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Estado de Minas POL�TICA

Governo Lula: a idealiza��o da frente ampla se choca com a realidade

O presidente eleito sabe perfeitamente que fazer campanha com frente ampla � bem diferente de governar com uma


09/01/2023 16:45

O presidente Lula sobe a rampa do Palácio do Planalto no dia da posse para o seu terceiro mandato
O presidente Lula sobe a rampa do Pal�cio do Planalto no dia da posse para o seu terceiro mandato (foto: Sergio Lima / AFP)

Com o in�cio da segunda semana �til do novo governo come�ando, algumas idealiza��es precisam ser postas em perspectiva. Talvez a principal seja de que a tal frente ampla ser� como a fotografia emblem�tica da subida da rampa na posse do presidente eleito: pessoas de diversas origens caminhando em harmonia na mesma dire��o.

Para come�ar, a realidade � que fez parte tamb�m incluir no primeiro escal�o do governo uma deputada sabidamente apoiada pela mil�cia carioca, caso da Ministra do Turismo, Daniela do Waguinho (Uni�o-RJ). Faz parte tamb�m apagar diversos inc�ndios de novos (ou antigos) aliados agindo com pouca coordena��o com o novo presidente eleito.

Para citar somente as tr�s mais graves, houve os epis�dios da (re)onera��o dos combust�veis, da revoga��o da Reforma da Previd�ncia, e da altera��o das compet�ncias da Ag�ncia Nacional de �guas (ANA), que afeta de sobremaneira o Marco do Saneamento.

Al�m disso, a necessidade de cria��o de 37 minist�rios para comportar aliados tem pelo menos dois efeitos pouco comentados. N�o se trata da eleva��o de despesas, irrelevante para o or�amento, mas sim do ponto de vista da gest�o p�blica mesmo.

O primeiro � a sobreposi��o de fun��es. S�o diversas situa��es em que a Medida Provis�ria com a nova estrutura do governo deixa compet�ncias em zona cinzenta. Alguns dos mais emblem�ticos v�m do desmembramento do antigo Minist�rio da Economia. Os Minist�rios da Fazenda, do Planejamento, do Desenvolvimento e da Gest�o ainda v�o se esbarrar muito no dia a dia at� que fique claro quem � respons�vel pelo qu�. 

O segundo � a redu��o do n�mero de posi��es de cargos de dire��o e assessoramento (os DAS) por minist�rio. Todas as vezes que um minist�rio ou secretaria � criado, ele “leva” DAS de outras �reas, que eventualmente ficar�o desguarnecidas. Por exemplo, quando se cria um Minist�rio dos Transportes e um outro Minist�rio para Portos e Aeroportos, uma estrutura que poderia estar sob a mesma dire��o acaba virando duas ou mais. Resultado: est� faltando cargo de chefia para tudo isso de chefe.

O presidente eleito sabe perfeitamente que fazer campanha com frente ampla � bem diferente de governar com uma. Para tentar dar alguma coes�o ao seu grupo de ministros, Lula parece ter dado status diferenciado ao seu ministro da Casa Civil, o ex-governador da Bahia, Rui Costa.

Interessante Rui Costa ter pedido para retirar o termo “ministro-chefe” da Casa Civil, conforme revelou no programa Roda Viva, que foi ao ar no dia 2 de janeiro de 2023. Segundo o ministro, a ideia seria exatamente acabar com o conceito de que “existe um ministro-chefe dos outros”. N�o foi essa impress�o que ficou ao desdizer o ministro da Previd�ncia Carlos Lupi (PDT-RJ), quando defendeu a antirreforma da previd�ncia citada anteriormente. Lupi parecia levando um pux�o de orelha do chefe.

A coordena��o do governo deve ter ainda mais trabalho porque a tend�ncia � essa frente ampla se alargar ainda mais. � prov�vel, por exemplo, que o Republicanos venha para a base do governo, mais ou menos no mesmo estilo que o Uni�o Brasil. 

Mesmo sem a ades�o formal � base do governo Lula, o Uni�o de Luciano Bivar ficou com tr�s minist�rios. O motivo, obviamente, s�o os 59 deputados eleitos pelo partido. O Republicanos elegeu menos (41), mas tem muito mais condi��es de entregar esses votos do que o Uni�o. Se entregar, � bem prov�vel que Lula conceda espa�o para o Republicanos no primeiro escal�o, sem condicionar a ades�o formal do partido.

Achar espa�o quando todos os minist�rios j� est�o ocupados n�o deve ser tarefa f�cil. Caso decida vir mesmo para o governo, � poss�vel que o Republicanos pe�a os mesmos tr�s minist�rios concedidos ao PSD de Gilberto Kassab - j� que possuem bancadas equivalentes na C�mara –, mas termine levando um ou dois somados a outros cargos de segundo escal�o.

Ao que tudo indica, a conversa com o Republicanos j� come�ou. Caso o deputado Jhonathan de Jesus (Rep-RR) seja indicado pelo presidente Lula ao Tribunal de Contas da Uni�o, � prov�vel que pelo menos um minist�rio seja dado ao partido do l�der Marcos Pereira.

S�o tr�s as possibilidades para acomodar o Republicanos na Esplanada: primeiro, ceder um dos minist�rios controlados pelo PT; segundo, reduzir o espa�o do Uni�o se n�o entregar seus votos; e por �ltimo, retirar o Minist�rio do Desenvolvimento (MDIC) do vice Geraldo Alckmin.

Faz sentido que Alckmin n�o dure muito no MDIC. Al�m de Lula precisar ceder espa�o, precisar� tamb�m de um vice durante as diversas viagens que pretende fazer. Entre janeiro e fevereiro, Lula pretende visitar Argentina, Uruguai e Estados Unidos.

J� era esperado que essas crises aparecessem no in�cio do governo. A idealiza��o de unicidade em um gabinete t�o diverso e amplo n�o ocorrer�. Lidar com essas crises � fazer pol�tica, e nos �ltimos anos a sociedade aprendeu da pior forma poss�vel que a alternativa � pol�tica � a barb�rie. 

 

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