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Estado de Minas

Reflex�es para o Brasil mudar na nova d�cada

O sucesso de um pa�s depende da qualidade de vida da maioria das pessoas, especialmente das que vivem na base da pir�mide social


postado em 06/01/2020 04:00 / atualizado em 06/01/2020 07:50

Exportações do agronegócio e de petróleo impuseram fim à restrição na capacidade de importar, mas, mesmo assim, crescimento econômico é menor(foto: ANPR/Sindiavipar/Divulgação 21/1/16)
Exporta��es do agroneg�cio e de petr�leo impuseram fim � restri��o na capacidade de importar, mas, mesmo assim, crescimento econ�mico � menor (foto: ANPR/Sindiavipar/Divulga��o 21/1/16)

Atribui-se ao grande economista John Maynard Keynes uma bela pergunta: “Quando os fatos mudam, eu mudo a minha opini�o. O Sr., o que faz?”. Infelizmente, a maioria das pessoas, especialmente l�deres pol�ticos e os “s�bios” que os aconselham, preferem, na maioria das vezes, o conforto das opini�es estabelecidas do que enfrentar o mundo desconhecido dos fatos em permanente mudan�a.

O mundo e os processos humanos em geral sempre foram muito dif�ceis de compreender mesmo quando havia poucos fatos com os quais lidar. O que dizer do nosso tempo atual, que nos exp�e a uma quantidade astron�mica de fatos, sem que a nossa mente tenha tido o tempo evolutivo necess�rio para se adaptar a esse novo ambiente?

O grande pensador e ganhador do Pr�mio Nobel Daniel Kahneman nos explica que a nossa mente sofre uma grande limita��o que prov�m da confian�a excessiva no que acreditamos saber, da incapacidade de admitir a verdadeira extens�o de nossa ignor�ncia e da incerteza do mundo em que vivemos.

Este pre�mbulo vem a prop�sito de um sentimento que me invade nestes anos tardios da minha exist�ncia. Em meus tempos de forma��o, no Brasil dos anos 1940 e 1950, nossos governos n�o eram geridos por nenhuma elite tecnocr�tica educada no exterior, mas por pessoas antes pr�ticas do que instru�das em altos conhecimentos econ�micos. No entanto, com todas as turbul�ncias pol�ticas, foram anos de grande crescimento e transforma��o social, de tal forma que todos concordavam que o Brasil estava no caminho de ser um pa�s grande e pr�spero.

A partir da� o pa�s se sofisticou, o governo foi aparelhado com t�cnicos de grande forma��o em universidades americanas e europeias e as pol�ticas econ�micas, salvo alguns not�rios desvios de rota, refletiam o pensamento dominante nas academias.

Houve uma grande moderniza��o das institui��es pol�ticas e de gest�o econ�mica, mas a verdade � que, pelo menos desde o in�cio dos anos 1980, o Brasil deixou de crescer como antes e foi ficando para tr�s nas compara��es internacionais. No passado, a economia tinha restri��es tremendas com a limita��o da capacidade para importar. Hoje estamos livres dessas restri��es, gra�as ao petr�leo do pr�-sal e �s exporta��es do agroneg�cio, e mesmo assim crescemos menos.

N�o posso deixar de pensar que devemos ter feito coisas muito erradas em todo esse tempo, embora seguindo ritualmente os manuais. Quem sabe n�o seria a hora de ouvir, nas quest�es de pol�ticas econ�micas, al�m de distinguidos economistas e g�nios do mercado financeiro, pessoas com outras forma��es e outras sensibilidades, como se fazia nos nossos “anos dourados”?

Tenho grande respeito por quem n�o tem s� certezas, quem � capaz de duvidar e n�o esconde suas d�vidas. Ao mesmo tempo, tenho grande receio dos que t�m grandes convic��es e n�o deixam um lugar para as d�vidas. Essas pessoas s�o muito perigosas quando est�o em uma posi��o de poder pol�tico ou intelectual. S�o capazes de produzir grandes desastres, com custos humanos muito altos.

O Brasil h� muito deixou de crescer de verdade. Agora estamos felizes por crescer 1% no ano que passou e 2% no ano em curso. S�o n�veis desprez�veis de crescimento, que n�o ser�o elevados apenas com privatiza��es, desregulamenta��es e ajuste fiscal, por mais que essas sejam pol�ticas corretas. S�o pol�ticas que apaziguam a consci�ncia dos que escolheram ser fi�is apenas �s suas certezas, mas n�o consolam os que acreditam que o sucesso de um pa�s depende da qualidade de vida da maioria das pessoas, especialmente das que vivem na base da pir�mide social.

Os governos do PT desmoralizaram as chamadas pol�ticas fiscais antic�clicas, mas elas s�o recursos virtuosos se bem manejadas. Neste momento em que os juros da d�vida do governo est�o pr�ximos de zero em termos reais, aumentar temporariamente a d�vida para gastar em investimentos produtivos e dar tra��o � economia � servir ao bem-estar das pessoas, e isso deve ser o dever do governo e de seus dirigentes.

As democracias do s�culo 21 n�o s�o democracias de cidad�os passivos. Nunca � demais lembrar dessa nova e terr�vel verdade!

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