
Eu me permito. Esse foi o tema da medita��o de cura Campo de Amor, marcada para aquele s�bado. O grupo foi convidado a pensar em tr�s coisas que gostaria de fazer e que ainda n�o haviam sa�do do papel, passados mais de 100 dias da quarentena.
Chega de adiar a felicidade. � hora de cuidar de voc� mesmo, fazer as pr�prias vontades, mimar-se. Ocupar, enfim, o primeiro lugar na sua lista de prioridades.
J� estava chegando o dia da medita��o e eu precisava me conceder tr�s desejos. Parecia pouco. Quase sempre caio na tenta��o de querer demais e, ent�o, ficar paralisada, sem conseguir fazer nada. “Um passo de cada vez, Sandra”, lembrei-me do conselho da mentora.
Ao pensar sobre o compromisso de s�bado, veio o insight. Por que n�o agora? Por que a gente s� pode ser feliz nos fins de semana, feriados, f�rias? Nessa pandemia, o tempo tornou-se ainda mais relativo.
Perdemos a no��o do calend�rio. Dia desses, acordei cantando alto 'Hoje � sexta-feira!' N�o, n�o era. Mas, e da�? Perdi a chance de fazer farra, enfiar o p� na jaca, curtir.
Perdemos a no��o do calend�rio. Dia desses, acordei cantando alto 'Hoje � sexta-feira!' N�o, n�o era. Mas, e da�? Perdi a chance de fazer farra, enfiar o p� na jaca, curtir.
N�o mais. Comecei desde j� a me permitir. Finalizei todas as tarefas do dia (seria culpa demais chutar o balde da limpeza dom�stica). Entreguei-me a uma sess�o curadora de reiki, conduzida por uma amiga querida, sensitiva, reikiana por amor. Ela j� havia me oferecido antes, mas custei a aceitar, por medo da pandemia.
A terapeuta veio me atender em casa, de m�scara, a meia dist�ncia. Tranquilizei-me ao perceber que as aplica��es s�o perfeitas para o momento atual. Reiki � imposi��o de m�os, em vez do toque. Car�cia � dist�ncia.
O tratamento me fez muito bem. Sa� flutuando. Cheguei a sonhar com uma menininha de vestido branco, correndo de bra�os abertos pelo gramado, pedindo um abra�o. Felizmente, a imagina��o � imune ao v�rus.
No meu inconsciente, sucumbi. Abracei, abracei de novo e tornei a abra�ar minha crian�a interior. Pude sentir a textura da pele, o ritmo do cora��o, a quentura do colo. Libertei todos os abra�os represados durante o per�odo de isolamento social.
Pena que a sess�o acabou. Tomara que esse seja um daqueles sonhos recorrentes, que se repetem ao longo da vida. Entre os meus preferidos, sou capaz de voar. Abro os bra�os e me lan�o no c�u, sem medo. Mas esse tema ficar� para a pr�xima medita��o. Que tal voar por dentro?