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Estado de Minas COLUNA

Por combust�veis, presidente Jair Bolsonaro age como Dilma Rousseff

Na verdade, talvez o erro tenha sido acreditar que o presidente abra�aria a agenda liberal, aceitando o inevit�vel custo pol�tico que vem com ela


22/02/2021 04:00 - atualizado 22/02/2021 07:18

Quando Castello Branco assumiu a empresa, a cotação das ações da Petrobras flutuava em torno dos R$ 25. Um ano depois, registravam aumento de 24%(foto: Mauro Pimentel/AFP - 28/2/2019)
Quando Castello Branco assumiu a empresa, a cota��o das a��es da Petrobras flutuava em torno dos R$ 25. Um ano depois, registravam aumento de 24% (foto: Mauro Pimentel/AFP - 28/2/2019)

Bolsonaro “Dilmou”. Essa foi uma das brincadeiras ouvidas na semana passada entre os operadores de mercado que acompanham pol�tica. A piada se refere � fala do Presidente da Rep�blica sobre o quinto aumento seguido pela Petrobras no pre�o cobrado nas refinarias pelo diesel e gasolina.

Em sua transmiss�o semanal via rede social na �ltima semana, o presidente disse que o aumento era excessivo e que teria consequ�ncia, mesmo que n�o fosse intervir na estatal. Evidentemente que ia intervir e da forma mais direta poss�vel: mudando a presid�ncia da estatal.

O ent�o mandat�rio da Petrobras – o p�s-doutor em Economia pela Universidade de Chicago, Roberto Castello Branco – foi al�ado ao cargo pela proximidade com o Ministro da Economia, Paulo Guedes. Castello Branco � respeitado pelo mercado e reconhecido pela sua vis�o liberal.

Foi diretor do Banco Central e da Vale, al�m de presidente do Ibmec, professor da Funda��o Getulio Vargas e membro do Conselho de Administra��o da Petrobras entre 2015-2016. Com esse curr�culo, imaginava-se que a vis�o liberal do Guedes estaria devidamente representada. O mercado comprou essa miragem.

Quando Castello Branco assumiu a presid�ncia da empresa, em janeiro de 2019, a cota��o das a��es da Petrobras flutuava em torno dos R$ 25. Um ano depois, as a��es ostentavam um aumento de 24%.

A fala do presidente fez com que a empresa perdesse quase toda a valoriza��o (e a credibilidade) acumulada em dois anos em dois dias. O mercado antecipou com raz�o a demiss�o de Castello Branco, que agora engrosse a lista de liberais defenestrados do governo, isolando cada vez mais Guedes.

O motivo imediato da revolta de Bolsonaro com Castello Branco foram as oito altas consecutivas do pre�o dos combust�veis. De junho de 2020 � 1ª quinzena de fevereiro, a gasolina ficou 21,7% mais cara.

Al�m disso, o Presidente da Rep�blica ficou possesso com a fala de Castello Branco no evento on-line do banco Credit Suisse no m�s passado: “Os caminhoneiros aut�nomos t�m uma frota cuja idade m�dia � de 20,5 anos. S�o caminh�es antigos, altamente consumidores de diesel… O custo do diesel � muito mais alto para eles.

O custo de manuten��o � evidentemente mais alto. Ent�o trata-se de um problema de excesso de oferta, n�o se trata de um problema da Petrobras”. Para Bolsonaro, o problema � sim da Petrobras e do governo, mas n�o s� a n�vel federal.

Tanto � que o governo buscou a��es imediatas para desonera��o que compensassem o aumento de custo com a altera��o da forma de cobran�a do Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS) sobre combust�veis, que representa boa parte das receitas dos estados.

Segundo a proposta, haver� a cria��o de uma al�quota unificada – hoje, cada estado cobra a sua. O problema � que alguns desses estados, que j� sofreram perda de arrecada��o com a pandemia, provavelmente enfrentariam uma redu��o ainda maior.

Bolsonaro “Dilmou”? Na verdade, talvez o erro tenha sido acreditar que o presidente abra�aria a agenda liberal, aceitando o inevit�vel custo pol�tico que vem com ela.

Fica f�cil ser liberal quando o assunto � reduzir o imposto de importa��o de bicicletas ou armas de fogo e postar isso em redes sociais, como feito recentemente. No entanto, � muito mais complicado enfrentar press�es de categorias como a de caminhoneiros, militares, policiais, entre outras que comp�em (ou compuseram) a base popular de apoio do presidente.

A ex-presidente Dilma sempre foi defensora das interven��es do estado na economia, prote��o de privil�gios de categorias e contra as privatiza��es.

Olhando o hist�rico de Bolsonaro, bem como todas as situa��es em que seu �mpeto liberal foi posto � prova, algu�m ainda se surpreende que ambos s�o incrivelmente parecidos, em especial, quando o populismo fala mais alto que a economia?

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