
O presidente Jair Bolsonaro perdeu a oportunidade de se capitalizar politicamente no combate � pandemia. O governador Jo�o Doria (PSDB-SP) aproveitou.
O presidente come�a a segunda metade de seu mandato correndo atr�s de uma imagem que sempre negou: o respons�vel pela cura.
Todo tipo de maluquice conspirat�ria da direita radical foi ecoado pelo presidente, o que n�o prejudicou sua imagem at� o fim da primeira onda da pandemia.
Isso vem mudando, ainda nada que ameace a perman�ncia de Bolsonaro no cargo, mas com poss�veis consequ�ncias para alguns de seus ministros e at� para sua viabilidade eleitoral em 2022.
O presidente come�a a segunda metade de seu mandato correndo atr�s de uma imagem que sempre negou: o respons�vel pela cura.
Todo tipo de maluquice conspirat�ria da direita radical foi ecoado pelo presidente, o que n�o prejudicou sua imagem at� o fim da primeira onda da pandemia.
Isso vem mudando, ainda nada que ameace a perman�ncia de Bolsonaro no cargo, mas com poss�veis consequ�ncias para alguns de seus ministros e at� para sua viabilidade eleitoral em 2022.
Vem mudando porque muitos brasileiros se sentiram desamparados frente aos paulistas. A imagem de Jo�o Doria vacinando a primeira pessoa no Brasil, a enfermeira M�nica Calazans, foi considerado um marco pol�tico mesmo por opositores.
Bolsonaro sentiu o golpe e n�o poderia ter deixado isso mais expl�cito do que mandando um ministro da Sa�de nitidamente nervoso e acuado para uma coletiva desastrosa.
Bolsonaro sentiu o golpe e n�o poderia ter deixado isso mais expl�cito do que mandando um ministro da Sa�de nitidamente nervoso e acuado para uma coletiva desastrosa.
O general Eduardo Pazuello permanece em situa��o delicada. Hoje � dado como certo que o Minist�rio da Sa�de deve passar de vez para o Centr�o, mais especificamente para a �rea de influ�ncia do deputado Ricardo Barros (PP-PR), na esperada reforma ministerial depois das elei��es das Mesas Diretoras da C�mara dos Deputados e do Senado Federal.
Mas Pazuello n�o � o �nico que saiu com a credibilidade abalada pela guerra da vacina entre Doria e Bolsonaro.
Mas Pazuello n�o � o �nico que saiu com a credibilidade abalada pela guerra da vacina entre Doria e Bolsonaro.
O ministro de Rela��es Exteriores, Ernesto Ara�jo, por todas as arbitrariedades que j� falou contra os chineses, � absolutamente incompat�vel com o exerc�cio de sua fun��o prec�pua: a representa��o perante governos estrangeiros.
N�o por acaso, nas �ltimas semanas, v�rias autoridades visitaram o embaixador chin�s Yang Wanming em Bras�lia: de Rodrigo Maia (DEM-RJ) at� o governador da Bahia, Rui Costa (PT-BH).
Ainda assim, � ilus�rio achar que Pequim pediria a cabe�a do chanceler brasileiro como foi noticiado.
Ao contr�rio: parece mais prov�vel que essa informa��o tenha sido plantada para que Ernesto aumente seu apelo perante o eleitorado mais fiel (e radical) de Bolsonaro.
N�o por acaso, nas �ltimas semanas, v�rias autoridades visitaram o embaixador chin�s Yang Wanming em Bras�lia: de Rodrigo Maia (DEM-RJ) at� o governador da Bahia, Rui Costa (PT-BH).
Ainda assim, � ilus�rio achar que Pequim pediria a cabe�a do chanceler brasileiro como foi noticiado.
Ao contr�rio: parece mais prov�vel que essa informa��o tenha sido plantada para que Ernesto aumente seu apelo perante o eleitorado mais fiel (e radical) de Bolsonaro.
Ainda que Doria tenha triunfado (momentaneamente, pelo menos), que Pazuello tenha ficado com fama de inepto e Ernesto de inapto, existe pouca margem para que um processo de impeachment seja instaurado contra Bolsonaro.
Na verdade, segundo o �ltimo Bar�metro do Poder, levantamento mensal da InfoMoney com diversas casas de an�lise pol�tica; o apoio do presidente na C�mara passou de 188 deputados em dezembro para 203 em janeiro e, no Senado, de 23 para 25 parlamentares no mesmo per�odo.
Isso a despeito da redu��o da avalia��o positiva do governo perante a popula��o, que tamb�m de dezembro a janeiro oscilou negativamente de 38% para 32%, segundo a pesquisa da XP/Ipespe.
Na verdade, segundo o �ltimo Bar�metro do Poder, levantamento mensal da InfoMoney com diversas casas de an�lise pol�tica; o apoio do presidente na C�mara passou de 188 deputados em dezembro para 203 em janeiro e, no Senado, de 23 para 25 parlamentares no mesmo per�odo.
Isso a despeito da redu��o da avalia��o positiva do governo perante a popula��o, que tamb�m de dezembro a janeiro oscilou negativamente de 38% para 32%, segundo a pesquisa da XP/Ipespe.
Importante que se explique: o Congresso Nacional s� � uma caixa de resson�ncia do sentimento geral da popula��o quando o clamor � muito latente, muito mais do que um panela�o isolado ou mesmo uma mobiliza��o restrita em redes sociais.
Bolsonaro continua com o apoio da bancada conservadora no Congresso, principalmente dos evang�licos e dos ruralistas (que, ali�s, detestam Jo�o Doria).
Com isso, hoje o presidente est� mais pr�ximo de ver seus aliados – Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) – ganharem a presid�ncia da C�mara e do Senado, respectivamente.
Bolsonaro continua com o apoio da bancada conservadora no Congresso, principalmente dos evang�licos e dos ruralistas (que, ali�s, detestam Jo�o Doria).
Com isso, hoje o presidente est� mais pr�ximo de ver seus aliados – Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) – ganharem a presid�ncia da C�mara e do Senado, respectivamente.
O mais interessante � que toda essa situa��o pode afetar indiretamente um terceiro ministro: Paulo Guedes. Sim, pois a cobran�a sobre ele aumentar� quando o peso da falta do aux�lio emergencial mostrar todo seu potencial.
A necessidade de a economia andar com as pr�prias pernas ser� premente. Guedes dever� estar sob press�o mesmo que os aliados do presidente ganhem as casas legislativas, visto que nem Lira nem Pacheco s�o defensores hist�ricos de redu��o de austeridade fiscal, menos ainda em um cen�rio com retomada lenta da economia e sem o aux�lio.
A necessidade de a economia andar com as pr�prias pernas ser� premente. Guedes dever� estar sob press�o mesmo que os aliados do presidente ganhem as casas legislativas, visto que nem Lira nem Pacheco s�o defensores hist�ricos de redu��o de austeridade fiscal, menos ainda em um cen�rio com retomada lenta da economia e sem o aux�lio.
Sendo assim, se o risco de impeachment pode n�o ser ainda relevante, o enfraquecimento do candidato Bolsonaro em 2022 �. Com in�cio da segunda metade do mandato do presidente, o tic-tac come�a a aumentar de volume: hoje o presidente continua competitivo na corrida eleitoral, mas seus concorrentes pelo eleitorado de classe m�dia urbana – Doria, Luciano Huck e o ex-ministro Sergio Moro – est�o na espreita.