia limpo -, e de l� saiu como traidor, odiado por milh�es. Por outro lado, � tamb�m odiado pelo extremo oposto, que apoia e idolatra a cleptocracia lulopetista, querendo v�-la de volta ao poder e ao dom�nio dos cofres p�blicos.

Moro est� sendo feito de palha�o por pol�ticos profissionais do jogo da sedu��o e da embroma��o. Agora no Uni�o Brasil, depois do Podemos, espera conseguir a vaga para a disputa - com chances! - do Planalto, que eu duvido que vir�. Portanto, o bom, ou o ideal, seria concorrer a uma vaga no Senado, em uma chapa encabe�ada pela dupla acima.

Pessoalmente, adoraria ver Leite e Tebet, presidente e vice, respectivamente. Por�m, diante da fragilidade partid�ria do ga�cho (o PSDB se tornou um cabar� decadente, passando o ponto antes de fechar), em oposi��o � pujan�a partid�ria da senadora (o MDB � uma m�quina eleitoral), talvez a invers�o de cargos seja mesmo necess�ria.

Al�m do mais, estamos falando de uma dupla (uma mulher e um gay) que enfrentar� os mais obscuros preconceitos do reacionarismo bolsonarista, e a mais brutal campanha machista e difamat�ria dos lulopetistas, como fizeram com Marina Silva, em 2014, al�m da ira evang�lica - dos dois lados, ali�s. Tebet, de ambos, talvez seja a menos atacada.

ELEI��O E REELEI��O

Tor�o sinceramente para a concretiza��o do cen�rio acima. Acredito que ser� uma lufada de esperan�a para quem n�o quer mais do mesmo. Para quem n�o quer a altern�ncia entre dois velhos e velhacos, representantes de partidos e de ideias sujas e mofadas, obcecados por poder e dinheiro, sem quaisquer planos ou projetos de futuro para o Brasil.

A diferen�a de curr�culo, como j� demonstrada acima, � gritante! A diferen�a de car�ter, ent�o, nem se fala. E a diferen�a das fichas-corridas � incompar�vel, ao desfavorecer a dupla Mensal�o & Rachad�o. Leite e Tebet, ou Tebet e Leite, com Moro para o Senado, em uma chapa trabalhando unida e un�ssona, pode, sim, derrotar a dupla do atraso.

Eu duvido, mas se o eterno coadjuvante perdedor, Ciro Gomes, em algum momento futuro, ainda no primeiro turno, � claro, antes de ir para Paris novamente, fizesse parte de uma frente democr�tica contra os horrores do bolsopetismo, as chances seriam ainda melhores e maiores. Mas altru�smo e desprendimento n�o fazem parte do vocabul�rio do coron�.

Outra boa, ou melhor, �tima novidade seria o fim da odiosa reelei��o, trazida por Fernando Henrique Cardoso. Leite � assumidamente contra e j� deu provas concretas ao n�o disputar nenhuma (verean�a e prefeitura de Pelotas e governo do estado). E Tebet, dentro de uma alian�a desse porte, talvez abra m�o de um poss�vel projeto pessoal em prol do Pa�s.

Dentro de mais um ou dois meses, no m�ximo, as cartas estar�o abertas e o jogo ser� jogado. Espero estar certo, pois iria adorar assistir ao embate eleitoral entre personagens t�o distintas e opostas, sobretudo no campo �tico-moral, criminal e intelectual. Quem sabe o Brasil, ao menos uma vez, acredite mais nos fatos do que em fantasias, e decida eleger um presidente de verdade, e n�o um falso Messias ou Pai dos Pobres quaisquer? 

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