(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas Wagner Parente

O potencial de Michelle e Janja na defini��o das elei��es de outubro

S� se ter� a real ideia de quanto essas personas servir�o do ponto de vista eleitoral quando se tornarem mais conhecidas do p�blico em geral


22/08/2022 04:00

Observando as �ltimas pesquisas eleitorais, parece que o que impede a defini��o dessas elei��es j� em primeiro turno � a alta rejei��o do atual presidente entre as mulheres e a tamb�m alta rejei��o do ex-presidente Lula entre o eleitorado evang�lico. � importante ter isso em mente quando se analisa o papel das esposas dos dois candidatos em suas respectivas campanhas.

No jarg�o do marketing pol�tico � importante criar personas, ou seja, personagens que gerem identifica��o no eleitorado para ou agregar votos ou consolidar os que j� possuem. � exatamente isso o que ocorre nesse momento em torno da primeira-dama Michele Bolsonaro e de Ros�ngela da Silva, conhecida como Janja e atual esposa de Lula.

Mesmo sabendo que boa parte do eleitorado afirma que as esposas dos candidatos impactam pouco na defini��o de seus votos – 77% no caso de Michele e 81% no caso de Janja, segundo pesquisa da Quaest da semana passada – as equipes das campanhas t�m dado cada vez mais destaque para ambas. Os motivos talvez ainda n�o possam ser devidamente medidos pelas pesquisas atuais, mas podem ser analisados.

O primeiro e principal motivo � que o conhecimento de ambas ainda pode crescer muito. Segundo a mesma pesquisa da Quaest, 81% do eleitorado n�o sabem quem � Janja, enquanto 43% desconhecem Michelle Bolsonaro. Existe espa�o para se criar uma persona em torno de Janja e explorar ainda mais a j� cristalizada imagem religiosa de Michelle.

Para o ex-presidente Lula � fundamental conter o crescimento de Bolsonaro no eleitorado feminino. Na �ltima pesquisa do Datafolha, Bolsonaro oscilou para cima nas inten��es de votos femininos (de 27% para 29%). Ainda que seja dentro da margem de erro, � importante notar que na pesquisa do m�s anterior Bolsonaro j� havia subido de 21% para 27%. Assim, pode-se considerar que existe uma estrat�gia vencedora na redu��o da rejei��o do presidente entre as mulheres. � dif�cil negar que Michelle n�o tenha sido fundamental para essa estrat�gia.

O incidente n�o explicado de receber oitenta e nove mil reais de Fabr�cio Queiroz logo no in�cio do mandato de Bolsonaro e outras intemp�ries mais recentes, n�o parece afetar a imagem da primeira-dama. Segundo a Quaest, entre os que conhecem Michelle, somente 26% acreditam que sua imagem seja negativa e essa rejei��o cai quase pela metade (14%) quando se faz o recorte entre o p�blico evang�lico.

Ou seja, Michelle Bolsonaro parece ter mesmo potencial – a medida que se torne mais conhecida – de reduzir a rejei��o entre as mulheres e preservar ou aumentar a inten��o de votos entre os evang�licos. Ali�s, diferen�a a favor de Bolsonaro nesse p�blico nunca foi maior segundo o �ltimo Datafolha, sendo hoje 17 pontos percentuais.

Janja at� pode oferecer um contraponto importante � Michelle em rela��o ao p�blico feminino de forma mais geral. Janja � menos conhecida que a atual primeira-dama, tem um perfil progressista, que pode at� agregar pessoas de classes mais altas aos eleitores de Lula. No entanto, parece ser dif�cil Janja rivalizar com Michelle entre os evang�licos.

Segundo a Quaest, apenas 44% dos evang�licos consideram a imagem de Janja positiva. Ao contr�rio de Michelle, suas pautas preferidas est�o longe de ser sobre costumes, mas ligadas � alimenta��o saud�vel e at� uma atitude mais inclusiva em rela��o �s religi�es de origem africana. N�o por acaso, grupos bolsonaristas t�m espalhado imagens de Janja junto a orix�s da umbanda e do candombl�.

O papel das esposas dos candidatos � presid�ncia � mais um fator in�dito nessa campanha. S� se ter� a real ideia de quanto essas personas servir�o do ponto de vista eleitoral quando se tornarem mais conhecidas do p�blico em geral. Tudo indica que isso de fato ocorrer� com o in�cio da campanha de r�dio e televis�o.

Wagner Parente � advogado, especialista em rela��es governamentais

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)