
Ricardo Boscaro Castro, analista da unidade de agroneg�cio do Sebrae Minas, conta que a institui��o foi procurada por representantes da Associa��o dos Produtores Artesanais do Queijo do Serro (Apaqs) interessados em firmar parceria para o fortalecimento e valoriza��o do queijo da regi�o do Serro. “Foram quatro anos visitando e reunindo produtores, qualificando-os e realizando trabalho de convencimento sobre a import�ncia da hist�ria da produ��o e de outros produtos da regi�o, como valor agregado ao queijo”.
A institui��o tem realizado encontros de comerciantes e produtores como forma de divulgar o produto. “� um momento importante para que nossa produ��o e suas variedades se tornem conhecidas e a marca regional ‘Queijo do Serro’ agregue tamb�m outros produtos da regi�o”.
A avalia��o positiva feita pelo Sebrae, de acordo com Boscaro, se deve ao fato de os produtores terem acreditado no processo de matura��o, o que valorizou o produto. “O momento est� bom para o queijo artesanal. O produto artesanal est� caindo no gosto do consumidor principalmente nos grandes centros, onde o mercado � crescente. Outro ponto � entender que resgatar a cultura dele e levar para o comprador e consumidor tamb�m agrega valor ao produto”, destaca o analista do Sebrae Minas.
O queijo maturado vem sendo experimentado em diversas etapas por v�rios produtores em 13 munic�pios da regi�o. Pedro S�rgio, de 34 anos, representa a terceira gera��o de queijeiros da fam�lia dele, na Fazenda Boa Vista, de 36 hectares. Sua experi�ncia em matura��o revelou que o leite ordenhado � tarde � mais cremoso e permite melhor cura. As 28 vacas criadas na propriedade s�o ordenhadas duas vezes ao dia. A explica��o para a melhor matura��o do queijo no per�odo da tarde est� na maior concentra��o de gordura, por haver um espa�o menor entre as ordenhas. O leite da manh� tende a ser menos gordo porque as noites s�o mais frias e o animal acumula gordura para se manter aquecido.
A matura��o do queijo do Serro n�o � novidade para Bento Jos� Silva, nascido de pai queijeiro e que tem um filho na presid�ncia da associa��o local de produtores. Bento conta que quando crian�a via o pai maturar o queijo para poder transport�-lo. “Com sete anos j� tirava o leite e com oito j� fazia queijos. � �poca n�o t�nhamos conhecimento sobre fungos e bact�rias. N�o havia conhecimento t�cnico cient�fico, e faz�amos o trabalho por instinto, uma vez que os queijos eram acomodados em balaios em formato roli�o de taquara e se fossem frescos desmanchariam”. (EG)