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Estado de Minas OPINI�O SEM MEDO

Bolsonaro, Ribeiro, Obstru��o de Justi�a e outros crimes, passo a passo

Fosse o Brasil decente, e n�o �, haja vista o favorito a vencer as elei��es em outubro, o presidente estaria em maus len��is


25/06/2022 08:03 - atualizado 25/06/2022 08:45

Bolsonaro e Milton Ribeiro sentados lado a lado e sorrindo
Ex-ministro da Educa��o disse, em conversa com uma filha, que recebeu uma liga��o do presidente Jair Bolsonaro (PL) (foto: EVARISTO S�/AFP)
Bem, vamos aos fatos. Repito: fatos! Nada de achismos ou vers�es.

Havia um suposto esquema de corrup��o dentro do Minist�rio da Educa��o, em que dois pastores - sendo um deles amigo de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto - arrecadariam dinheiro de prefeituras do interior - inclusive atrav�s de barras de ouro.

O ministro da Educa��o, Milton Ribeiro, em �udio, afirmou que privilegiava os pedidos de verba de um destes pastores (Gilmar), atendendo � solicita��o do presidente da Rep�blica. Inclusive, em depoimento � PF, afirmou que 'cumpria ordens do presidente'.

O mesmo ministro, inclusive, teve seu nome e fotografia impressos em exemplares de b�blias distribu�das em uma prefeitura do Par�. Por algum motivo, ele e quem produziu o material acharam por bem enaltecer sua imagem de pol�tico.

Os pastores presos frequentavam com assiduidade o gabinete da Presid�ncia da Rep�blica no Pal�cio do Planalto. Ap�s a divulga��o do esc�ndalo, Bolsonaro decretou sigilo de cem anos sobre seus encontros com os suspeitos.

A ordem judicial de pris�o do ex-ministro determinava que fosse transferido para Bras�lia, o que n�o ocorreu. O delegado da PF, respons�vel pelo caso, em mensagem, afirmou que ocorrera interfer�ncia superior e que as investiga��es foram prejudicadas.

Mantido indevidamente, pois, em S�o Paulo, o ent�o encarcerado foi solto no dia seguinte por determina��o judicial de um desembargador, coincidentemente, o preferido de Jair Bolsonaro para ocupar uma vaga no STJ - Superior Tribunal de Justi�a.

Al�m disso, por mais uma dessas coincid�ncias de Bras�lia, o magistrado � muito pr�ximo de Gilmar Mendes, com quem o presidente da Rep�blica jantou na noite anterior, na casa de Arthur Lira, o ilibado presidente da C�mara dos Deputados.

Em grava��o autorizada pela Justi�a e vazada � imprensa na tarde desta sexta-feira (24), Milton Ribeiro, em conversa com a filha por celular, afirmou que Jair Bolsonaro o alertou sobre a possibilidade de uma opera��o de busca e apreens�o em sua casa.

Percebendo a gravidade do assunto, sua filha o alertou de que estava ‘ligando de um celular normal’. Diante disso, o ex-ministro se surpreendeu, respondeu '�?' e mudou de assunto, nitidamente disfar�ando seu constrangimento.

Em 'live' nesta quinta-feira (23), Bolsonaro admitiu que houve, no m�nimo, tr�fico de influ�ncia: '� comum'. O Minist�rio P�blico Federal, por solicita��o do juiz do caso, enviou o processo para o STF - Supremo Tribunal Federal.

N�o custa lembrar, Milton Ribeiro foi indicado pessoalmente pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro - que afirmou que 'Deus o inocentaria' -, e o pr�prio presidente da Rep�blica afirmou colocar a cara no fogo pelo mesmo. 

Al�m de confessar que houve crime de tr�fico de influ�ncia, Bolsonaro pode ter incorrido, em tese, em obstru��o de justi�a. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) prometeu pedir um inqu�rito neste sentido ao Supremo.

Tamb�m n�o custa - e � oportuno - lembrar, que o presidente da Rep�blica, em reuni�o ministerial conhecida por todos, bateu na mesa e afirmou, com todas as letras, que queria comandar a Pol�cia Federal, e que tinha suas fontes na corpora��o: “muito boas!!’

Juntando l� com l� e cr� com cr�, nem o mais fan�tico dos bolsonaristas poderia dizer que as pe�as n�o se encaixam, e que tudo n�o passa de persegui��o da imprensa e amea�a comunista. Mais claro que isso, s� as rachadinhas confessadas por Queiroz.

Em um pa�s minimamente decente, Bolsonaro seria afastado - por iniciativa pr�pria ou da Justi�a - e o caso terminaria com severas condena��es. Mas estamos em Ban�nia, onde os poderosos costumam se dar bem, haja vista um certo meliante de S�o Bernardo.

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