
N�o fosse o dinheiro injetado pela fam�lia Menin, e o Atl�tico j� estaria fazendo companhia ao rival Cruzeiro, na s�rie B do Campeonato Brasileiro, h� pelo menos dois anos, talvez em condi��es ainda piores.
N�o � segredo para ningu�m a situa��o financeira dram�tica deixada pelo ex-presidente do Clube, Alexandre Kalil, agravada pelo seu sucessor, Daniel Nepomuceno, que explodiu no colo de S�rgio Sette C�mara.
� certo que a d�vida n�o come�ou nessas administra��es, e que n�o foram apenas estes presidentes os �nicos respons�veis pelo estrago. Por�m, � for�oso reconhecer, pioraram muito o quadro geral.
NOVOS TEMPOS
A partir de 2020, com a elei��o de Sergio Coelho e Jos� Murilo Proc�pio, homens de confian�a dos mecenas do Galo, o Clube p�de respirar tranquilo a partir da inje��o de capital e governan�a corporativa de excel�ncia.
Al�m dos t�tulos in�ditos e da posi��o de melhor time de futebol do Pa�s, o Atl�tico � hoje detentor de extremos respeito e credibilidade, e uma reconhecida lideran�a pol�tica dentre os principais clubes do Brasil.
Por�m, para se manter neste elevado patamar, precisa urgentemente equacionar a ‘parte onerosa’ de sua d�vida, aquela que suga, apenas em juros anuais, cerca de 60 a 80 milh�es de reais (dependendo da varia��o da Selic).
Com a inaugura��o da Arena MRV em 2023, prev�-se um incremento na receita, com a consequente diminui��o da despesa relacionada a jogos como mandante, al�m de shows e eventos no novo espa�o. �timo, n�o �?
CONTA N�O FECHA
Igualmente, com o time se mantendo na disputa pelos t�tulos das principais competi��es do Pa�s e do continente, as receitas com premia��es, patroc�nios, etc. continuaram crescendo de forma org�nica e sustent�vel.
Contudo, a velocidade e quantidade do dinheiro que entra, n�o acompanha a velocidade e quantidade (do mesmo dinheiro) que sai, destinado ao pagamento de juros, sobretudo em um ambiente adverso como o atual.
� imperioso, portanto, como j� dito anteriormente, a redu��o do gasto com o servi�o da d�vida, notadamente atrav�s da quita��o de boa parte do passivo. Como? Bem, na falta de liquidez, resta a venda de patrim�nio.
Ora, do que adianta sede administrativa em Lourdes, clubes sociais, shopping center, terrenos, etc., se a raz�o maior de tudo, o Clube Atl�tico Mineiro (time de futebol), restar falido ou afundado na segunda divis�o?
J�IA DA COROA
Desse patrim�nio, digamos, imobili�rio, o caso mais emblem�tico, pois o de maior valor e liquidez, � o shopping Diamond Mall, onde o atual supercampe�o brasileiro possui 50% de participa��o, avaliada em 350 milh�es de reais.
A receita anual aferida pelo Clube com o shopping � de aproximadamente 7 milh�es de reais, segundo Rafael Menin, na mesma entrevista. Por outro lado, os juros pagos sobre o valor acima, hoje, beiram 50 milh�es de reais por ano.
Ou seja, grosso modo falando, o Atl�tico ‘paga’ cerca de 40 milh�es de reais anuais para ser s�cio de shopping. Tem cabimento isso? Para mim, n�o. E para qualquer um que saiba somar dois com dois e encontrar quatro, idem.
A venda do Diamond n�o traria apenas 400 milh�es de reais ao Clube, mas 400 milh�es de reais a menos em d�vida, e o que � ainda mais importante: cerca de 50 milh�es de reais de economia anual com o pagamento de juros.
BOLA COM O CONSELHO
N�o h� qualquer raz�o - ou l�gica elementar - que justifique a manuten��o de tal patrim�nio, em detrimento de um cen�rio de redu��o de d�vidas e despesas financeiras. Vaidade? Bem, isso a� � com o outro lado da lagoa.
Al�m do mais, a �poca de n�o se importar com nome sujo, ou com ‘devo, n�o nego, pago quando puder’, t�o comum a devedores com patrim�nio - para n�o dizer picaretas!! -, n�o encontra mais espa�o no Galo de hoje.
Espero sinceramente que, diante de tudo que vem fazendo os quatro R’s e a atual diretoria alvinegra, sobretudo diante dos resultados esportivos e gerenciais, os conselheiros do Galo aprovem a venda do shopping t�o logo seja proposta.
Al�m do mais, j� foi dito pelos mecenas e dirigentes, que todo o processo ser� transparente e auditado externamente - como tudo que faz esse pessoal. E tamb�m, que a grana servir� exclusivamente para diminuir a d�vida onerosa do Clube.
POLITICAGEM NOCIVA
H� ainda no Conselho uma turma ligada politicamente �s administra��es anteriores. Beleza. � do jogo e comum �s associa��es. Mas simpatias ou animosidades pessoais n�o podem nem devem interferir em algo t�o relevante e �bvio.
Duvido que exista conselheiro que n�o saiba fazer conta, e que n�o esteja feliz com a fase in�dita na hist�ria do Clube. Na ponta do l�pis e no sorriso de milh�es de atleticanos est� a resposta para o dilema ‘vender ou n�o vender’.
N�o espero grandeza de quem n�o tem e que j� deu in�meras provas de n�o ter. Tampouco espero desprendimento ou senso de responsabilidade. Apelo, portanto, ao ‘amor pelo Galo’, ainda que o amor pr�prio seja infinitamente maior.
Al�, voc� sabe quem: se n�o for pedir muito, por favor, deixe o Galo seguir seu caminho em paz. N�o interfira na vota��o que poder� servir como bal�o ao Clube. N�o seja, mais uma vez, a �ncora a nos puxar para baixo. Obrigado, hein!