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Estado de Minas

Ceasa recebe at� 70 mil pessoas por dia, que equivale � popula��o de Ouro Preto

Faturamento com vendas de hortali�as e outros produtos somou R$ 4 bi no ano passado


postado em 20/07/2015 08:46 / atualizado em 20/07/2015 08:52

No espaço de quase 3 milhões de metros quadrados são negociadas mais de 2 milhões de toneladas de mercadorias, transportadas por milhares de caminhões(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
No espa�o de quase 3 milh�es de metros quadrados s�o negociadas mais de 2 milh�es de toneladas de mercadorias, transportadas por milhares de caminh�es (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Do simples produtor rural que contabiliza cada centavo que ganha ao grande empres�rio que fatura milh�es por m�s. Gerando 15 mil empregos diretos, a Central de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa) tem 41 anos, e recebe um p�blico de at� 70 mil pessoas por dia – n�mero que equivale, por exemplo, � popula��o da cidade de Ouro Preto, na Regi�o Central do estado. Somente no ano passado, o faturamento com as vendas no entreposto somou R$ 4 bilh�es. Atualmente, o espa�o funciona como uma cidade, oferecendo al�m dos hortifrutigranjeiros, v�rias lojas, ag�ncias banc�rias, pousada para os produtores e at� universidade.

Com uma �rea total de quase 3 milh�es de metros quadros (m2), o espa�o em Contagem, na Grande BH, tem, mensalmente, fluxo de 424 mil ve�culos com cargas e de 24,9 mil sem carga. “� realmente uma grande cidade”, comenta o produtor de bananas Marc�rio Francisco Pinto, que h� 25 anos trabalha na Ceasa. Ele conta que, quando chegou l�, na d�cada de 1990, n�o havia muita estrutura e o galp�o de Mercado Livre do Produtor (MLP), tamb�m conhecido como “pedra”, era bem menor. “Tanto � que coloc�vamos as mercadorias ainda do lado de fora do galp�o”, recorda, acrescentando que logo depois que entrou para a Ceasa conseguiu fazer uma parceria com um produtor em Jana�ba e, assim, at� hoje, tem vendido em m�dia de 4 mil a 5 mil caixas de bananas por m�s e cerca de 400 por dia.

A caixa da fruta negociada por Marc�rio custa, em m�dia, R$ 15. E, mensalmente, eles t�m um faturamento aproximado de R$ 7 mil, por�m, perdem 10% disso com os custos da pr�pria Ceasa. “Tem que trabalhar muito, estar aqui �s 3h e n�o ter descanso”, diz o fruticultor, mostrando os gastos que tem com a �rea que escolheu para ficar. Isso porque para cada espa�o de 6m2, com capacidade para 150 de caixas, � cobrado um valor do produtor.

Na chamada �rea normal, onde o produtor rural ter� que pagar um boleto di�rio por um espa�o com 6m2, o custo di�rio � de R$ 13,60. Nesse plano, o produtor corre o risco de n�o conseguir o mesmo local para expor seus produtos todos os dias, o que � ruim para a sua negocia��o com a clientela. J� na chamada reserva t�cnica, o produtor paga R$ 19, 80 por dia, por�m, tem at� 12 dias de perman�ncia no local, ou seja, a vaga � fixa por esse per�odo, at� que renove o plano. Ainda h� mensalistas, que desembolsam R$ 345. Eles s�o, atualmente, 116 produtores e a Ceasa j� n�o abre mais vaga para essa modalidade.

Para negociar na Ceasa, de acordo com informa��es da pr�pria Central, � preciso, primeiro, fazer um cadastro, no qual s�o necess�rios documentos pessoais, da terra e um atestado de produ��o emitido pela Empresa de Assist�ncia T�cnica e Extens�o Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). Para o cadastro, que deve ser renovado a cada seis meses, s�o cobrados R$ 46.

ESTRUTURA
Por causa da busca por permanecer no mesmo ponto e tamb�m para acompanhar o mercado, os produtores mineiros come�am a vender seus produtos �s 4h. Os melhores dias de negocia��o, segundo os comerciantes, s�o �s segundas, quartas e sextas-feiras, quando o p�blico m�ximo pode chegar a 70 mil pessoas. Muitos dormem no entreposto para iniciar. Na Ceasa h� uma pousada que cobra R$ 16 pelo pernoite, oferecendo ao produtor cama, coberta, toalha e len��is, al�m de um banheiro coletivo. A pousada � uma das estruturas de cidade que s�o oferecidas no local.

Ali tamb�m h� 46 balc�es que abrigam empresas de diversos segmentos, oito ag�ncias banc�rias, departamentos comerciais, de hortifrutigranjeiros e at� mesmo uma universidade. A UniCeasa oferece desde cursos t�cnicos at� p�s-gradua��o para o setor de agroneg�cios. H� aulas pagas e tamb�m gratuitas. E qualquer pessoa pode participar, apesar de muitos produtores alegarem falta de tempo para o estudo. Este m�s, por exemplo, est�o abertas as inscri��es para o segundo curso t�cnico em agroneg�cio promovido pela UniCeasa em parceria com o Servi�o Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

O empres�rio Reginaldo Ribeiro, da loja Irm�os Pereira, conta que est� na Ceasa h� 16 anos. Ele tem uma loja de 612m2 onde comercializa frutas nacionais e importadas. Para conseguir o espa�o, Reginaldo passou por uma licita��o (procedimento obrigat�rio para as empresas), gastou cerca de R$ 4 milh�es para construir a loja, que tem tr�s c�maras de ar frio para armazenamento dos alimentos – uma delas, inclusive, tem capacidade para armazenar 70 toneladas de frutas. Desses R$ 4 milh�es, R$ 1 milh�o foi direcionado ao custo de conten��o de uso pago � Ceasa. “Aqui, � R$ 9,50 o metro quadrado. Al�m disso, pago, mensalmente, �gua, luz e condom�nio. A minha despesa mensal � de cerca de R$ 60 mil”, aponta Reginaldo. Por�m, seu faturamento chega a R$ 3 milh�es por m�s.

A Irm�os Pereira conta com 70 funcion�rios. “� mais caro estar aqui do que em um shopping. Mas vale a pena. A Ceasa � uma cidade e diariamente tem um movimento muito intenso”, defende Reginaldo, dizendo que somente o hor�rio de funcionamento deveria ser outro. “Dever�amos come�ar mais tarde e n�o �s 4h. Mas � uma cultura dif�cil de mudar”, diz.

Para Marc�rio Francisco, algo que deveria mudar no local � a rela��o entre a diretoria e os produtores. “Sempre houve um distanciamento muito grande e a nossa expectativa � de que o novo presidente, que ainda n�o conhecemos, tenha uma rela��o mais pr�xima com todos”, diz. O Estado de Minas tentou entrevista com o diretor-presidente da CeasaMinas, Gustavo Alberto Fran�a Fonseca, mas n�o obteve sucesso. Gustavo, recente no cargo, � natural de Sete Lagoas, e j� trabalhou como administrador de empresas na iniciativa privada (siderurgia e metalurgia), atuando na �rea comercial e administrativa.

EXPANS�O
Este ano, a Ceasa est� emexpans�o. J� come�aram, por exemplo, as obras do Pavilh�o V, entre o U e o X, que s�o da empresa Nova Safra, que venceu a licita��o para a constru��o de um novo espa�o no entreposto. A expectativa da empresa � aumentar suas vendas em 40% com a amplia��o. Atualmente, a Nova Safra ocupa uma �rea de 1.935m2 no Pavilh�o A. No V, ser�o mais 2.652m2. Segundo o Departamento de Engenharia da CeasaMinas, este � o primeiro pavilh�o com 12 metros de altura que ser� constru�do no local. Os atuais t�m seis ou sete metros.

Outra obra est� sendo feita no pavilh�o 12 � a da Tambasa Atacadista, que prev� crescimento de 20% com a amplia��o. A empresa funciona atualmente no pavilh�o 2, onde ocupa 1.500m2. O novo espa�o, localizado pr�ximo ao estacionamento entre os pavilh�es 2 e 3, ter� 5.000m2 de �rea coberta, al�m de 2.500m2 de estacionamento. As obras est�o previstas para terminar em janeiro de 2016.


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