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Estado de Minas

Come�a a temporada do Pequi

In�cio do per�odo produtivo do pequi traz desafios para o setor, que refor�ou em Minas conselho voltado para discutir e buscar solu��es para entraves na ind�stria e no varejo


04/12/2017 06:00 - atualizado 11/12/2017 11:29

Uma árvore produz de 200 a 300 quilos do fruto a cada temporada, porém, polpa tem alto grau de perecibilidade, o que dificulta a expansão para alguns mercados(foto: Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
Uma �rvore produz de 200 a 300 quilos do fruto a cada temporada, por�m, polpa tem alto grau de perecibilidade, o que dificulta a expans�o para alguns mercados (foto: Zuleika de Souza/CB/D.A Press)

Do cerrado para a mesa, o pequi ganha cada vez mais espa�o e foi inclu�do nos card�pios de escolas da rede estadual de Minas. Mas a populariza��o do fruto, apelidado de ouro do cerrado, ainda esbarra em fatores como o alto grau de perecibilidade da polpa e entraves na capacita��o t�cnica durante todo o processo produtivo. Al�m disso, o pequi ainda n�o disp�e de selo de classifica��o e obedece �s normas gerais de habilita��o sanit�ria definidas pelo Instituto Mineiro de Agropecu�ria (IMA). O setor, por�m, tem se organizado. A inclus�o de mais integrantes ao Conselho Estadual Pr� Pequi, que no m�s passado subiu de 18 para 24 o n�mero de representantes, refor�a o interesse de a cadeia produtiva discutir e buscar solu��es para problemas comuns de gest�o, como a procura por novos mercados.


Ao conselho estadual � disponibilizada uma conta que abriga recursos oriundos de multas aplicadas a empresas e indiv�duos supressores da �rvore no cerrado, denominada Recursos Especiais a Aplicar no Pr� Pequi. De acordo com a secret�ria-executiva do Conselho, Maria Tereza Queiroz Carvalho, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agr�rio (SEDA), para cada �rvore suprimida � paga uma multa. Em fevereiro deste ano, o fundo dispunha de R$ 1,5 milh�o.


Esses recursos foram destinados � utiliza��o definida por dois editais: um sobre o fomento � agroind�stria familiar, para compra de equipamentos para beneficiamento de frutos do cerrado e da caatinga (despolpadeira, centr�fuga, embaladoras a v�cuo, mesas industriais, c�maras de refrigera��o, congeladores, entre outros) e o outro edital para financiamento na compra de mat�ria-prima. “Muitas vezes o produtor tem o equipamento, disp�e de pouco produto, ent�o pode financiar a compra de outros produtores menores e familiares”, explica Tereza.

MERCADO EXTERNO Entre 2012 e 2014, o crescimento da produ��o de pequi em Minas cresceu 377%, de acordo com Sarah Alves de Melo Teixeira, que realiza estudos para sua tese de doutorado em ecologia, conserva��o e manejo da vida silvestre, na UFMG. No ano passado, duas cooperativas (Coopejap e Coopsert�o Veredas) exportaram uma tonelada de polpa do fruto para o Jap�o. A partir de 2016, a Secretaria de Estado de Educa��o incluiu o fruto no card�pio da merenda nas escolas da regi�o do cerrado, atendendo a uma resolu��o estadual que determina que eles devam ser elaborados respeitando refer�ncias nutricionais, h�bitos alimentares e a cultura alimentar das localidades. O fruto que era vendido in natura, ganha outras formas, como polpas, �leos, conservas e doces.


A castanha, que pode ser transformada em �leo de alta qualidade, � muito nutritiva, mas tem alto grau de perecibilidade, o que exige maior tecnologia em sua torra e salgamento. Alguns estudos sobre essa noz est�o em andamento na Universidade de Montes Claros (Unimontes), mas ainda sem resultados que possam ser considerados seguros, explica o pesquisador da Universidade S�rgio Avelino Mota Nobre. J� o fruto pode ser congelado, permitindo sua utiliza��o em per�odos de entressafra.

Gargalos  do campo ao ponto de venda

 

O processamento e a comercializa��o encontra alguns gargalos, uma vez que se trata de fruto sazonal, que floresce no m�s de novembro e produz fruto at� meados de fevereiro e mar�o. Geralmente colhido por pequenos produtores familiares, � respons�vel pelo incremento de renda em torno de 30 mil fam�lias, somente no Norte de Minas, de acordo com Wdileia Mendes de Oliveira, assessora do N�cleo Gestor da Cadeia Produtiva do Pequi e Outros Frutos do Cerrado, que re�ne associa��es e cooperativas processadoras de pequi e outros frutos, de 18 munic�pios.


Pesquisador de an�lise microbiol�gica e seguran�a alimentar da �rea de ci�ncias e da sa�de da Unimontes, S�rgio Avelino estuda o pequi h� 15 anos. “Primeiro, me chamou a aten��o o culto popular do fruto, que � muito rico, uma planta muito falada e que apresentava certa car�ncia de provas cient�ficas de seu valor nutritivo. Sua frequ�ncia end�mica garante a alimenta��o da popula��o, principalmente campesina. Durante quatro meses por ano os sertanejos do cerrado comem o pequi consorciado com arroz (o mais conhecido), mas tamb�m com massas, carne de frango, ou no panela�o (cozido no feij�o, acompanhado de porco)”.


Outro ponto que chamou a aten��o do pesquisador foi o espa�o que vinha ganhando no mercado, onde o fruto in natura era predominante, mas passou a ser fatiado e vendido em salmoura. Havia a preocupa��o sobre manipula��o e seu acondicionamento de forma incorreta, que poderia causar infec��es alimentares, principalmente em pessoas de menor poder aquisitivo, provocando impactos econ�micos significativos aos que o fabricavam de maneira artesanal e tinham o produto como uma complementa��o de sua renda familiar. Avelino atentou para o fato de a coleta atrelar um neg�cio a uma rentabilidade coletiva, que � a preserva��o ambiental.


O pequi � colhido em meio ao cerrado e seu cultivo � considerado invi�vel devido � necessidade de o agricultor reproduzir no plantio as caracter�sticas do cerrado, o que encarece o processo. A falta de uma cultura exclusiva dificulta os dados sobre estimativas de produ��o. Uma �rvore produz por volta de 200 a 300 quilos do fruto a cada temporada. A planta � muito resistente ao fogo ou � seca e suporta at� 8 meses sem chuva.


Segundo os pesquisadores, o fruto tem propriedades medicinais e � fonte antioxidante e anticancer�gena, al�m de ser rico em carotenoide, precursor de vitamina A e de vitamina C. N�o h� ainda estudos consolidados sobre a longevidade da �rvore, mas acredita-se que a produ��o de frutos se d� entre sete e 10 anos e pode durar at� 100 anos. Essas estat�sticas s�o objetos de investiga��o ainda. A esp�cie mais comum em Minas � a Caryocar brasiliense, de polpa mais espessa e muitos espinhos. Mas existem outras, como o pequi branco e o sem espinhos.

 


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