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Estado de Minas COLUNA

Em busca do pa�s que perdemos com sucessivas crises e, agora, pandemia

'O governo brasileiro est� dominado por pessoas com pensamentos extravagantes e com um n�vel intelectual muito abaixo do que o pa�s pode e merece'


23/11/2020 04:00 - atualizado 23/11/2020 07:33

"O Brasil continua sendo um pa�s muito vi�vel e nossos fracassos na economia e na pol�tica s�o resultado de erros que podem ser perfeitamente corrigidos" (foto: Ag�ncia Brasil)
N�o � preciso ser amargo ou pessimista para reconhecer que nosso pa�s vai muito mal. Desde 2014 nossa economia acumula uma queda superior a 7%, o que equivale a uma redu��o de mais de 12% da renda por habitante. Estamos ficando realmente mais pobres e andando para tr�s. Neste passo vai demorar alguns anos para recuperarmos a renda que t�nhamos em 2010.
 
Os efeitos econ�micos da pandemia feriram duramente as empresas e as pessoas, mas esta � uma realidade comum � maioria dos pa�ses. O que nos torna diferentes � que falta ao pa�s neste momento cr�tico uma lideran�a pol�tica esclarecida, competente e generosa, que possa nos guiar para a melhor sa�da.
 
Os eventos do S�culo 21 est�o exigindo de todos as na��es a capacidade para reinventar a economia, o governo e a pr�pria democracia. Para isto � indispens�vel lideran�a pol�tica de grande qualifica��o e talento, capaz de reunir as melhores intelig�ncias e aproveitar os avan�os da ci�ncia e as inova��es da tecnologia em benef�cio de toda a sociedade. E tamb�m de agir com modera��o e cuidado para formar consensos e apaziguar as pessoas.
 
Infelizmente isto � tudo de que n�o dispomos no Brasil. Com exce��es facilmente identific�veis, o governo brasileiro est� dominado por pessoas com pensamentos extravagantes e com um n�vel intelectual muito abaixo do que o pa�s pode e merece.

O governo n�o parece reconhecer os problemas que tem pela frente, nem tem qualquer programa para enfrent�-los. Em lugar disso, o que temos s�o iniciativas e eventos midi�ticos. N�o resolvem problemas, mas criam a espuma de que se alimentam os subterr�neos das redes sociais, onde reina uma vida paralela, onde n�o moram as pessoas reais de carne e osso.
 
Temos de encarar com realismo o que temos pela frente. Este governo foi legalmente eleito em elei��es livres e justas e tem de exercer o seu mandato at� o fim. O tempo que vamos perder e os riscos que vamos correr s�o o pre�o a pagar pela democracia e pelos equ�vocos de nossas lideran�as pol�ticas que nos levaram a esse estado. Mas tudo isso s�o �guas passadas. � hora de nos prepararmos para o futuro, para 2022. Isto � tudo que est� ao nosso alcance.
 
Mesmo este futuro poss�vel n�o est� de modo algum garantido. O Brasil continua sendo um pa�s muito vi�vel e nossos fracassos na economia e na pol�tica s�o resultado de erros que podem ser perfeitamente corrigidos. Nosso setor privado � din�mico e competente e resiste aos descaminhos dos governos e a ambientes de grande incerteza.

Nas condi��es em que o mundo se encontra nestes novos tempos, no entanto, recuperar o crescimento e proteger as popula��es vulner�veis, n�o � mais uma tarefa que possa ser confiada inteiramente aos mercados. A presen�a do Estado, aqui em toda a parte, est� se impondo cada vez mais para garantir o crescimento e o emprego.
 
Vivemos hoje no Brasil uma situa��o de grande crise fiscal. O Estado faz muito pouco, mas, mesmo assim, � fortemente deficit�rio. O n�vel da d�vida p�blica � in�dito em nossa hist�ria e os mercados financeiros n�o cessam de disseminar os seus alarmes. No entanto, um ajuste fiscal neste instante s� vai tornar as coisas muito piores. Um governo incompetente e sem credibilidade na sociedade, contudo, n�o tem como superar este impasse.
 
Um governo novo, com apoio social e articulado com as maiorias parlamentares, pode n�o apenas emitir mais d�vida, mas tamb�m recorrer � expans�o monet�ria para investir em projetos de qualidade destinados a destravar a economia, recuperar a infraestrutura e ampliar as redes de prote��o social. Tudo isto desde que tenha credibilidade para garantir uma trajet�ria de crescimento e o nivelamento da d�vida ao longo do tempo.

Isto pode estar ao alcance de nossos m�os se os pol�ticos situados longe dos extremos forem capazes de esquecer suas diferen�as e por de lado suas ambi��es pessoais em prol de uma nova transi��o para a normalidade nas elei��es de 2022.. S� nos resta este caminho e as urnas de novembro deixaram muito claro que esta � a vontade da na��o.

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