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Estado de Minas Coluna

Forma de fazer pol�tica de Jair Bolsonaro foge da l�gica tradicional

Manter as institui��es sob press�o constante � um modus operandi do presidente que desgasta todos seus aliados


06/09/2021 04:00 - atualizado 06/09/2021 07:16

Sem partido, Bolsonaro acaba dificultando articulações regionais de apoio a eventual candidatura à reeleição
Sem partido, Bolsonaro acaba dificultando articula��es regionais de apoio a eventual candidatura � reelei��o (foto: ALAN SANTOS/PR)


“Assim o Lula ganha de WO”, teria desabafado Arthur Lira (PP-AL), recentemente, sobre a repercuss�o eleitoral das a��es do governo do presidente Bolsonaro. Dif�cil atestar com certeza a veracidade do acontecido ou mesmo o contexto que a frase se insere, mas � poss�vel us�-la como ponto de partida para entender as articula��es dos palanques regionais na regi�o onde o presidente tem maior rejei��o, o Nordeste.

O WO � a forma reduzida de walkover, que significa, literalmente, atropelar. Nos esportes, � considerado WO quando o advers�rio nem aparece para a disputa. Nesse caso em quest�o, a disputa � eleitoral. A cerca de um ano das elei��es de 2022, as for�as pol�ticas come�am a se mobilizar. Nitidamente, parte dos que est�o do lado de Bolsonaro – principalmente os n�o ideol�gicos, como Lira – ainda t�m dificuldade para entender qual a estrat�gia do atual presidente.

A situa��o do presidente da C�mara dos Deputados � bastante exemplificativa, ali�s. Deputado federal por Alagoas, Lira � advers�rio do grupo pol�tico do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Renan ganhou holofotes com a CPI da pandemia, se notabilizou como oposi��o ao presidente Bolsonaro e ainda tem o filho como governador do estado. Com isso, Lira tem poucas alternativas a n�o ser ter a for�a do governo federal ao seu lado para enfrentar o cl� Calheiros turbinado, muito provavelmente, pelo apoio do ex-presidente Lula.

Situa��o parecida vive Ciro Nogueira (PP-PI), que foi praticamente for�ado a se entrincheirar ao lado de Bolsonaro, mesmo tendo historicamente muito mais proximidade com Lula. Ciro dever� enfrentar Rafael Fonteneles (PT-PI), secret�rio de Fazenda do atual governador Wellington Dias (PT-PI) na disputa pelo governo do estado. Dessa forma, para Ciro faz sentido – no momento – ter o poder de manejar parte das emendas (leia-se recursos) sendo ministro da Casa Civil de Bolsonaro, j� que necessariamente ter� que enfrentar Lula no palanque de seu advers�rio.

Por sua vez, na Bahia, o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM-BA) permanece como favorito, mas ter� que enfrentar Jacques Wagner (PT-BA), apoiado por Lula, e o ministro da Cidadania Jo�o Roma (Republicanos-BA), que dever� compor o palanque estadual para Bolsonaro. Como ministro que controla os programas sociais do governo, a aposta de Roma � que os recursos da� advindos sejam suficientes para deslocar o prefeito de um eventual segundo turno com Wagner.

Para n�o serem atropelados juntamente com o presidente, os candidatos que enfrentar�o o PT precisam que Bolsonaro reforce sua presen�a em seus estados. Isso vem ocorrendo, tanto com a libera��o de recursos, viagens para inaugura��o de obras e o lan�amento do novo programa social. Mas, por vezes, nos bastidores mesmo os aliados parecem n�o entender como a poucos meses da campanha o presidente ainda n�o tem nem sequer um partido para disputar a elei��o, s� mais um dos diversos ineditismos do chefe do Executivo federal.

A forma de fazer pol�tica de Bolsonaro foge da l�gica tradicional e isso n�o � necessariamente bom. Manter as institui��es sob press�o constante � um modus operandi que desgasta todos seus aliados. Mas muito pior do que isso – pelo menos do ponto de vista eleitoral – � que a retomada da economia n�o seja suficiente para que o desemprego saia da casa dos 14 milh�es de pessoas e que a infla��o continue a castigar quem ganha menos.

Na realidade da maioria dos brasileiros, passado o pior da pandemia, conseguir emprego, pagar a conta de energia, abastecer o carro, comprar o g�s de cozinha, entre outros desafios do dia a dia, ser�o as demandas a serem endere�adas aos candidatos. Qualquer um que n�o entender isso merece mesmo perder de WO.


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