(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Caf� ultrapassa os limites da x�cara e conquista novos mercados

Caf� para comer, para cuidar do corpo e enfeitar o ambiente. O gr�o deixou de ser voltado exclusivamente para a bebida e conquista novos mercados. Cooxup� faz joint venture para produzir �leo e biomassa


postado em 31/08/2015 06:00 / atualizado em 31/08/2015 07:47

A cooperativa de Guaxupé vai destinar 100 sacas para serem transformadas em óleo verde e biomassa(foto: Cooxupé/ Divulgação )
A cooperativa de Guaxup� vai destinar 100 sacas para serem transformadas em �leo verde e biomassa (foto: Cooxup�/ Divulga��o )
O famoso cafezinho do dia a dia est� tomando novas formas e conquistando outros mercados. Muito al�m do costume e da tradi��o, o gr�o ultrapassou os limites da x�cara e agora previne at� celulite. O neg�cio tem atra�do a aten��o da ind�stria e de grandes empresas, amparado por um setor com expectativas positivas – em 2015, a produ��o de caf� no estado deve atingir perto de 23,3 milh�es de sacas, ante 22,6 milh�es de sacas em 2014, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

� do Sul de Minas Gerais, maior produtor de caf� do mundo, que sai o gr�o usado na fabrica��o de muitos produtos. A regi�o responde por 43% da produ��o mineira do caf�, segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecu�ria de Minas Gerais (Epamig). E � na ind�stria de cosm�ticos que o caf� se faz cada vez mais presente. “Tudo gira em torno da import�ncia que esse fruto tem para a nossa economia. O caf� � o principal produto do agroneg�cio mineiro”, afirma Vanessa Vilela, criadora da Kapeh (palavra que significa caf� no dialeto maia), marca de produtos para o corpo e cabelo, que tem como mat�ria-prima gr�os de caf� certificados. “O caf� � rico e ben�fico para a pele, tem muitas propriedades oxidantes, a��o antienvelhecimento e esfoliante, al�m de prote��o solar natural”, diz a farmac�utica e executiva da marca.

Os gr�os utilizados pela empresa s�o provenientes de fazendas certificadas pela Utz Certified, que possibilita a checagem da safra, data de colheita, produtos utilizados no cultivo, colaboradores envolvidos, entre outros dados. “O caf� que usamos em nossa produ��o � produzido com sustentabilidade e tem toda uma rastreabilidade”, refor�a. H� oito anos no mercado, a marca oferece mais de 120 itens vendidos em 18 estados e exporta para Portugal, Holanda e Coreia do Sul. “As pessoas que j� apreciam a bebida ficam felizes com a valoriza��o do produto”, diz Vanessa Vilela.

Vanessa Vilela, diretora da Kapeh, enxergou o potencial dos cosméticos feitos a partir dos grãos(foto: Cintia Duarte/Divulgação )
Vanessa Vilela, diretora da Kapeh, enxergou o potencial dos cosm�ticos feitos a partir dos gr�os (foto: Cintia Duarte/Divulga��o )
A Cooxup�, maior produtora do gr�o do pa�s, tamb�m entrou no setor de cosm�ticos. Na semana passada, a empresa oficializou uma joint venture com a qu�mica Aqia, que fornece insumos para gigantes como Natura, Botic�rio e Unilever. A empresa vender� �leo e biomassa do caf� verde � qu�mica para serem usados nas ind�strias cosm�tica e farmac�utica. Al�m da arrecada��o com a venda de mat�ria-prima, a Cooxup� receber� uma participa��o nas vendas dos produtos � base de caf� fabricados pela Aqia.

A parceria deve alcan�ar um crescimento de 20% a 30% para os neg�cios da qu�mica, com faturamento de R$ 25 milh�es at� 2020, segundo a empresa. Para a cooperativa, no entanto, a perspectiva de acr�scimo vir� de m�dio a longo prazo. Segundo o presidente da Cooxup�, Carlos Alberto Paulino da Costa, por enquanto, ser�o entregues 100 sacas de caf� por m�s para o processamento de 480 quilos de �leo verde e 5 mil quilos de biomassa, o que deve movimentar R$ 50 mil. “A receita � baixa, mas pensamos na boa aceita��o no futuro”, disse. Em 2014, a Cooxup� registrou faturamento de R$ 2,5 bilh�es e exportou 3,2 milh�es de sacas de caf� ar�bica.

FORTALECIMENTO
A for�a do caf� no Sul do estado tamb�m serviu de base para o cervejeiro Ant�nio Augusto Netto introduzir o gr�o em uma de suas receitas. No in�cio do ano, o empres�rio abandonou a profiss�o de engenheiro el�trico e criou uma marca de cervejas artesanais em Guaxup�. Deu certo. Segundo Netto, em uma de suas degusta��es, a cerveja de caf� foi eleita a melhor. “O sabor � marcante de cerveja no in�cio e possui um retrogosto intenso de caf�. Parece que voc� acabou de beber uma x�cara de caf�”, conta o propriet�rio da marca Zug Bier (zug � uma palavra alem� que significa “trem” – g�ria comum aos mineiros). Apesar da boa aceita��o, a marca aguarda o registro no Minist�rio da Agricultura para comercializar o r�tulo em bares, restaurantes e mercados. “A procura tem aumentado e vejo curiosidade do p�blico em geral. Acredito que tenha muito a crescer e no futuro a ideia � exportar”, afirma.

O ingrediente inusitado na produção da cerveja Zug Bier atrai a curiosidade (foto: Antônio Graça/Divulgação)
O ingrediente inusitado na produ��o da cerveja Zug Bier atrai a curiosidade (foto: Ant�nio Gra�a/Divulga��o)
A artes� Vanessa Massafera tamb�m se valeu do caf� para investir no pr�prio neg�cio. Moradora de Varginha, no Sul do estado, o artesanato faz parte do dia a dia da jovem h� mais de 10 anos. Come�ou com a fam�lia numa discreta produ��o em casa e hoje as pe�as s�o vendidas para todo o Brasil e exportadas. “Minha m�e ganhou um moedor de uma senhora amiga dela e enfeitou com gr�os de caf� de porcelana fria italiana. Esse foi o pontap� inicial”, conta Vanessa, que iniciou os trabalhos quando ainda tinha 15 anos.

De l� pra c�, a artes�, j� produziu milhares de pe�as e por conta da originalidade, agradou empresas e fazendeiros da regi�o. Os pre�os variam de R$ 35 a R$ 1 mil. “Fazemos rel�gios, mandalas, bandejas, quadros, lat�es de leite, moedores com o caf�. As pessoas foram se interessando e n�o paramos mais de produzir”, destaca. Segundo Vanessa, s�o utilizadas, cascas, plantas e filtros de papel para a produ��o dos artesanatos.

Produto com sucesso reconhecido

Marcas j� conhecidas no mercado t�m como carro-chefe produtos � base do caf�. Na doceira mineira Frau Bondan, o chocolate que leva o produto que vem das lavouras foi uma das primeiras apostas da propriet�ria Paula Bondan. “Nada mais justo que o pr�prio caf� tomar um banho de chocolate. � um produto de sucesso, que ultrapassa as barreiras da l�ngua portuguesa e do paladar. O caf� � paix�o pelo mundo inteiro”, destaca.

Mandalas feitas por Vanessa Massafera com grãos em torragens diferentes conquistam estrangeiros(foto: Arquivo Pessoal)
Mandalas feitas por Vanessa Massafera com gr�os em torragens diferentes conquistam estrangeiros (foto: Arquivo Pessoal)
Na fabrica��o de balas, o gr�o tamb�m faz a vez de protagonista. A Florestal Alimentos, fabricante da balinha Brazilian Coffee conta com um volume m�dio de 52 milh�es de unidades vendidas por m�s. “Podemos dizer que � um dos produtos de maior sucesso da marca. � a bala de caf� mais vendida e conhecida do Brasil”, afirma o gerente de marketing da empresa, Adriano Orso. Segundo ele, atualmente, o produto � vendido para 20 destinos, tendo como principais os EUA, Hungria, Chile, Argentina e Uruguai.

H� ainda quem aposte no caf� para combater as tem�veis celulites. Al�m de cosm�ticos � base do gr�o, uma empresa paulista desenvolveu uma bermuda que libera cafe�na para diminuir as imperfei��es na pele. Isabel Luiza Piatti, tecn�loga em est�tica e diretora de pesquisa e desenvolvimento de produtos da Buona Vita Cosm�ticos, conta que as c�lulas presentes no tecido liberam a subst�ncia, que entra na corrente sangu�nea e age contra as marcas. “Cosm�ticos � base do caf� s�o os mais vendidos na linha de tratamento corporal. Isso n�o � novidade. O interessante � que esses produtos ca�ram no gosto do consumidor e vieram para ficar. Haja caf�!”, brinca.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)