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Estado de Minas COLUNA

O (poss�vel) roteiro anunciado do golpe do presidente Jair Bolsonaro

Bolsonaro ainda n�o tem tudo o que precisa para tentar questionar o resultado das urnas, mas o que tem n�o � desprez�vel


13/06/2022 04:00 - atualizado 13/06/2022 07:53

O presidente Jair Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro retomou os taques aos tribunais superiores e busca apoio nos Estados Unidos (foto: Isac N�brega/PR)

Bolsonaro aceitar� o resultado das elei��es em caso de derrota? Essa pergunta tem se tornado cada vez mais frequente, visto que na semana passada o presidente Jair Bolsonaro voltou a colocar carga total sobre os tribunais superiores, o que ocorre concomitante a uma comiss�o na C�mara dos Deputados nos Estados Unidos concluir que a invas�o ao Capit�lio foi sim uma tentativa de golpe com participa��o ativa de Donald Trump.

O presidente Bolsonaro n�o escondeu sua f�ria com a decis�o da segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu por cassar o mandato de Fernando Franceschini (Uni�o-PR). Em evento no Pal�cio do Planalto, que n�o tinha qualquer rela��o com o caso, o presidente vociferou: “Eu tenho a obriga��o de agir. Tenho jogado dentro das quatro linhas. N�o acho uma s� palavra minha, um s� gesto, um s� ato, fora da Constitui��o. Ser� que tr�s do Supremo Tribunal Federal, que pode muito, podem continuar achando que podem tudo? Eu n�o vou viver como um rato. Tem que haver uma rea��o.”

� evidente que Franceschini � s� mais um a desempenhar o papel ocupado pelo ex-deputado Daniel Silveira. Bolsonaro pouco se importa com o destino tanto de um quanto do outro, mas ambos servem muito bem para justificar a tal “rea��o” citada pelo presidente, baseada na premissa de que as institui��es – em especial o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – est�o corrompidas em uma esp�cie de conluio para tir�-lo do poder.

Refor�ando essa narrativa, o Ministro da Defesa, Paulo S�rgio Nogueira, divulgou um of�cio encaminhado ao TSE no qual reclama da falta de “prest�gio” recebido pelo mesmo tribunal. O documento encaminhado ao ministro Edson Fachin encerra com um tom muito pr�ximo ao utilizado pelo presidente Bolsonaro: “A todos n�s n�o interessa concluir o pleito eleitoral sob a sombra da desconfian�a dos eleitores. Elei��es transparentes s�o quest�es de soberania nacional e de respeito aos eleitores.”

“Elei��es limpas, transparentes e democr�ticas” foi o que disse querer Bolsonaro ao seu colega americano Joe Biden. Ainda em p�blico, arrematou dizendo que chegou ao poder de forma democr�tica e quando sair do poder ser� tamb�m pela via democr�tica.

No privado, Bolsonaro teria pedido apoio ao presidente americano � sua reelei��o, j� que o ex-presidente Lula seria perigoso aos interesses americanos. O pedido de apoio ocorre depois de Bolsonaro ter reiteradamente demonstrado seu apre�o por Donald Trump, duvidar da sanidade mental de Binden e questionar o resultado das urnas americanas, ainda que os votos l� sejam impressos mesmo.

Nos Estados Unidos, as institui��es resistiram �s investidas de Trump. A acusa��o da comiss�o na C�mara dos Deputados de que o ex-presidente conspirou contra a democracia e liderou os esfor�os para anular a elei��o do ano anterior veio na primeira audi�ncia, de seis que foram marcadas para apresentar as conclus�es de mais de um ano de investiga��o.

Bolsonaro n�o � Trump, Estados Unidos n�o s�o Brasil, mas algumas premissas para qualquer tentativa de golpe s�o as mesmas. Em primeiro lugar, � recomend�vel ter o apoio das for�as de seguran�a. Depois, � importante obter algum suporte internacional. Por fim, fragilizar as institui��es democr�ticas de forma que n�o haja qualquer resist�ncia. O plus � alguma legitimidade popular e inventar uma justificativa formal. Analisando friamente, o presidente Bolsonaro ainda n�o tem tudo o que precisa para tentar questionar o resultado das urnas, mas o que tem n�o � desprez�vel.


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