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Estado de Minas CRISE POL�TICA

A alian�a com o Centr�o e os caminhos de Bolsonaro

Havendo popularidade, o est�mulo para que outros partidos entrem no barco do governo aumenta, na mesma propor��o que as chances de um impedimento do presidente diminuem


postado em 15/06/2020 04:00 / atualizado em 15/06/2020 06:58

Além de apoiadores que não saem das ruas, ação assistencialista do governo no combate à COVID-19 rendeu capital político no Norte e no Nordeste(foto: Sérgio Lima/AFP)
Al�m de apoiadores que n�o saem das ruas, a��o assistencialista do governo no combate � COVID-19 rendeu capital pol�tico no Norte e no Nordeste (foto: S�rgio Lima/AFP)

A alian�a de Bolsonaro com os partidos de centro parece estar se fortalecendo a cada semana que passa, fomentada pelas nomea��es em cargos estrat�gicos e pelo estancamento da deteriora��o da popularidade do governo. Um governo com base d� ao poder Executivo possibilidades que antes n�o existiam, mas tamb�m exige um outro n�vel de articula��o pol�tica por parte do presidente e de seus ministros.
 
A cria��o de minist�rios para acomodar aliados, por exemplo, n�o chega a ser novidade na pol�tica brasileira, mas � a primeira vez que ocorre nessa administra��o. Foi com esse intuito que, na semana passada, Bolsonaro editou Medida Provis�ria para recriar o Minist�rio das Comunica��es, com verba de R$ 2,3 bilh�es e respons�vel pelo estrat�gico leil�o da internet 5G. O ministro escolhido foi o deputado F�bio Faria (PSD/RN), genro de Silvio Santos e com �timo tr�nsito nos partidos de centro, inclusive com Rodrigo Maia (DEM/RJ). De brinde, Faria leva tamb�m os Correios e a disputada estrutura de comunica��o do Governo Federal (incluindo a EBC–Empresa Brasil de Comunica��o).
 
O problema � que, enquanto o PSD de Gilberto Kassab ganha um minist�rio, os outros aliados ter�o que se contentar com cargos sem a mesma visibilidade. Al�m disso, a chegada do centro ao primeiro escal�o do governo acaba retirando poder do n�cleo militar, j� que as atribui��es da nova pasta eram de compet�ncia do ministro-chefe da Secretaria de Governo, General Luiz Eduardo Ramos, e do Ministro da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��o, Marcos Pontes.
 
A nomea��o de F�bio Faria tamb�m tem potencial para criar um outro conflito: com o n�cleo liberal do governo. O motivo � que Paulo Guedes nunca escondeu de ningu�m que considera os Correios umas das “joias da coroa” a ser posta � venda, e que, inclusive, j� foi inclu�da no Programa de Parcerias de Investimentos-PPI. Existem d�vidas se os novos mandat�rios dos Correios ter�o o mesmo �nimo para a venda da estatal.
 
O conflito pela venda dos Correios deve ser um problema secund�rio para a presen�a dos liberais no Poder Executivo. O canto da sereia de medidas geradoras de gasto p�blico � reverberado pela maioria dos partidos da nova base do governo e praticamente irresist�vel para uma administra��o que vinha sofrendo com quedas consecutivas de popularidade.
 
N�o por acaso, o ministro da Economia confirmou que o aux�lio emergencial contra os impactos econ�micos da pandemia deve ter mais duas parcelas de R$ 300,00 – metade do valor atual do programa, que j� tinha um custo estimado de R$ 51 bilh�es por m�s. Agora, Guedes sinaliza a possibilidade de unificar benef�cios sociais em uma plataforma �nica chamada Renda Brasil, um “bolsa-fam�lia” para chamar de seu.
 
A a��o assistencialista (n�o menos necess�ria) parece ter rendido capital pol�tico ao governo. A �ltima pesquisa XP/Ipesp, divulgada na �ltima sexta-feira, mostra que a popularidade do governo oscilou positivamente nas regi�es Norte e Nordeste e na parcela que ganha at� 2 sal�rios m�nimos. Ou seja, Bolsonaro ganhou apoio em uma faixa do eleitorado que n�o o apoiou at� ent�o.
 
Havendo popularidade, o est�mulo para que outros partidos entrem no barco do governo aumenta, na mesma propor��o que as chances de um impedimento do presidente diminui. Nessa esteira, a tend�ncia � de que os novos aliados incentivem a vertente “gastadora” de Bolsonaro, o que melhora a aprova��o no curto prazo, mas pode prejudicar a agenda liberal no longo.
 
O mercado monitora esse movimento com sentimentos d�bios: se, por um lado. o aumento de endividamento preocupa; por outro, uma melhor rela��o com o poder Legislativo pode gerar menos instabilidade. Ocorre que esse equil�brio � extremamente delicado. Ser�o mais atores para serem considerados em cada decis�o, tudo isso em meio a uma crise de sa�de p�blica e econ�mica sem precedentes.

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