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Estado de Minas

A ressurrei��o da pol�tica no s�timo dia, ap�s tentativas de mat�-la

Ainda que o objetivo n�o seja o golpe, a presen�a do aparato militar, compor� um enredo que para o presidente demonstra toda sua for�a


05/09/2022 04:00

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Tentativa de assassinato da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, numa quase trag�dia anunciada (foto: Handout/TV Publica/AFP)

Pol�tica deveria ser essencialmente um instrumento para a paz social. Se � assim, observando alguns acontecimentos recentes no Brasil e no mundo, n�o parece estar funcionando e o pior ainda pode estar por vir.
 
Na semana que passou, um extremista chamado Fernando Sabag Maciel aproximou uma arma a poucos cent�metros da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, puxou o gatilho e por uma afortunada causalidade o tiro falhou. Essa foi uma quase trag�dia anunciada: h� dias j� se viam confrontos pr� e contra Kirchneristas em frente a casa de Cristina no charmoso bairro da Ricoletta, em Buenos Aires.
 
O Brasil tamb�m � pr�digo em exemplos de fal�ncia da pol�tica. Para ficar apenas na �ltima semana, um candidato a deputado estadual em S�o Paulo entrou no diret�rio tucano e deu tiros ao alto. O nome do indiv�duo � Roque Barbiere (Avante). � um pol�tico tradicional da regi�o de Birig�i, onde j� foi vice-prefeito e est� cumprindo o s�timo mandato como deputado estadual.
 
Ora, se um pol�tico experiente como Barbiere comete um ato de viol�ncia desses, sem repercuss�o alguma, � uma demonstra��o que a pol�tica como idealizada por Aristoteles – que deveria cuidar da felicidade coletiva na polis – talvez esteja fora de moda.
 
O problema � que tudo isso acontece �s v�speras de uma data que pode ser definidora do futuro da democracia brasileira. O 7 de setembro � aguardado por todos que acompanham pol�tica minimamente.
 
A comemora��o do bicenten�rio da independ�ncia virou motivo de apreens�o. O principal ato ser� na praia de Copacabana no Rio de Janeiro, um reduto bolsonarista e reconhecido internacionalmente. � de se esperar imagens das ruas do bairro, bem mais estreitas que as de Bras�lia, lotadas de apoiadores do presidente.
 
Essas imagens ser�o amplamente utilizadas na campanha de Bolsonaro, dando a impress�o que o “data povo” j� escolheu seu candidato. Essa seria a l�gica pol�tica, de algu�m que busca ganhar as elei��es nas urnas.
 
No entanto, conforme os acontecidos com Cristina e Barbiere demonstram, o c�lculo pol�tico tem menos apelo que o fanatismo. � dif�cil controlar uma massa de pessoas, em especial se insufladas por um discurso violento de quem veem como seu l�der.
 
Caso desbanque para viol�ncia, o ato de campanha que virou a comemora��o do bicenten�rio pode ter o efeito oposto. N�o servir� para reduzir sua rejei��o entre os mais pobres tampouco entre o eleitorado feminino, nem mesmo para atrair os indecisos.
 
A alternativa seria de fato que o presidente estivesse buscando uma ruptura institucional e usasse o ato do dia 7 como estopim. N�o parece ser o caso. Dessa forma, por mais paradoxal que possa parecer o maior interessado em que a comemora��o transcorra com tranquilidade � o pr�prio Bolsonaro.
 
Ainda que o objetivo n�o seja o golpe, a presen�a do aparato militar, compor� um enredo que para o presidente demonstra toda sua for�a: “ Mundo, veja como tenho o apoio massivo das for�as de seguran�a e do povo”
 
A grande quest�o � que a vontade da maioria do “povo” para a elei��o de seu presidente se manifesta por meio das urnas (eletr�nicas). N�o � quem grita mais alto em manifesta��o que ganha elei��o. Essa � a l�gica pol�tica, que pessoas como Sabag e Barbiere tentaram assassinar na semana passada.
 
Se a pol�tica andou morrendo semana passada, seria �timo que ela ressuscitasse no s�timo dia, de setembro.


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