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Estado de Minas COLUNA

Bolsonaro se agarra ao Centr�o para se blindar contra impeachment

Presidente vai nomear o senador Ciro Nogueira, l�der do bloco partid�rio, como ministro da Casa Civil, a pasta mais poderosa do governo


26/07/2021 04:00 - atualizado 26/07/2021 10:55

Ciro Nogueira se tornará o primeiro senador e primeiro político filiado ao PP a se tornar ministro no governo Bolsonaro(foto: MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO - 21/10/20)
Ciro Nogueira se tornar� o primeiro senador e primeiro pol�tico filiado ao PP a se tornar ministro no governo Bolsonaro (foto: MARCOS OLIVEIRA/AG�NCIA SENADO - 21/10/20)

Imagine ser poss�vel voltar no tempo, mais especificamente para outubro de 2018. Jair Bolsonaro acabou de se tornar presidente derrotando Fernando Haddad (PT). Durante essa breve viagem no tempo, voc� conta para uma interlocutora que Sergio Moro seria defenestrado do governo antes da metade do mandato, que o l�der do Centr�o, Ciro Nogueira (PP-PI), seria nomeado ministro da Casa Civil, que as den�ncias de corrup��o se acumulariam na mesma propor��o que os pedidos de impedimento contra o presidente, e que Bolsonaro, com receio de perder a elei��o, amea�aria a democracia diuturnamente. Bem prov�vel que ela n�o acreditasse. Pelo menos n�o em tudo.
 
Talvez, a amea�a � democracia fosse o que menos espantaria a interlocutora do passado. Desde o in�cio, o aparelhamento perpetrado por Bolsonaro, nomeando militares para cargos relevantes, j� dava ind�cios da inten��o de cooptar o apoio das for�as de seguran�a. O comando militar n�o foi un�nime nessa ades�o sem volta ao governo. N�o por acaso, de forma in�dita, comandantes das tr�s For�as foram demitidos, juntamente com o ent�o ministro da Defesa, Fernando Azevedo. O sucessor de Azevedo – general Walter Braga Neto – n�o s� endossou toda a pauta bolsonarista, como nomeou aliados para o comando das For�as, al�m de fazer coro no condicionamento da realiza��o das elei��es � ado��o do voto impresso.
 
Agora, essa hist�ria de colocar o governo no colo do l�der do Centr�o era exigir demais da credulidade dessa interlocutora de outubro de 2018. Se pareceria improv�vel no passado, no presente faz bastante sentido. Ciro se tornar� o primeiro senador e primeiro pol�tico filiado ao Partido Progressistas (PP) a se tornar ministro no governo Bolsonaro. Apesar de controlar a presid�ncia da C�mara dos Deputados e representar a quarta maior bancada tanto na C�mara como no Senado Federal, o PP havia sido preterido na Esplanada dos Minist�rios at� ent�o. Com isso, o presidente se blinda mais ainda dos pedidos de impeachment e ainda tem potencial para melhorar sua situa��o no Senado, um ambiente bem mais hostil �s pautas do governo e contaminado pela CPI da Pandemia.
 
Mas quem diria que Bolsonaro cogitaria se filiar ao pr�prio Partido Progressistas e ainda bradar aos quatro ventos: “Sou do Centr�o”? Novamente, hoje faz sentido. Bolsonaro j� havia colocado a deputada Fl�via Arruda, aliada do presidente da C�mara, Arthur Lira (tamb�m do PP, de Alagoas), na Secretaria de Governo, e nomeado o deputado Ricardo Barros (PP de novo, do Paran�) como l�der do governo na C�mara.
 
Trazer tantos pol�ticos experientes, mas envolvidos em casos de corrup��o no passado, tem �nus e b�nus: tende a melhorar a articula��o pol�tica, mas enfraquece muito uma das bandeiras principais da elei��o de Bolsonaro em 2018: o combate � corrup��o. Uma das apostas � que o abandono da bandeira, simbolizada pela sa�da do ex-ministro Sergio Moro, j� est� “precificado” na perda atual de popularidade do presidente.

Agora, imagine que a interlocutora � uma senhora de 72 anos chamada Eliana e Silva Nogueira, m�e do senador Ciro Nogueira. No final da conversa, ela � informada que poder� vir a se tornar senadora da Rep�blica. N�o � dif�cil imagin�-la respondendo: “Duvido. Nunca tive cargo p�blico. Al�m disso, Ciro acha Bolsonaro um fascista. Jamais ser� ministro no governo dele”.
 
A fam�lia Nogueira � a prova de que a pol�tica no Brasil, al�m de ser a arte do poss�vel, � tamb�m o of�cio do improv�vel.

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