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Estado de Minas OPINI�O SEM MEDO

Os erros, sobretudo no Brasil, que insistimos em n�o corrigir a tempo

Nossa gera��o tem a responsabilidade moral de cuidar e proteger nossos netos e bisnetos


18/07/2022 08:44 - atualizado 18/07/2022 10:51

Imagem feita de avião, em viagem entre Manaus e Manicore, registrada em 6 de junho de 2022, de desmatamento na Amazônia
Imagem feita de avi�o, em viagem entre Manaus e Manicore, registrada em 6 de junho de 2022, de desmatamento na Amaz�nia (foto: Mauro PIMENTEL / AFP)


As quest�es clim�ticas j� deixaram de ser, h� tempos, ao menos para quem n�o insiste em caminhar sobre quatro patas, lenda, catastrofismo ou mera ideologia ambiental. Uma coisa s�o os 'xiitas' ambientalistas, extremistas que usam e abusam da causa para agredir pessoas e empresas e impor suas agendas. Outra, bem diferente, s�o pesquisadores, institutos de tecnologia, universidades renomadas, enfim, gente s�ria e capaz debru�ada sobre um dos mais importantes temas da nossa gera��o: o aquecimento global.
Contra n�meros e fatos, que provam e comprovam as altera��es clim�ticas advindas do aquecimento do planeta, n�o h� argumentos; apenas mistifica��es e reducionismo tosco. A cada d�cada, o mundo fica mais quente e o clima se comporta em padr�es cada vez mais incomuns e imprevistos, ou seja, sem… padr�o! Invernos e ver�es extremos, oscila��es in�ditas de temperatura e outras 'anomalias' clim�ticas t�m trazido enchentes, furac�es e inc�ndios recordes, vitimando milhares de pessoas e causando preju�zos bilion�rios. 

A comunidade cient�fica internacional insiste que nos aproximamos do chamado 'ponto de n�o retorno', uma barreira invis�vel que determinar� o futuro do planeta e das pr�ximas gera��es. Uma vez ultrapassada tal barreira, as mudan�as clim�ticas severas deixar�o de ser revers�veis e se tornar�o cada vez mais extremas, o que determinar�, por mil�nios, por exemplo, a agricultura e a pecu�ria, leia-se, comida. Ou os locais em que milh�es de pessoas n�o poder�o mais viver, como algumas cidades costeiras.

O Relat�rio do Desmatamento no Brasil, do MapBiomas, divulgado hoje, mostra a ponta do iceberg desta cat�strofe, sob o ponto de vista do desmatamento no Brasil. Os dados dizem respeito a 2021, e mostram um aumento na ordem de 20% na destrui��o de nossas matas e florestas. Em tr�s anos, o pa�s perdeu o equivalente a um Rio de Janeiro inteiro (estado, e n�o a cidade) em �reas verdes. Somente na Amaz�nia, 18 �rvores foram ceifadas a cada segundo. Sim! A cada segundo. Isso significa 1.9 hectare por minuto.

O leitor pode imaginar que o combate ao desmatamento � muito dif�cil, quase imposs�vel e tal, mas n�o �. Primeiro que as tecnologias atuais (sat�lites, drones, GPS etc.) facilitam barbaramente a fiscaliza��o. Segundo que - o mais incr�vel - a concentra��o dos crimes ambientais se d� na agropecu�ria, e n�o em atividades como minera��o ou garimpo clandestino. Para que se tenha uma ideia, ainda na regi�o da Amaz�nia, apenas 0.9% das propriedades rurais concentraM cerca de 77% de todo o desmatamento. 

A humanidade, infelizmente, insiste em n�o aprender com os pr�prios erros e a se antecipar aos problemas que ela mesmo cria. A pandemia do novo coronav�rus nos mostrou toda nossa fragilidade diante da for�a da natureza quando a provocamos de forma constante e descuidada. Nossa gera��o tem a responsabilidade moral de cuidar e proteger nossos netos e bisnetos, sob pena de impingir aos nossos filhos, descendentes diretos e mais pr�ximos, extrema dor e sofrimento diante de um mundo nada ambientalmente promissor.

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